domingo, maio 10, 2015

FANFIC O RECOMEÇO - CAPÍTULO 03

Capítulo 3 – Indagações

Edward Cullen, desconcertado, olhou as manchas de sangue nos lençóis de seu beliche. Contemplou o corpo da moça e logo afastou o olhar. Não podia deixar de admirar os quadris bem arredondados e as coxas graciosas que um momento antes havia possuído. Estava a ponto de lhe acariciar as costas com ternura quando sua mente parou confusa ao pensar no curso dos acontecimentos: A calma inicial da jovem, a reservada aceitação da situação ao entrar no camarote, sua ligeira e brincalhona resistência, a ajuda esporádica e inexperiente que lhe tinha proporcionado na cama e, agora, esse pranto interminável e o sangue nos lençóis. Acaso era tão pobre que estava obrigada a desempenhar esse ofício? Suas roupas e maneiras não o confirmavam, mas suas mãos, embora finas e brancas, não eram suaves como as de uma dama de boa família. Sacudiu a cabeça, encolheu os ombros e serviu-se de uma taça de conhaque. 

Permaneceu pensativo olhando através da vigia pela qual havia visto grande parte do mundo. Era um estrangeiro na terra que tinha sido o lar de seus pais, eles a tinham abandonado pouco antes do casamento quando seu pai, um aristocrata amante da aventura, tinha posto seus olhos na América. 

Fazia dez anos que haviam falecido; a mãe de malária e o pai ao cair de um cavalo selvagem, que tanto amava e quebrar o pescoço. Deixaram dois filhos e uma considerável fortuna. O mais velho, que era ele, herdara a plantação, e o caçula, Emmett, uma parte do dinheiro e um próspero armazém em Charleston, cidade que amava e considerava seu lar.

Diante da insistência de seu pai, engajou-se como grumete às ordens de um velho capitão. Tinha aprendido a natureza do mar, o funcionamento dos navios e do mundo. Mas antes de embarcar tinha aprendido os trabalhos próprios de uma plantação, do cultivo da terra até a venda de seus produtos, e tinha praticado aquele árduo trabalho durante toda sua infância. Seu principal interesse agora, aos trinta e cinco anos, era estabelecer-se naquela terra e desfrutar das tarefas cotidianas.

Antes de deixar Charleston tinha prometido que essa seria sua última viagem. Com a França, tão instável politicamente, não era rentável continuar. Assim levaria a sério as responsabilidades da plantação e a tarefa de formar uma família. Assim estaria satisfeito, ou pelo menos acreditava nisso.

Era estranho como o carinho por uma terra podia induzir um homem a fazer coisas que detestava. Ia se casar com Tânia Denali a quem não amava nem considerava uma dama, só porque desejava que lhe devolvesse as terras que uma vez tinham pertencido à família Cullen. O rei Jorge tinha concedido a seu pai um terreno para que estabelecesse sua plantação. Mas este se viu obrigado a vender uma parte à família Denali para poder fazê-lo.

Fazia vários anos que Tânia era órfã e depois disso se descuidou de sua herança e precisou vender tudo, à exceção de alguns escravos que a ajudavam a manter seu alto padrão de vida, agora pura fachada. Os comerciantes de Charleston já tinham lhe negado crédito e ela estava bastante satisfeita por ter “capturado” um dos solteiros mais ricos e desejados da cidade, mesmo sendo por suas terras, que várias vezes ele havia tentado adquirir e ela se negava a vender.

Tânia havia empregado todos os artifícios possíveis, fazendo-se passar por uma jovem casta e pura quando ele já ouvira vários comentários a esse respeito. Mas fora bem divertida a encenação e seu desempenho na cama havia sido bom, não o deixando de todo aborrecido.

Franziu o cenho. Era verdadeiramente estranho que vindo de uma família tão ciumenta e possessiva, e parecendo-se tanto a seu pai que possuía ambas as qualidades, não sentisse ciúmes dos homens que tinham compartilhado o leito com sua prometida. Era realmente tão frio e incapaz de amar ou de ser possessivo com a mulher que ia ser sua esposa? Se pelo menos tivesse ficado ciumento ao vê-la olhar outro homem teria esperanças em chegar a ama-la.

Entretanto, conhecia-a desde que tinha nascido, fazia já trinta e dois anos, e duvidava que depois das bodas seus sentimentos mudassem.

Aproximou-se de Isabella e permaneceu a seu lado durante um momento. O pranto tinha dado passo ao sono por esgotamento. Inclinou-se para cobrir seu belo corpo com ternura.

         A última coisa que havia esperado era ter entrado pela porta de seu camarote era uma mulher virgem. Era seu costume evita-las; sabia que sempre traziam problemas. Por isso toda sua vida se dedicou às bem instruídas criaturas de vida alegre e despreocupada, frequentando bordéis caros.

Aquela noite, a primeira em terra depois de uma longa viagem sulcando o oceano, tinha dado permissão a seus homens para que fossem se divertir e ficou a bordo com George, seu criado, e com Dickie. O desejo despertou e tinha ordenado ao primeiro que saísse em busca de uma moça limpa e divertida com a qual passaria a noite. Não, não tinha esperado uma virgem, e menos uma tão bela.

          Era muito estranho tê-la encontrado ali. As jovens inocentes como aquela só pensavam em casar-se, em tentar apanhar um homem com suas paqueras e encantos. De que outra forma teria podido permanecer solteiro se não tivesse conhecido tais ardis e os tivesse evitado? Mas agora que seu celibato estava a ponto de acabar, que estava a ponto de desposar uma mulher bem conhecida por outros homens, agora que havia possuído para seu gozo aquela rosa jovem e fresca, as suas razões ainda eram um mistério. Sacudiu a cabeça lentamente, retirou o roupão, apagou as velas e se estirou junto dela. Antes de dormir deleitou-se com seu perfume suave e com o calor de seu corpo.

Os primeiros raios do amanhecer rasgavam o céu quando Bella despertou e percebeu onde se encontrava. Tentou mover-se, mas não o conseguiu porque tinha o cabelo preso debaixo de um braço de Edward. O outro braço dele descansava sobre seus seios; as pernas estavam entrelaçadas. Tentou libertar-se dele com supremo cuidado, mas o único que conseguiu foi desperta-lo.

         Virou-se assustada, antes do marinheiro abrir os olhos, e fingiu que dormia.

Edward a olhou e estudou em silêncio seu rosto, desfrutando de sua delicada beleza. Contemplou a pele branca e perfeita, as longas pestanas, mas as frágeis pálpebras lhe impediram de gozar dos limpos e profundos olhos chocolates. Recordava-os muito bem. Ligeiramente rasgados e perfilados por sobrancelhas finas. A boca de delicadas curvas era rosada e apetitosa e suave. O nariz era reto e fino. Tânia morreria de inveja se a visse, o que era realmente improvável.

         Sorriu ante o pensamento. Sua prometida era bastante orgulhosa de seu aspecto e não acreditava que gostaria de ficar em segundo lugar atrás desta graciosa ninfa. Apesar de haver uma grande quantidade de mulheres belas em Charleston, muita gente tinha proclamado Tânia como a mais formosa da cidade. Ele não tinha pensado nisso, mas supunha que era verdade. O cabelo dourado e os ardentes olhos castanhos de Tânia atraíam os olhares com facilidade e seu corpo bem contornado era agradável de possuir. Entretanto, estava convencido de que essa mocinha que estava junto a ele, com sua beleza doce e delicada, seria a ganhadora.

         Aproximou-se dela para lhe beijar a orelha e mordiscar seu lóbulo. No ato e antes que pudesse pensar, Bella abriu os olhos.

         – Bom dia, amor - sussurrou Edward, colocando-se sobre ela para depositar um beijo em seus lábios.

         Bella permaneceu completamente imóvel, pois temia que qualquer movimento pudesse estimular a paixão daquele homem, mas ele não precisava de nenhum estímulo. O fogo da paixão ardia em seu corpo cada vez com maior intensidade. Edward beijou-lhe a boca, os olhos, o pescoço.

         Logo mordiscou os ombros fazendo com que um calafrio percorresse as costas de Bella, quando pressionou seu rosto barbudo contra os seios rosados da jovem, ela o olhou horrorizada.

         – Não! – Ofegou. – Não faça isso!

O homem levantou o olhar fogoso e sorriu.

– Será melhor que se acostume a minhas carícias, ma petite - aconselhou-a.

         Bella afastou a vista daqueles olhos de expressão zombadora e lutou para virar-se, suplicando:

         – Não. Por favor, não. Outra vez não. Não me volte a fazer mal. Deixa que eu me vá.

         – Desta vez não vou fazer lhe mal, carinho – sussurrou ele no seu ouvido, dando-lhe suaves beijos.

         O corpo do capitão a sujeitava com força. Bella começou a opor resistência, mas sempre havia uma mão ou um cotovelo para frear sua iniciativa. Edward soltou uma gargalhada como se aquilo o divertisse.

         – Parece que nesta manhã tem muito mais energia, milady - zombou.

         Com uma mão agarrou os braços da moça e os colocou por cima da cabeça com relativa facilidade, enquanto com a outra lhe acariciava os seios. Bella se retorcia e lutava contra a força poderosa de Edward, mas este a obrigou a separar as pernas com seu joelho e a fez sentir de novo sua virilidade.

         Desta vez não houve lágrimas, mas sim ódio e medo. Logo que ele terminou, a jovem se afastou e permaneceu encolhida na borda do beliche. Seus olhos muito abertos estavam cheios de dor e refletiam o medo de um animal ferido. Edward a observou confuso e se sentou a seu lado. Acariciou-a para consolá-la, mas ela se afastou dando-lhe a entender que o temia. Ele enrugou a testa e deslizou os dedos por seu cabelo, penteando-o e despenteando-o com suavidade.

         – Despertaste minha curiosidade, Isabella - murmurou docemente.

         – Poderia ter ganho uma fortuna pelo que acabou de perder comigo há algumas horas e entretanto, perambulava pelas ruas como uma prostituta vulgar. Sei que veio aqui voluntariamente, sem tentar sequer estabelecer um preço, sem avisar que ainda permanecia intacta, que era virgem. O vestido que usa é caro, vale muito mais do que algumas mulheres da rua ganham em um ano, e é, asseguro-lhe isso, completamente diferente, tanto que não posso imaginar por que razão vendeu dessa forma sua virgindade, arriscando-se a ser violada e a perdê-la sem obter nada em troca.

         Bella ficou olhando, muda, incapaz de entender o que acabava de ouvir.

         – Parece de boa família - continuou ele.

– E não o tipo de mulher que vagabundeia pelas ruas exercendo esta profissão. Sua beleza é incomum, muito poucas mulheres a possuem, veste roupa cara, e mesmo assim – acrescentou agarrando uma mão.

         – Suas mãos levam a marca do trabalho. – Com um dedo percorreu brandamente a palma de sua mão e a beijou. Ainda a olhando – prosseguiu com ternura.

         – Quando chegou ontem à noite estava tranquila, mas há um momento se defendeu de mim com todas suas forças sem deixar que fosse atento contigo.

Enquanto ele falava, a mente de Bella voou longe daquele lugar. De modo que não se tratava de um representante da lei? Perguntou-se. Deus meu que preço tinha tido que pagar por seu medo? Teria sido melhor permanecer ali e enfrentar os homens do governo em lugar de ficar aqui desflorada e envergonhada, ou mesmo seria melhor ter ficado onde estava em vez de ter ido à cidade.

         – Mas não deve temer nada, Bella - continuou Edward.

         – Me encarregarei de que não lhe falte nada e viva com comodidade. Cheguei ontem das Carolinas e permanecerei durante bastante tempo em terra. Ficará comigo enquanto estiver aqui. Irei providenciar para que te estabeleças em sua própria casa antes que eu...

         De repente, uma risada histérica interrompeu suas palavras. Bella, impressionada pela situação, ria a gargalhadas. Gradualmente a risada se foi convertendo em pranto e as lágrimas começaram a sulcar seu rosto. Deixou cair à cabeça e o cabelo ocultou seus seios. Continuou soluçando, desesperada diante de sua desgraça, com os braços cruzados sobre o regaço. Finalmente jogou a cabeça para trás e olhou Edward com olhos avermelhados.

         – Não estava vendendo meu corpo nas ruas – explicou-lhe.

         – Só estava perdida e não conseguia encontrar o caminho.

         Ele ficou olhando, atônito, durante um longo momento.

         – Mas veio com meus homens – replicou.

         Isabella sacudiu a cabeça com desespero. Não sabia nada, pensou. Não sabia nada dela. Era um simples marinheiro de outro país. Afogou-se em seu próprio pranto, jurando que esse homem jamais conheceria seu pecado.

         – Pensei que os tinham enviado para me buscar. Separei-me de meu primo e me perdi. Acreditei que seus homens vinham da parte dele.

– Apoiou sua cabeça contra a parede. As lágrimas escorregavam por suas faces e caíam sobre seu busto nu, que tremia como resposta ao pranto silencioso.

         – Quem são seus pais? – interrogou-a.

         – Uma dama tão bela e cuidada como você deve ter muitos amigos na corte ou proceder de uma família influente.

         Bella começou a dar golpes na cabeça contra a parede e respondeu, cansada:

         – Meus pais morreram faz muitos anos e nunca estive na corte.

         – Deve ter dinheiro – assinalou mostrando o vestido.

         – Este objeto é muito caro.

         Ela o olhou e pôs-se a rir.

         – Não tenho nem um penny – assegurou.

         – Meu primo me deu esse vestido. Trabalho para me sustentar.


         Edward observou as contas cintilantes do vestido e inquiriu;

         – Não estará seu primo preocupado com você e tentando encontrá-la?

         Bella permaneceu em silêncio. Olhou o corpo nu de Edward.

         – Não – murmurou.

         – Duvido disso. Meu primo não é dos que se preocupam muito.

         Ele sorriu aliviado e deixou o vestido no respaldo da cadeira. Dirigiu-se ao lavatório e começou a assear-se. Alguns minutos mais tarde, voltou-se e viu Isabella levantar-se do beliche. Observou seu corpo e se recreou com as curvas sedutoras, ela notou seu olhar e levou as mãos ao púbis para ocultar sua feminilidade. Ele soltou uma gargalhada e continuou barbeando-se diante do espelho enquanto Bella se apressava a tirar do fardo sua blusa velha.

         – Então Isabella, não existe nenhuma razão pela qual não possa permanecer comigo e ser minha amante – concluiu.

         – Encontrarei uma casa para você na cidade para que viva comodamente e onde eu possa ir relaxar. Proporcionarei uma boa soma de dinheiro para que não tenha que procurar a outros homens, pois isso não me agradaria absolutamente. Haverá momentos no futuro em que desejarei gozar de companhia feminina. Eu gostaria de pensar que esse assunto já esteja solucionado.

         O ódio que Bella sentia por aquele homem esteve a ponto de domina-la. Em sua vida nunca havia sentido nada semelhante por alguém. Talvez conseguisse escapar agora que ele estava de costas. Vestida com a blusa, mordeu o lábio inferior para que deixasse de tremer e agarrou o vestido da cadeira. Apertou-o contra o corpo e, com o coração na boca, deu um passo para a porta, e logo outro.

         – Isabella! – exclamou Edward repentinamente, sobressaltando-a e desvanecendo qualquer esperança de escapar.

         A jovem se virou assustada e se encontrou com os ferozes olhos verdes do capitão que a fulminava com o olhar enquanto afiava tranquilamente a navalha de barbear. Ficou imóvel.

         – Acha que vou deixar que fuja de mim? É muito especial para que encontre uma substituta e não tenho nenhuma intenção de deixar que se escape.

         A calma espantosa de sua voz era muito mais aterradora que os gritos violentos de tia Victória. Permaneceu tremendo frente a ele notando que o calor a abandonava.

         – Agora, volta a se colocar ali – disse apontando para o beliche. Bella prontamente obedeceu, pois estava acostumada a acatar toda classe de ordens e, além disso, temia as consequências se não o fizesse. Sentou-se no beliche, ainda com o vestido contra seu peito, e ficou olhando fixamente Edward, esperando que a açoitasse. Ele deixou a navalha sobre a mesa, aproximou-se do beliche e, limpando a face com uma toalha, observou-a. Atirou a toalha sobre uma cadeira e arrebatou-lhe o vestido. Logo apontou a blusa e ordenou:

         – Tire isso. – Bella engoliu a saliva com dificuldade, estava perdendo a inocência com muita rapidez.

         – Por favor – rogou.

         – Não tenho muita paciência - resmungou ele, ameaçador.

         Com mãos trêmulas ela desatou as cintas e começou a desabotoar os diminutos botões da blusa. Tirou-a por cima da cabeça e, ao perceber que ele a contemplava, ruborizou-se.

         – Agora se deite. – ordenou Edward.

Bella caiu no beliche, muito assustada pelo que se aproximava. Tentou tampar o corpo nu com as mãos, humilhada e envergonhada por ser tão covarde.

         – Não o faça - implorou.

         – Por favor. – Voltou a suplicar-lhe.

         – Não está satisfeito em haver-me arrebatado a única coisa que eu tinha? Tem que me torturar uma e outra vez?

         – Deveria aceitar seu destino. – O sugeriu.

         – E aprender a arte da profissão. A primeira coisa que vou ensinar-lhe é que não tem por que ser necessariamente doloroso. Desta vez vai relaxar e me vai deixar fazer sem te opor, embora seja possível que não o desfrute ainda. Verá como o que digo é certo.

– Não! Não! – A moça pôs-se a chorar tentando livrar-se dele.

         – Fique quieta. – Exigiu.

         Uma vez mais, ela obedeceu. Odiava-o com toda a alma, mas seu medo era muito maior. Seu corpo estremeceu violentamente.

         – É assim que trata a sua mulher? – perguntou Bella com tristeza.

         Ele sorriu, inclinou-se sobre seus lábios e respondeu:

         – Não estou casado, querida.

         Quando acabou de beija-la, ela permaneceu em silêncio, tensa, esperando. Edward não a possuiu imediatamente, mas sim, pelo contrário, começou a brincar suavemente com ela, acariciando-a, excitando-a, beijando-lhe os seios e todo o corpo.

         – Relaxe – sussurrou.

         – E não resista. Logo ensinarei o que os homens gostam. Mas agora relaxe e não faça nada.

         Bella não opôs resistência. Enquanto jazia deitada, exposta às carícias daquele arrogante capitão, viu passar sua vida diante de seus olhos como se estivesse às portas da morte. Perguntou-se o que tinha feito de mal para que a vida a tratasse com tanta crueldade. Preferia mil vezes os constantes insultos de tia Victória a esse homem que a utilizava para seu gozo. Nunca deveria ter saído demais, talvez realmente fosse uma mendiga ingrata, como dissera sua tia.

         Ele separou-lhe as pernas e voltou a possuí-la.

         – Fique tranquila, querida. – Edward lhe sussurrou.

         Bella fechou os olhos com força, muito assustada. Não podia fazer outra coisa senão esperar que ele acabasse. Finalmente Edward relaxou sobre ela, esgotado, e perguntou em voz baixa:

         – Machuquei-a desta vez? Está bem, minha querida?

         – Não – Respondeu a moça com um fio de voz. Ele se pôs a rir, afastando-se dela. Sentou-se no beliche e a cobriu com o lençol.

         – Não parece ser uma moça fria, ma petite. - observou, lhe acariciando a perna.

         – Apenas um pouco contrariada no momento. Estou convencido de que logo aprenderá a desfrutar. Mas por agora simplesmente aprende a aceita-lo.

         – Nunca! - Respondeu ela, chorando.

         – Odeio-o! Detesto-o! Desprezo-o! Nem em um milhão de anos o farei! - Mudará de opinião. - Contradisse o capitão rindo antes de levantar-se.

         – Algum dia me suplicará isso.  
        
A raiva se apoderou dela. Estava tão seguro de si mesmo, dela, do futuro. Tinha tudo perfeitamente planejado. E o que opinava ela sobre o assunto? Só podia lhe suplicar clemência e, mesmo assim, sabia que não a iria escutar. A única coisa que tinha clara é que aproveitaria qualquer oportunidade para escapar.
        
Alegrou-se pensando nisso e isso a fez sentir-se mais animada. Mais tarde ou mais cedo se apresentaria a ocasião. Só a ideia de fugir acalmou a irritação, e se abandonou relaxada sobre os travesseiros, ouvindo como Edward se movia pelo camarote atrás dela. Sentiu que lhe pesavam as pálpebras e com a chegada do sono todos os pensamentos se afastaram da mente.

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