sábado, agosto 15, 2015

FANFIC O RECOMEÇO - CAPÍTULO 04


Capítulo 4 – O Beijo
Bella despertou sem fazer nenhum movimento, devido a tranquilidade da cabine, imaginou que estava só, mas, ao voltar–se, viu Edward sentado diante da mesa, lendo seus livros de contabilidade. Estava tão absorto em seu trabalho que parecia ter esquecido sua presença. Bella o observou em silêncio, não podia negar que ele era atraente, fisicamente perfeito, de fato, quando ainda tinha esperanças de ter uma família sonhava com um homem como ele. Mas em nenhum desses inocentes sonhos românticos seu amor a retinha contra sua vontade para satisfazer seus desejos mais vis.
– Sente–se melhor? – Inquiriu Ed. Tinha desviado sua atenção para a moça e encontrou–a observando–o, ficou de pé com um sorriso torto e acrescentou – Espero que tenha fome. Estive esperando–a para tomar o café da manhã.
Bella se sentou no canto da cama cobrindo o busto com os lençóis e com o cabelo despenteado sobre os ombros.
– Vou me vestir – murmurou ao ver que ele se aproximava e se apoiava sobre uma das colunas de madeira do beliche.
– Se isso for o que deve fazer, meu amor... – disse ele em tom carinhoso. – Quer que a ajude?
Bella se sobressaltou ao ouvir seu oferecimento.
– Não me toque! – Exclamou.
– Olha! Vejo que minha gatinha tem as garras afiadas. Devo faze–lá ronronar, querida?
– Se você se aproxima gritarei – ameaçou–o.
Os dentes brancos de Edward brilharam ao agarra–lá pelos pulsos e atraí–lá para si. Olhou Bella nos olhos.
– Acha que serviria de algo? – Perguntou–lhe, desfrutando com a situação. – Meus homens sabem que a menos que os chame não devem me incomodar em meus momentos de descanso. Além disso, querida, posso afogar facilmente seus gritos com meus beijos.
Bella se separou dele com um estremecimento, podia notar o olhar de Edward sobre seu corpo nu, ele voltou a rir e a agarrou pela cintura.
– É realmente tentadora, milady – afirmou –, mas ainda não é hora de sua segunda lição. Meu criado está esperando para nos servir a comida. – Soltou–a e abriu um armário próximo da cama, de onde extraiu um roupão de homem. Ofereceu. – É um pouco grande para você, mas é o melhor que posso lhe oferecer no momento – acrescentou com um sorriso torto – Esta tarde a levarei para comprar alguns vestidos. Se for como as outras mulheres, isso a animará.
Bella vestiu o roupão rapidamente. Era enorme; as mangas pendiam e tinha que ergue–ló para poder caminhar sem arrasta–lo. Ed esboçou um sorriso e seus olhos se iluminaram ao observa–lá. Logo a ajudou a arregaçar as mangas.
 –Se se pode estar ciumento de um simples roupão, milady, então eu estou deste, e se tivesse vida garanto que ajustaria as contas com ele.
– Permite–me ter um pouco de privacidade para que possa me assear, senhor? – Ajustou firmemente roupão ao redor do pescoço e rogou em voz baixa – Por favor.
– Seus desejos são ordens, milady. Há alguns assuntos concernentes à carga que requerem minha atenção, de modo que dispõem de algum tempo.
Logo que ele saiu, ela suspirou aliviada e se aproximou do lavatório. Verteu um pouco de água e esfregou cada centímetro do corpo até que a pele tomou um rosado saudável. Desejou uma banheira em que pudesse inundar–se é apagar todo rastro dele. Desejava esquecer a fina capa de suor que umedecia seu corpo e o dela, o tato de suas mãos, seus beijos asfixiantes. Tudo. A mais mínima prova que revelasse que tinha sido dele.
A água fria era reconfortante. A blusa velha e o vestido rosa, a fizeram sentir–se muito melhor. Penteou–se o melhor que pôde com as mãos e devolveu o roupão ao armário. Ao fazê-lo, deu–se conta da roupa elegante e claramente cara que havia dentro dele. Irritava–a pensar que não podia zombar de seus pertences nem em segredo.
Aproximou–se resolutamente do beliche e, com uma raiva renovada, começou a alisar os lençóis até que descobriu as manchas de sangue. Arrancou os lençóis enfurecida e jogou–os no chão.
Ouviu as gargalhadas de Edward atrás dela, voltou–se e, com os olhos brilhantes e as faces avermelhadas, olhou–o. Estava no vão da porta; tinha retornado sem fazer ruído. Ele desviou sua atenção do rosto furioso da jovem para os lençóis que estavam no chão, logo ergueu a vista, fechou a porta e se apoiou contra esta com expressão zombadora. Bella lhe deu as costas resmungando, odiava–o por rir dela. Era detestável, mesmo com aquele sorriso torto de tirar o fôlego.
 Edward se aproximou da jovem, deslizou os braços ao redor de sua cintura e a atraiu para si.
– Acreditava realmente que com esse rosto e esse corpo podia permanecer casta muito tempo, querida? – perguntou–lhe em voz baixa e profunda, cheirando seus cabelos – Foi feita para o amor, e é certo que não me entristece o mínimo ter te feito mulher antes que outros homens o fizessem. Tampouco me sinto culpado do prazer que me proporcionou. Rogo–lhe que não me culpe por me ter enfeitiçado por sua beleza e desejar você somente para mim. Não faze–lo seria uma tarefa difícil para qualquer homem. Como vê, milady, eu sou o prisioneiro, encantado sob seu feitiço.
Bella estremeceu ao sentir seus lábios ardentes no pescoço. Seu coração palpitava fortemente.
– Você não tem consciência? – declarou com uma voz afogada. – Acaso não se importa de que eu não queira estar aqui? Não sou uma de suas meretrizes nem tenho nenhum desejo de sê–lo.
– Não o deseja agora, meu amor, mas o fará mais adiante – assegurou–lhe ele. – Se concordar que vá agora, jamais a verei devido ao que aconteceu entre nós. Se nos tivéssemos conhecido em outras circunstâncias, teria podido cortejar você com galanteria e a teria levado a meu leito com palavras amáveis. Mas começamos ao reverso. Assustei–a e assim como um pássaro foge de seu caçador, você foge de mim. Para que deseje ficar ao meu lado, tenho que te demonstrar que não é tão mal ser minha amante. Terá tudo o que deseje.
– Tinha ouvido histórias a respeito dos ianques – afirmou ela com malícia – mas nunca tinha acreditado que fossem verdadeiras até que o conheci.
Edward jogou a cabeça para trás e soltou uma sonora gargalhada.
– É uma mulher totalmente inglesa, milady.
– Simplesmente me diga por que eu? – inquiriu e ergueu os braços. – Diga por que tenho que ser vítima de seus desejos quando há milhares de mulheres muito mais dispostas que eu! Não encontraria muito mais diversão em praticar seus jogos perversos com uma mulher que desfrutasse em vez de faze–lo com uma que não suporta sua presença?
Edward zombou de sua raiva.
– Tem uma língua muito afiada, milady. Feriu–me profundamente. Mas as razões são muito simples. Olhe–se e se dará conta de que é excepcional; como uma baforada de ar fresco depois de uma noite em um botequim abarrotado – sentou–se atrás da escrivaninha e relaxou observando. – Você é muito desejável, e verdadeiramente vale à pena ter uma joia enquanto isso é possível. O desafio de conquista–lá me excita. Ninguém tinha me rejeitado antes.
– Pois deveriam têm–lo feito – respondeu ela. – Provavelmente então teria aprendido a ser um cavalheiro. – Deu–lhe as costas, frustrada. Não podia falar com aquele descarado, presunçoso e arrogante. Jogava com armadilha. Não havia suficientes palavras para descrever o que sentia por ele. Tudo o que sabia é que o abandonaria e seu miserável camarote mesmo que fosse a última coisa que fizesse na vida.
Ao final de um momento, George entrou no camarote com uma grande bandeja carregada com o café da manhã. O criado dirigiu um tímido sorriso a Bella enquanto deixava a comida sobre a mesa, mas a moça lhe deu as costas. George olhou confuso seu capitão, que esboçou um sorriso e assentiu para lhe indicar que continuasse com o que estava fazendo. Quando a mesa estava servida, Edward puxou uma cadeira para que Bella se sentasse.
– Se tiver a bondade – convidou–a com um sorriso zombador. – Me é francamente difícil comer enquanto permanece de pé fulminando–me com o olhar. Agora se sente e, para variar, seja uma boa garota.
Bella sentou–se em silêncio e provou a comida, estava deliciosa, nunca havia provado nada parecido, mas seu estado emocional lhe tirava toda a fome. George a olhava, gostaria de agrada–lá, mas não sabia o que fazer. Resolveu sair da cabine, mas se deparou com s lençóis amontoados e ao pega–los arregalou os olhos quando viu a mancha de sangue, saiu mais que depressa.
– Não tolerarei seu mau humor na minha mesa, Isabella – avisou–a com calma –, nem que seja descortês com meus homens. Na presença deles se comportará como uma dama.
Edward continuou fitando–a e ao observar o vestido que trajava sentiu–se incomodado; apesar de ser um traje bonito, foi feito para uma moça mais nova e o fazia sentir que havia roubado um bebê do berço. Não era o tipo de roupa que gostaria para sua amante, nem tampouco a camiseta puída que a vira vestindo anteriormente.
Uma vez acabado de comer, Edward voltou a sua mesa para trabalhar em seus livros. Bella, muito inquieta e sem saber o que fazer, começou a caminhar pelo camarote até ele partir. Nesta ocasião esteve fora o necessário para que a jovem reunisse coragem suficiente para tentar escapar. Mas planejou mal sua fuga, pois ao sair se encontrou com ele dando ordens a um membro de sua tripulação. Enfurecida, fechou a porta com uma batida. Edward a tinha a descoberto e estava zombando dela.
Após a refeição do meio dia, satisfeito seu apetite, Edward afastou a cadeira da mesa, e examinou a moça uma vez mais. O silêncio encheu o lugar. Bella engoliu a saliva com dificuldade, fugindo de seu olhar. Sabia que seus desejos se acenderam de novo e não pôde evitar que seu coração se acelerasse.
A voz de Edward era grave e cheia de paixão.
– Venha aqui, Bella– ordenou–lhe.
Ela ficou paralisada na cadeira, ele nunca a chamara assim. Não obedeceria. Ficaria onde estava. Não conseguiria amedronta–lá. Sacudiu a cabeça e conseguiu balbuciar um fraco:
– Não.
Edward entreabriu as pálpebras e esboçou um sorriso torto.
– De verdade admiro sua coragem, ma chérie, mas acha que é inteligente resistir? – Perguntou. – Sabe tão bem como eu que não possui a força suficiente para impedir que obtenha o que desejo. Não seria melhor que admitisse a derrota e viesse voluntariamente?
Bella estremeceu. Estava aterrada. Levantou–se devagar, com pernas trêmulas, e mordendo o lábio inferior, foi até ele. Ele sorriu com calma, agarrou–a pelo braço atraindo–a para si e sentando–a sobre seus joelhos. Ela permaneceu rígida enquanto ele beijava o seu pescoço.
– Não tema – sussurrou. – Não te farei mal.
Beijou–a nos lábios trêmulos e, abraçando–a estreitamente, separou–os. Bella se apoiou em seu peito, débil e chorosa. Seus beijos continuaram durante o que lhe pareceu uma eternidade. Ao deslizar a mão sobre sua coxa e subir para seu sexo, a jovem gemeu e tentou afastar–se dele. Não conseguiu romper seu abraço. Edward a beijou na comissura dos lábios, no queixo, na orelha.
– Não se oponha – murmurou. – Desfrute.
– Não posso – respondeu ela, sufocada.
– Claro que pode – repôs ele.
Com os lábios úmidos e separados foi do pescoço até as curvas de seus seios por cima do vestido, sorvendo o aprimoramento de sua carne. Acariciou seus seios sem pressa, do vale que havia entre ambos até seu topo arrepiado sob o vestido. A respiração de Ed se acelerou, e com cada respiração abrasava a pele da moça. Muito excitado, desabotoou–lhe o sutiã e beijou–lhe a carne nua.
De repente alguém bateu na porta do camarote. Ed franziu o cenho. Bella, com uma reação desesperada, apertou a roupa contra o peito, envergonhada, e tentou afastar–se quando ele afrouxou o abraço. Mas Edward voltou a estreita–lá com firmeza, forçando–a a ficar onde estava. Sua indignação era evidente quando disse ao intruso que entrasse.
– Maldição, entre! – Exclamou.
George abriu a porta. Ao vê–los se ruborizou.
– Peço desculpas, meu capitão – se desculpou –, mas veio um mensageiro de parte de um comerciante que deseja falar com você sobre o carregamento. O homem diz que seu patrão estaria interessado em comprar todo o arroz e o índigo se tivesse um encontro com você e chegassem a um acordo.
– Quer que eu vá? – Perguntou Edward com incredulidade. – Por que demônios ele não vem ao Fleetwood como todos outros?
– O homem está aleijado, capitão – explicou o criado. – Se o senhor estiver de acordo, dará uma olhada no carregamento para calcular o custo aproximado e depois o verá.
Edward murmurou umas palavras quase imperceptíveis com uma expressão grave no semblante.
– Acompanhe o senhor Boniface. George – disse–lhe. – Quando tiverem acabado traga o homem aqui.
George partiu fechando a porta atrás de si. Edward soltou a contragosto Isabella, que correu ao assento do banco e vestiu a roupa a toda pressa. Ele se aproximou da escrivaninha e se sentou em sua cadeira sem afastar o olhar da jovem, que continuava ruborizada.
Dali a um momento chegou o mensageiro. Bella virou de costas e afundou a cabeça nas almofadas do assento. O fato de que alguém pudesse vê–la no camarote do capitão Edward Cullen a envergonhava ao extremo. Tinha marcada a desonra em seu rosto e desejava morrer. Podia observar através das janelas como a água golpeava os lados do casco de navio mercante atracado junto ao deles e especulou com a possibilidade de deixar que a água acabasse com seus problemas. Mas não tinha a coragem suficiente. Aproximou–se das janelas para observar melhor o escuro e agitado rio sem perceber que o mensageiro se fora e que Edward estava atrás dela. Ao pousar sua mão no ombro da moça, está se sobressaltou. O homem pôs–se a rir com ternura e se afundou nas almofadas junto a ela, brincando com um dos cachos que lhe caíam sobre o busto.
– Receio que devo deixa–lá por algumas horas, Bella, mas voltarei logo que me seja possível – informou. – Dei instruções a George para que a vigie, de modo que rogo que não o faça difícil. Apesar do que se passou ontem à noite, é uma alma terna quando se trata de mulheres. Disse–lhe que a quero aqui quando voltar, assim não trate de escapar. Esfolarei–o vivo se fugir. Além disso, voltaria a encontra–lá mesmo que tenha de derrubar Londres inteira.
– Não me importa se vai esfolar ou não seus homens – replicou ela –, mas se me apresentar à oportunidade de escapar, não duvide que a aproveitarei.
Edward arqueou uma sobrancelha.
– Nesse caso Bella, devo leva–lá comigo.
– Oh, não! –Suplicou ela, alarmada. – Por favor. Suplico–lhe. Morreria de vergonha se o fizesse. Por favor, não. Se quiser ficarei aqui lendo. Prometo.
Edward a olhou, surpreso.
– Sabe ler – inquiriu.
– Sim – respondeu docemente a jovem.
Esboçou um sorriso. Não havia muitas mulheres que soubessem ler. Sentiu um novo respeito pela jovem.
– Muito bem – concordou finalmente. – Fique. Eu pararei pelo caminho em uma loja de roupas para que a possa vestir como uma mulher. Agora se ponha de pé e deixe que eu veja qual é seu tamanho.
Bella obedeceu–o, inibida, e se virou lentamente segundo as indicações. Seus olhos percorreram o corpo da moça fazendo uma avaliação.
– Suas medidas são as de uma formiguinha – observou.
– Há pessoas que afirmam que sou muito magra – comentou Isabella ao recordar os insultos de tia Victória.
Edward soltou uma gargalhada.
– Posso imaginar as bruxas ciumentas que disseram isso.
Um leve sorriso irrompeu no rosto de Bella ao perceber que Edward parecia descrever tia Victória, mas se desvaneceu tão rápido como tinha aparecido.
– Uau! – Edward sorriu. – Sabia que cedo ou tarde conseguiria arrancar um sorriso da senhorita.
– Graças ao senhor tenho muito poucas coisas para ficar contente – afirmou.
– Lá estamos outra vez, não? – Disse ele, rindo entre dentes. – Seu humor é muito mutável, milady – levantou–se e se colocou atrás dela. – Agora vamos comprovar se derreteu um pouco o gelo que cobre seus lábios. Eu gostaria de sentir um pouquinho de calor, para variar. Venha, me beije como o faria uma amante. Não tenho mais tempo.
Bella suspirou aliviada ao não ter que sofrer de novo a arte de seus fazeres amorosos. Decidiu que um pequeno esforço, cedendo a seus protestos, não faria mal e ela poderia tentar escapar. Voltou–se, e com uma nova determinação, deslizou os braços atrás do seu pescoço e trouxe a cabeça para a sua. As sobrancelhas de Edward se arquearam ao pensar nesta nova mudança, mas Bella, sem querer que se detivesse para pensar neste assunto durante muito tempo, pressionou seus lábios úmidos e quentes sobre os dele. Procurando pela escassa experiência que possuía beijou–o longa e apaixonadamente, arqueando o corpo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário