sábado, outubro 25, 2014

Fanfic: Dois Mundos, Duas Vidas - Capitulo 30


Autora: Giis Vieira

Género: Aventura, Drama, Lemon, Romance

Classificação: +16

Categoria: Saga Crepúsculo

Avisos: Linguagem Imprópria, Sexo, Violência




Capítulo 30

Edward

Estava deitado na cama de Bella, esperando-a voltar do banheiro. Olhei para o mostrador do despertador, faltavam exatamente 24 horas para a apresentação das lideres de torcida, e isto estava deixando Bella nervosa, preocupa e muito, muito estressada, principalmente depois de ter tirado o gesso. Ela ficou argumentando um bom tempo com Carlisle, dizendo que o braço ainda não estava bom e que ainda doía muito quando ela mexia.

Mas por mais que ela estivesse estressada, nervosa e me expulsasse do quarto sempre que eu falava algo que a irritava - é claro que ela sempre me chamava de volta, pedindo desculpas com seu jeitinho doce -, eu preferia assim, há alguns dias atrás, depois da crise de choro e se culpar pela morte do pai. Claire ficou com medo de Bella ter uma recaída e voltar à depressão. Felizmente isso não aconteceu. Tirando o episódio do dia seguinte - quando ela entrou em crise -, quando tive que deixá-la por um breve período, para resolver algumas coisas com minha família.

Claire ligou para minha casa desesperada, dizendo que Bella havia sumido. Estava chovendo muito no dia e para piorar Alice tinha saído com Jazz, e não conseguíamos falar no celular deles. Eu não conseguia ouvir os pensamentos dela, o que dificultou mais ainda. Procuramos em todos os lugares possíveis, não obtivemos sucesso. Só depois me veio à cabeça um lugar. O único lugar para onde ela iria, e que nós nem ao menos cogitamos. Repassei minhas suspeitas aos tios dela e aos outros que ajudavam na busca e seguimos para o cemitério de Forks.

Como suspeitava, ela estava lá. Chorando, abraçada ao tumulo do pai murmurando pedidos de desculpas a ele. A cena era tocante, triste. Todos que estavam ali choraram junto com ela. Ouvi Rosálie e Esme soluçarem, e aposto que se fossem humanas seus rostos também estariam banhando de lagrimas. Até Emmett - com seu jeito de durão - parecia estar chorando. Depois a levamos para casa, e a deixamos descansar. Todos conversaram muito com ela, principalmente o tio e a tia dela. Alice apareceu desesperada pedindo milhões de desculpas por não ter visto e por não estar presente. Ela e Jasper conversaram muito com Bella também.

Para a nossa felicidade no dia seguinte, Bella não apresentou nenhum sintoma de que estivesse entrando em depressão, seus olhos ainda eram tristes, eu sabia que ela ainda sofria, mas ela tentava não transparecer. E o brilho de seus lindos olhos castanhos mel voltou conforme os dias foram passando. É claro que Ângela, Alice e Rosálie não deixavam que ela pensasse em nada que não fosse à apresentação para a escolha das lideres. Fora os dias que minhas irmãs junto com Ângela a seqüestravam para fazer compras, e por mais que eu ficasse com raiva porque diminuía meu tempo com ela, eu não reclamava. Sabia que era um plano de Alice, não deixá-la ficar pensando em coisas que a magoasse.

Alice queria de alguma forma recompensar por ter falhando no dia em que Bella sumiu.

Voltei ao presente com o barulho de uma porta sendo aberta e fechada logo em seguida. Pela ausência de pensamentos, só poderia ser uma pessoa. Ninguém mais conseguia me pegar de guarda baixa.

Virei-me e dei de cara com uma Bella corada, com os olhos arregalados. Ela estava com os cabelos molhados e só com uma pequena e fina toalha envolvendo seu corpo.

Bella

Ainda olhava paralisada para o ser perfeito que estava deitado na minha cama. Senti meu rosto corar mais ainda com a olhada que ele me deu. E ele ainda espera que eu não ultrapasse nenhum limite, mas eu também não tenho nenhuma ajuda.

Precisava falar alguma coisa, mas meu cérebro estava entorpecido, não conseguia encontrar minha voz. Respirei fundo varias vezes para tentar acalmar - sem sucesso - minha pulsação.

–- Bella sabia que não ajuda muito o meu autocontrole, você ficar desfilando com esses... Hum... Trajes na minha frente? - Comentou Edward me olhando de cima a baixo maliciosamente.

Depois dessa, provavelmente meu rosto nunca mais voltaria à cor normal. Tentei me recompor para lhe dar uma resposta:

–- Não tenho culpa, se alguém tem o péssimo habito de invadir meu quarto. - Disse tentando soar sarcástica, mas minha voz tremia tanto quanto meus joelhos. - E não era para você estar com Jasper e Emmett? - Estreitei os olhos desconfiada.

–- Sim, mas eles me liberaram, quando disse que viria ficar com você. - Ele deu aquele sorriso torto que acabava comigo. - Queria saber se estava tudo bem com você. - Agora ele estava sério.

Revirei os olhos. Já não tinha dado provas suficientes de que eu não iria surtar de novo? Fora aquele dia que sai sem avisar ninguém e acabei no cemitério, nunca mais dei sinais de que estava entrando em depressão, estava agindo normal. Havia prometido que eu seria feliz, que seguiria em frente. Esse tinha sido um dos primeiros pedidos que meu pai havia feito antes de morrer. Fora que conversar com meus tios me ajudou muito.

–- Eu estou bem. - Disse com firmeza e era a mais pura verdade. - Não precisa se preocupar.

Edward levantou da cama e em um átimo estava diante de mim. Ele pegou meu rosto entre as mãos longas e brancas e olhou para os meus olhos. Provavelmente tentando se certificar de que eu não estava só tentando tranqüilizá-lo. Ele sorriu e beijou minha testa, depois a ponta do meu nariz e por fim meus lábios.

Senti meu corpo todo tremer. Não fora uma boa idéia ele me beijar desse jeito enquanto eu estava coberta apenas por uma fina e curta toalha. Edward pareceu perceber o mesmo, porque ele logo se afastou.

–- Acho melhor você colocar logo uma roupa, está tremendo - Disse afagando meus ombros. Ele não deveria ter feito isso, eu quase fui ao chão.

Corri para o meu closet e peguei a primeira peça que estava à vista sem me certificar o que era, e disparei para o banheiro.

Edward


“ Você vai queimar nas profundezas do inferno Edward!”– Disse minha consciência. Eu tive vontade de retrucar. “Se eu tivesse uma alma talvez...”.

Mas acho que no meu caso um castigo dos Volturi já seria o suficiente. Pensar na realeza vampiresca lembrou - me que eu teria que resolver logo minha situação com Bella. Pelas leis dos Volturi, nenhum humano que soubesse do nosso segredo deveria permanecer vivo. Eu não deixaria ninguém machucá-la - fazer algo pior. Estremeci só com a idéia de alguém fazer algo com minha bonequinha. Deixá-la também estava fora de cogitação. Só restava uma opção, mas esse assunto de ser discutido com muita calma com Bella e minha família.

Bella entrou no quarto vestindo um roupão. Suspirei. Era melhor do que uma toalha.

A quem eu queria enganar? Eu estava torcendo para que a toalha escorregasse. Minha consciência que eu pouco escutava ultimamente fez um esforço enorme para mandar meu lado pervertido calar a boca e se acalmar.

Bella

Assim que cheguei ao banheiro reparei que só tinha pegado roupas de baixo. E ainda por cima uma que não era nada inocente. O conjunto de rendas pretas e vermelhas da Victoria Secrets, e era transparente ainda por cima. Eu havia ganhado da minha prima quando tirei o gesso - eu ainda não sabia qual era a intenção dela me dando essa lingerie. Só para piorar eu não podia voltar ao meu quarto para pegar algo menos provocante. Pelo menos, para meu alivio a calcinha não era fio dental - acho que eu morreria se fosse - ela era compridinha, estilo cueca feminina, só que cheia de rendas e transparentes.

Vesti a lingerie, me amaldiçoando por não ter reparado nas roupas que pegava, e depois coloquei meu roupão - que graças a Deus eu havia esquecido no banheiro - e sai.

Quando cheguei ao quarto, Edward me olhou, mesmo de longe pude ver seus olhos ardendo de desejo. Tremi de novo. Tentei focalizar meus olhos em qualquer outra coisa, se não acabaria desmaiando. Foi então que eu vi. Por isso, tinha esquecido meu pijama: Edward estava deitado em cima dele.

–- Não ia colocar uma roupa? - Perguntou ele erguendo as sobrancelhas.

–- Sim, mas alguém está deitado em cima do meu pijama. - Disse apontando para a roupa embaixo dele.

Ele sorriu se desculpando. Edward pegou o pijama, levou até o nariz e fechou os olhos, como se estivesse apreciando a fragrância da mais perfumada das rosas. Corei só para variar.

–- Err... Então, se quiser pode voltar para Jasper e Emmett.

–- Está me expulsando? - Perguntou ele em um tom fingido de magoa.

–- Claro que não. Mas é que você sempre fica comigo agora, acho que seus irmãos sentem sua falta. - Ele ergueu as sobrancelhas - Além disso, eu estou bem, o máximo que pode acontecer, é eu fingir que estou com dor de barriga ou me jogar da escada para quebrar um braço e não ter que apresentar amanhã, o que Alice veria com certeza e me impediria.

Edward


Com essa eu tive que rir. Realmente Bella seria capaz de fazer qualquer coisa para fugir do que lhe esperava no dia seguinte.

Ainda não tinha conseguido arrancar de Alice o que ela estava planejando.

–- Tem razão - disse levantando as mãos e me rendendo - minha tarefa é que você esteja sã e salva até amanhã.

Ela bufou.

–- Sabe você como meu namorado tinha a obrigação de me defender.

–- Não seja estraga prazeres Bella. - Ela fechou a cara e cruzou os braços, mas não durou por muito tempo, porque logo se lembrou de algo mais importante.

–- Err... Você poderia devolver meu pijama e olhar para outro lado, ou sair, por favor? - Pediu ela sem graça.

Estendi o pijama a ela. Bella esperou até que eu me virasse o outro lado. Reprimi ao máximo a vontade de espiá-la. Sabia se o fizesse não resistiria. É, eu estava perdido.

–- Pronto, pode olhar - a voz de Bella interrompeu meus pensamentos. E eu sou grato por ela ter feito isso, meu lado pervertido estava impossível.

Virei-me para olhá-la, e agradeci de novo por ela ter escolhido um pijama comprido, apesar de a blusa deixar parcialmente sua barriga a mostra, mas era melhor assim, não sei se agüentaria se a visse com aquele shortinho novamente.

–- Está linda! - A elogiei - só para vê-la corar -, analisando-a no conjunto de calça roxa e blusa lilás. Era incrível como Bella conseguia ficar linda até de pijama.

Levantei-me e fui até ela. Puxei-a para mim, apertando sua cintura. Bella passou os bracinhos pelo meu pescoço e se esticou nas pontas dos pés para poder tocar meus lábios com os seus. Ela era tão pequena, que mesmo se esticando toda tive que me inclinar para beijar seus lábios.

Sim quebrar o beijo a peguei nos braços e a deitei na cama. Senti que Bella já estava ficando sem ar, mas quando tentei quebrar o beijo ela me apertou mais, tentando me impedir. Também não estava com a mínima vontade de parar de beijá-la, mas era necessário.

Segurei seus pulsos finos delicadamente e afrouxei seu aperto em meu pescoço - se eu fosse humano provavelmente eu já estaria morto por falta de ar. Ela resmungou baixinho quando interrompi o beijo, ela agora respirava com dificuldade. Mas meus lábios não deixaram sua pele, enquanto Bella recuperava o fôlego, explorei todo o seu pescoço com os lábios.

Lembrei-me do novo presente que havia comprado para ela, a ocasião era perfeita. Parei de beijar seu pescoço. Sentei-me na cama e a encarei. Bella fez uma careta que deixou bem claro, que ela não estava nenhum pouco satisfeita por eu ter parado. Eu ri, e levei um tapa.

Sem dizer nada levantei sua blusa, até deixar sua barriga totalmente exposta. Bella prendeu a respiração. Passei as pontas dos dedos por sua pele quente, que ficou arrepiada com o toque. Continuei com a caricia, subindo e descendo, até que parei onde queria. Encarei a jóia prata - de matéria cirúrgica que não afetava a saúde como ela me garantiu -, com a haste escondida pela pele, e as duas pontas em destaque, uma peque e redonda de metal, e a maior era meio achatada com o desenho do Smile. Não podia negar que ficava bonito, principalmente no corpo dela, mas ainda não entendia porque as pessoas gostavam de terem a pele perfurada por agulhas enormes e grossas.

Passei a mão pela jóia, Bella estremeceu, liberando todo o ar que ela tinha segurado e tremeu de novo - era melhor eu terminar logo com isso, antes que meu lado pervertido se liberasse e eu perdesse o pouco autocontrole que me restava. Desrosqueei a bolinha menor, e fui retirando a jóia bem devagar para não machucá-la.

–- Ei, o que está fazendo? - Perguntou Bella confusa.

–- Shhi... Nada de mais. Já, já você verá.

Ela assentiu e relaxou. Retirei o piercing por completo, e comprei o que eu havia comprado no dia anterior. Ainda lembro-me da cara que Emm e Jazz fizeram, quando pedi um piercing de umbigo de estrela com strass lilás, até o vendedor estranhou um pouco, é claro que a pessoa inteligente aqui não mencionou que era para a namorada. Mas eles também me deram tempo antes de tirar conclusões precipitadas. O bodypiercing entendeu, quando mencionei minha namorada, mas é claro que meus queridos irmãos não se convenceram com facilidade.

Terminei de colocar o novo piercing, e como havia suspeitado havia ficado perfeito nela.

Bella se ergueu nos cotovelos para olhar a jóia prata com três estrelas estilo pingente com strass lilás incrustado.

–- Uau! - Exclamou tocando a jóia. - É lindo. Obrigada, você tem muito bom gosto.

–- Achei que você gostaria de estrelas, já que não suporta mais borboletas. - Ela começou a rir. Toquei a jóia por cima da mão dela.

–- Obrigada, de novo. - Ela se levantou um pouco para me beijar.

–- Posso te fazer uma pergunta? - Perguntei um tempo depois, quando ela precisou respirar.

–- Claro.

–- Doeu quando colocou?

–- Por incrível que pareça não. - Ergui as sobrancelhas em descrença. - É sério, foi bem rápido e indolor. - Ela pareceu pensar um pouco e voltou a falar: - Sabe, eu estava pensando, será que doeria em você, se tentasse fazer uma tatuagem ou um piercing.

–- Não, mas não posso dizer o mesmo das agulhas. - Ela riu.

Ficamos rindo por um bom tempo. Bella deitou em seu travesseiro e fechou os olhos. Eu fiquei a admirando. Meus olhos desceram para sua barriga que ainda estava completamente à mostra. E sem nenhum tipo de comando consciente, como se tivesse só seguindo meus desejos, inclinei e toquei seu umbigo com os lábios. Bella soltou um gemido baixo. Foi o suficiente para que eu me sentisse estimulado a continuar. Desde a primeira vez que a vi eu quis fazer isso. Beijei toda a extensão da barriga perfeita dela, aspirando seu cheiro doce.

–- Edward... - Chamou Bella ofegando. - Por favor... Faça logo o que tiver de fazer, mas não me torture desse jeito!

Parei o que estava fazendo para encará-la. Nem percebi que já estava indo longe demais. Meus lábios estavam muito perto do elástico da calça de seu pijama. Um lugar muito, muito perigoso.

Levantei e fui deitar-me ao lado dela, e a puxei para os meus braços. Bella deitou a cabeça em meu peito, e eu beijei sua testa. Sua pulsação estava acelerada e ela estava muito quente.

–- Você está quente. - Passei a mão por sua testa, que estava um pouco suada. Perguntei-me o quão longe eu havia ido dessa vez. Era incrível como eu perdia completamente a noção das coisas perto dela.

–- Você nem imagina o quanto. - Disse corando.

–- É melhor dormir. - Bella assentiu passando os braços por minha cintura. Eu a cobri e em poucos minutos ela já estava dormindo.

Quanto a mim estava em uma situação que eu não poderia ter deixado chegar, nem queria pensar muito se não seria capaz de acordá-la só para... Deixa para lá.

Essa garota ainda ia acabar comigo. Eu precisava urgentemente conversar com Carlisle.

domingo, outubro 19, 2014

Fanfic A Fera Vermelha – Capítulo Final

Autora: AnnaThrzCullen

Gênero: Romance, drama

Classificação: +16 anos

Categoria: Beward

Avisos: Adaptação, Linguagem Imprópria, Nudez e Sexo

 

Capitulo X

— Eles voltaram! Os homens retornaram!

Isabella mal olhou para Edna quando a jovem criada invadiu seu quarto gritando a notícia. Era algo que ela já sabia. Vira a aproximação de Edward e de seus homens do alto de uma das muralhas de Royal Deeside. Não a surpreendia que o marido não houvesse mandado ninguém para anunciar sua chegada. Ele devia pensar que a breve mensagem enviada quase um mês antes era suficiente, embora não tivesse determinado nela a data de seu retorno.

Suspeitava de que a culpa fosse a principal causadora desse retorno silencioso. Edward devia pensar que ela já tinha conhecimento das razões que o levaram a lutar contra os escoceses. Ponderava preocupado a necessidade de falar com ela, de revelar toda a verdade. Qualquer que fosse a situação, ele esperava amenizá-la valendo-se da tática da surpresa. Pois seria ele o grande surpreendido.

sábado, outubro 11, 2014

Fanfic: Dois Mundos, Duas Vidas - Capitulo 29


Autora: Giis Vieira

Género: Aventura, Drama, Lemon, Romance

 Classificação: +16

Categoria: Saga Crepúsculo

 Avisos: Linguagem imprópria, Sexo, Violência



Capítulo 29


Edward

–- VAMOS EDWARD, NÃO VAI QUERER SE ATRASAR HOJE VAI? - Gritou uma Alice impaciente ao pé da escada.

Não sei o porquê de tanta pressa e euforia. Era sábado. Também não sabia o motivo de estar indo a escola em pleno sábado de manhã. Ah, lembrei, eu tinha ficado lesado por uns dias e deixei que inscrevessem meu nome no time da escola.

E depois de uma semana conturbada, de altos e baixos, minha namorada humana de TPM ( ainda bem que só durou três dias), ainda tinha que me prestar a esse papel. Eu não tinha a mínima vontade de ser capitão de time nenhum, sabia que meus irmãos também não.

Então, que sentido tinha ir para a escola em pleno sábado de manhã?

Nenhum!

Era um desperdício de tempo. E eu estava desperdiçando um tempo precioso que eu poderia estar aproveitando com Bella, vendo-a despertar a abrir aquele sorriso lindo. A única coisa que me alegrava nesse dia era que ela estaria lá também, torcendo por mim. E depois fugiríamos para algum lugar longe de todo mundo.

Desci as escadas e passei direto pela sala, ignorando os protestos, reclamações e xingamentos de meus irmãos. Fui direto para o carro, e é claro em poucos segundos os outros já estavam comigo.

Chegamos à escola, percebi que a pesar da hora o estacionamento estava mais cheio do que em um dia de aula normal. É seria um dia daqueles. Claro que assim que saí do carro a procurei com o olhar, e a encontrei. Avistei minha bonequinha perto do carro da prima conversando com Ângela. Estava linda como sempre: usava uma blusa azul de mangas três quartos com toca, uma saia jeans, uma legging preta por baixo da saia e all star - acho que ela era viciada nesse tênis, só pode. Mas para minha frustração nem pude ir lá falar com ela, nem receber um beijo de boa sorte, antes mesmo de eu dar o primeiro passo, fui agarrado por Emmett e Jasper e arrastado para o vestiário.

“ Não reclame Edward. Você que quis ficar enrolando para não sair logo.”– Pensou Jasper quando protestei por eles não terem me deixado ir falar com Bella. Eles não podiam esquecer que foi por causa deles, que não fiquei com ela a noite toda.

Bella acenou para mim e mandou beijo. Ela e Ângela deram risadas da cena de Jazz e Emm me arrastando para o vestiário como se eu fosse fugir. E apesar de ser essa minha vontade eu não fugiria, iria até o fim.

Quando chegamos ao vestiário vários olhares caíram sobre nós. Alguns eram confusos e curiosos, outros raivosos ( os de Newton e sua trupe de babacas é claro), e tinha até olhares satisfeitos?

Não consegui bloquear minha mente antes de ser bombardeada com os milhares de pensamentos dos presentes no vestiário.

“ Mike se ferrou legal! Tomara que um dos Cullen fique com o cargo de capitão do time. Quero o ver baixar aquela crista.”– Pensou um garoto magricela que estava encostado em um armário do outro lado.

“ Ah, então os Cullen realmente vão participar? Achei que fosse uma piada de mau gosto do Ben.”– Pobre Mike, não fazia idéia de que a piada seria ele.

Ouvi Tyler Crowley cochichar com Lee Stephen sobre quem tinha maior probabilidade de ser capitão do time.

–-... de qualquer forma. - Concluiu Tyler. - Seguirei o vencedor. Se Mike não for mais o capitão, que sentido há em ficar aturando ele. - Com amigos como esse Newton não precisa mais de inimigos.

Jasper, Emmett e eu havíamos acabado de nos trocar, quando Ben veio todo animado conversar com agente. Ficamos conversando sobre passes e estratégias de jogos. Senti meu IPhone vibrar e pedi licença. Era uma mensagem de Bella.

De: Minha Bella

“Oi queria lhe desejar boa sorte pessoalmente, mas que Emmett ou Jasper teriam me escorraçado. Então boa sorte, milhões de beijos. Te amo muito.

PS Quando essa loucura acabar eu compensarei os beijos.”


Depois dessa, jogaria mais que feliz. Digitei rapidamente uma mensagem dizendo “ Obrigado. Também te amo. E vou cobrar os beijos”. Depois corri para juntar-me aos meus irmãos antes que eles me arrastassem de novo.

Fomos divididos em dois times: Eu, meus irmãos, Ben e mais alguns garotos que escolhemos. Nós fazíamos parte do time azul; Mike, sua trupe e mais alguns babacas puxa - sacos eram do time verde.

Era para ser só um treino de avaliação, mas o treinador achou interessante fazer uma “pequena competição” para ver como nos saiamos jogando em grupo. Na verdade ele queria mesmo ver o circo pegar fogo. Ver quem era o mais competitivo.

Diferente do time de Mike, que escolheu os “mais fortes”, nós escolhemos os “mais fracos”. Que na verdade não tinham nada de fracos. Eles só não tinham a oportunidade de mostrar o que eram capazes de fazer. Uma vez que Mike só escolhia aqueles que estavam em seu circulo de amizades, ou fazia algo para agradá-lo. Por isso para a surpresa de todos, escolhemos George Lennox, como capitão - idéia de Ben e Jasper. Não nos arrependemos da escolha, o garoto apesar de ser magro era muito bom no que fazia, e bem forte ( ninguém conseguia derrubá-lo), o que foi uma surpresa para muitos. Fora que ele tinha talento e conhecia muito sobre futebol americano, e o que era importante sabia todos os pontos fracos do adversário. Lennox era um excelente estrategista, quase não precisei recorrer à leitura de mente para saber os movimentos do outro time. E é claro não posso deixar de mencionar que ele era justo. George usou todos os integrantes do time nos jogos. E apesar do deboche de Newton antes do jogo, vencemos de lavada o que deixou ele e seu timinho de queixo caído.

(*)

–- Não acredito que ele fez aquela palhaçada toda de “ pequena competição” e só vai nos dar o resultado final na semana que vem. - Desabafei indignado, algum tempo mais tarde. Deitado na minha campina com a Bella. Ela riu e se inclinou para beijar de leve meus lábios.

–- Acho que ele quer falar o resultado, junto com a senhora Newton, no dia da escolha das lideres de torcida. - Ela fez uma careta. Eu sabia que Bella não queria nem pensar no assunto. Mas como ela também não me defendeu quando meus irmãos me obrigaram a fazer parte do time, eu também não iria defendê-la de Ângela e minhas irmãs.

–- Acho que eu não vou poder participar com o braço desse jeito, não é? - Perguntou ela esperançosa erguendo o braço engessado.

–- Não sei, ele já me parece bem melhor. Acho que vai poder tirar o gesso antes do teste. - ela fechou a cara para mim.

Ah, o que ela queria que eu fizesse?

Não tive nenhum tipo de apoio dela. E eu realmente queria vê-la dançar.

–- Não fique assim bonequinha. Você se sair bem. - Disse puxando-a para deitar no meu peito. Entrou alguns raios do sol pelas frestas das árvores, fazendo meu rosto cintilar um pouco.

Lembrei quando trouxe Bella para campina o sol já estava alto. Ela ficou desesperada tentando me puxar para a sombra. Tive que lembrá-la que toda aquela história de que queimamos na luz do sol era mito. Bella ficou fascinada com minha pele cintilando. Eu ri.

–- Do que está rindo? - Ela perguntou se apoiando em um braço.

–- Lembrando do seu desespero por causa do sol.

–- Fiquei desesperada mesmo. Não me lembrava se você tivesse me dito algo sobre isso.

A puxei de novo para o meu peito. Ficamos um bom tempo admirando as copas das árvores. Até que senti um pingo cair no meu rosto. Levantei rapidamente e peguei Bella no colo. Teria que correr mais rápido que o normal para não molhar nem a mim, nem a ela.

Assim que entramos na sala, a chuva desabou do lado de fora, por sorte, consegui ser rápido e chegamos em casa secos. Bella pediu para ligar para a tia avisando que iria demorar a chegar em casa. Depois que ela desligou o telefone, puxei Bella para o meu quarto. Ela ainda não o conhecia.

–- Nossa! Não tinha reparado como sua casa é linda. Da última vez que estive aqui, nem pude reparar direito. - Disse ela enquanto subíamos o lance de escada que nos levaria ao terceiro andar.

–- É eu sei. E você nem pode conhecer direito a casa.

Subimos os últimos degraus e paramos na porta do meu quarto.

Bella ficou boquiaberta quando entramos. Ela olhou para a prateleira de CDs e DVDs e depois para as de livros. Soltou um assovio baixo e voltou a olhar pelo quarto. Ela parou o olhar na estante.

–- Como conseguiu essa foto? - Perguntou apontando para a foto, que eu tinha em uma moldura. A foto era dela dançando.

–- Alice viu você dançar. - Ela me olhou com os olhos arregalados. - Ela e Jazz tinham ido fazer compras na Califórnia, quando ela viu o anuncio sobre a peça e que iria ser beneficente. Ela adora esses recitais e foi assistir. Eles ainda não a conheciam pessoalmente, mas eu tinha falado de muito você para eles. Jasper reconheceu você pelo nome e pelas características que descrevi. Eles tiraram um monte de fotos e fizeram um vídeo para mim.

Ela continuou me olhando de olhos arregalados sem nada a dizer. Bella abria a boca toda hora para falar alguma coisa, mas não saiu nada.

Por fim ela suspirou e disse:

–- Bem, agora você já me viu dançar. Não preciso mais entrar para as lideres de torcida.

–- Não senhora. Eu não vi pessoalmente. E dançar balé é muito diferente de fazer coreografia para animar a torcida, portanto ainda me deve uma dança. E eu vou cobrar. - Ela deu de ombros.

–- Por falar em dançar. Bella quando pretende voltar para o balé? - Quis saber. Eu sabia que o balé era uma promessa que ela tinha feito ao pai, e eu não poderia deixá-la quebrar essa promessa.

–- Eu acho que não vou mais voltar. Não faz sentido continuar. E não estou mais de castigo.

–- Amor - Ela me olhou - Foi uma promessa que você fez. Não pode quebrar, nunca. - Peguei seu rosto entre as mãos - Promete para mim que vai continuar dançando. Por favor.

Ela suspirou derrotada e assentiu. Beijei seus lábios delicadamente. Bella envolveu seus braços em meu pescoço e se esticou nas pontas dos pés. Andei de costas até sentar no sofá e puxá-la para o grande sofá que havia no meu quarto.

–- Que tal, assistir a um filme? - Perguntei algum tempo depois.

–- Não sendo de terror.

Ficamos um tempo decidindo a que filme assistir, mas desistimos de ver DVD e optamos para ver o que se passava nos canais da TV. Bella disse que precisava ir ao banheiro, apontei a porta. E depois fui até o quarto de Alice pegar o cobertor e travesseiros, já que eu não tinha nenhum.

Voltei para o quarto deitei no sofá e coloquei o cobertor por cima de mim e deixei um espaço para ela deitar. Olhei o cobertor e o travesseiro que para meu desespero eram rosas - Será que Alice não tinha nada que não fosse na cor rosa?

Bella voltou do banheiro e ficou me analisando.

–- A Barbie não vai sentir falta do cobertor ou do travesseiro dela? - Eu sabia que ela iria debochar da minha cara.

–- Engraçadinha.

–- Você não perde a mania de usar coisas rosa, não é? Você tem um quarto rosa aqui também? - Ela perguntou gargalhando.

–- E você não perde a mania de debochar da minha cara, não é? - Disse - Para o seu governo senhorita, eu peguei no quarto para que a você pudesse se cobrir. Como pode ter a mente tão maliciosa.

–- Desculpe. - Ela disse e veio na minha direção, deitou e eu a cobri com o cobertor fazendo um casulo.

–- Uhm... Quentinho. - Ela disse e virou para me beijar.

Zapeei os canais para ver o que passava de interessante nos canais. Para nossa frustração não havia nada de interessante. Parei quando estava no Disney Chanel.

–- Quer assistir Hannah Montana o Filme? - Perguntei, tirando uma com a cara dela.

–- Ew. Hannah Montana? Nada contra ela, as musicas são até legais. Mas acho que não suporto por causa da minha prima e das sebosas. Elas são viciadas, teve uma época que elas se vestiram todas de Hannah Montana, imagina só que horror. Até o cabelo elas fizeram iguais ao da personagem é irritante.

–- Imagino. - Eu disse rindo.

Ficamos conversando sobre a prima dela e as amigas dela. Bella ela hilária imitando o jeito de falar de Stacy Roberts. Até esquecemos-nos de trocar de canal.

Conversamos sobre como foi nossa vida, antes de nos reencontrarmos. Fiquei surpreso por ela não ter demonstrado nenhum tipo de ciúme quando mencionei Tanya, tudo bem que eu já havia falado sobre isso com ela, mas não com tantos de talhes e o porquê de eu ter ficado com ela. Bella me surpreendeu novamente, quando disse que entendia os meus motivos para ter começado um relacionamento com Tanya. Mas toda vez que a conversa chegava perto de falar sobre os relacionamentos que ela teve, ela dava sempre um jeito de desviar a conversa. Até que insisti e ela acabou contando. Sua resposta me deixou com raiva e possesso de ciúmes, porem eu tentava não demonstrar.

–- Quer dizer, então que você teve algo com o Chad? - Disse com os dentes trincados.

–- Não no sentido literal da palavra. - Ela fechou os olhos e suspirou. - Nós nem ficamos para falar a verdade, foi só um beijo. E nem foi um beijo de verdade, ele me pegou desprevenida. Eu estava confusa. Mas não gostei foi horrível, parecia que eu estava fazendo uma coisa muito errada, como se fosse um crime. Então depois eu entendi.

–- O que você entendeu?

–- Que eu não podia ficar com ele nem com ninguém. Porque eu já era sua, mesmo sem saber. Eu já era sua.

Ergui-me e apoiei meu peso nos braços, para olhar seus olhos. Ela retribuiu meu olhar, seus olhos cor de mel estavam brilhantes. Pude ver toda a verdade no que ela disse ali nos olhos dela. Sim ela era minha. Sempre seria. Beijei seus lábios novamente, mas logo ela interrompeu.

–- Gosto desta musica. - Ela disse apontando para a TV.

–- Ah, Bella pelo amor. Você interrompeu nosso beijo para ouvir a Miley cantando?

–- Não é qualquer musica. Ela fez para ela e o pai. Eu me identifico com essa musica.

“Catepillar in the tree
How you wonder who you'll be
Can't go far
But you can always dream

Wish you may and wish you might
Don't you worry
Hold on tight
I Promise you
There will come a day
Butterfly fly away”

Ela começou a cantar junto com os atores no filme. Sua voz era linda, mil vezes mais bonita do que a da atriz. E o mais estranho foi que eu gostei da letra - principalmente na voz dela - e entendi o porquê dela gostar tanto da musica.

Sequei algumas lagrimas que caiam de seus olhos.

–- Bella, amor não chore. - Tentei acalmá-la em vão. Ela já estava soluçando.

–- Eu... eu sinto tanta falta dele Edward - Ela disse entre soluços. - A dor é tanta que às vezes acho que ela nunca vai sarar.

Eu não sabia o que dizer. Só a abracei, eu não sentia falta do meu pai, porque quando ele morreu, eu era muito pequeno. E depois desde que eu me lembro sempre tive Carlisle como figura paterna, e ele era exemplar. Mas eu sabia que para ela era diferente. O pai era o seu porto seguro.

–- Meu amor. Bella? - A chamei me olhou, as lagrimas ainda caindo de seus olhos. - Você sabe que seu pai sempre estará com você, não importa onde ele estiver não sabe? - Ela assentiu. - E eu aposto que ele está sempre com você, a cada passo que dá. E com certeza ele tem muito orgulho de você Bella.

–- Eu sei. Mas eu queria tanto que ele estivesse aqui comigo agora Edward. - Ela respirou fundo, tentando reprimir as lágrimas. - Eu sei, que tenho meus tios, meus padrinhos e agora vocês, mas eu sinto muita falta dele... Eu só o queria de volta.

–- Eu vou estar sempre aqui Bella. Sei que não é a mesma coisa. Mas eu prometo nunca te deixar.

Ela sorriu um pouquinho.

–- Sabe às vezes eu me sinto meio culpada.

–- Por quê? Não foi culpa sua. Nesses casos não tem como culpar alguém, Bella. Mesmo sua mãe com todos os erros que ela cometeu, não pode ser culpada.

–- Eu sei. Mas quando eles se separaram, papai queria ficar comigo. Só que Renée fez um escândalo dizendo para ele, não fazê-la sofrer ainda mais, já que ele não queria voltar com ela. Só que eu já tinha 10 anos já podia decidir com quem queria ficar, mas eu me calei. Eu poderia ter escolhido ficar com meu pai, mas eu não fiz nada. Na verdade eu queria que os dois ficassem juntos de novo. Então achei que se eu ficasse indecisa, se mostrasse o quanto estava triste pelo divorcio eles se entenderiam. Eles veriam o quanto eu estava sofrendo. Mas minha mãe interpretou como que eu estivesse sofrendo com a idéia de eu estar triste por ele me levar para longe. Na época meu pai tinha aceitado um emprego em Londres, mas ele desistiu e acabou ficando em Phoenix por minha causa.

“ Ele ficava vendo Renée com outro homem. E estava cada dia mais triste. Não comia, nem dormia direito. Charlie se entregou ao trabalho de corpo e alma. Eu sei que ele ainda amava muito minha mãe, mas não podia perdoar a traição. Para piorar em menos de seis meses Phil estava morando com a gente. Então papai ficou desesperado, ele não confiava em Phil, e achou melhor ficar por perto, mesmo sabendo que não faria bem para ele. Charlie nunca mais se envolveu com nenhuma mulher depois de minha mãe. E eu o vi Edward. Eu vi meu pai definhar e não fiz nada...”

Ela voltou a chorar e eu a abracei forte.

–- Bella, meu amor. Você não pode se culpar por isso. Bella, você era só uma criança, não pode se responsabilizar por um erro que não foi seu.

Tentei de todas as formas fazê-la se acalmar. Disse que ela não deveria se culpar e, com certeza o pai dela também não a culparia. Resolvi descer para fazer um chá para ela. A chuva do lado de fora ainda era intensa.

Quando cheguei à cozinha estavam todos lá. Alice já me entedia uma xícara de chá de camomila.

–- Algum problema? - Perguntou Esme - Eu ouvi um choro.

–- Sim foi Bella. - Eles me olharam espantados. Todos os pensamentos me enchendo de perguntas, com exceção de Alice e Jasper é claro.

–- Como ela está? - Perguntou Carlisle preocupado.

–- Agora ela está bem, foi só uma crise de choro. - Seus olhos dourados se arregalaram.

–- Ela sente muita falta do pai. - Disse Jazz tranquilamente. Todos olharam para ele. - Eu consegui sentir daqui. Bella se sente culpada pela morte do pai, e ao mesmo tempo muito triste. Ele era o porto seguro.

–- Pobrezinha. - Disse Esme chorando sem lagrimas. Ela colocou a mão no peito. - Foi uma sorte termos a encontrado Edward. Ela precisa da gente, ainda mais com uma tia daquelas e uma mãe louca.

Assenti. Esme estava coberta de razão, mas eu ainda não poderia fazer nada. Não enquanto ela fosse menor de idade. Se pelo menos a tia maluca a emancipasse, eu poderia tirá-la daquela casa. A minha única fonte de consolo era que o promotor Swan sempre a defenderia.

Já estava quase voltando para a cozinha, quando voltou rapidamente para o lado de Emmett, eu nem a tinha visto sair. Olhei para seu rosto, tinha uma expressão estranha. Tentei vasculhar sua mente.

“ Calma Edward, eu vou contar. ME de alguns minutos.”– Ela implorou.

Vi Alice ofegar, a olhei e ela pediu - me para esperar para ver o que Rose tinha a falar.

–- Bom, vocês devem ter percebido que eu dei uma saída. - Ela começou sem jeito. - Tudo bem, vou logo ao assunto. Tanya acabou de me ligar, ela queria saber se poderia vir para cá passar algum tempo.

Oh merda era tudo o que eu precisava.

Será que Tanya não poderia esquecer a gente por alguns milhares de anos?

–- Você disse que não, não é? - Perguntei.

–- Sim Edward. Eu disse que não era uma boa hora para ela aparecer. Tanya tentou argumentar, mas eu a fiz desistir.

–- Ótimo. - Não queria ver a cara de Tanya.

–- Só para ressaltar - Alice se pronunciou - ela ainda está com essa idéia fixa de vir, não sei quais são os planos dela, mas como Rose a recusou ela está meio indecisa. Rosálie era o argumento dela. Não que Tanya vá nos fazer algum mal, mas com a Bella aqui agora, é melhor mantê-la longe por um tempo.

Por mim manteria Tanya longe pela eternidade, mas como éramos muito amigos da família dela não podíamos fazer isso. Então apenas assenti e peguei o chá da mão de Alice que já estava quase frio e voltei para o meu quarto.

Bella estava dormindo. Ajoelhei-me perto do seu rosto e dei um beijo em sua bochecha ela se mexeu e abriu os olhos.

–- Ei trouxe chá para você. Recuso não como resposta, você não comeu nada, então tem que tomar pelo menos isso, depois pode voltar a dormir.

Ela se sentou e eu lhe entreguei a xícara, ela deu um gole e depois me entregou de volta com o chá quase intacto. Fiz uma careta, mas decidi não discutir por isso. Ela deitou de novo, eu a cobri depois deitei ao seu lado abraçando-a.

Mais tarde quando a chuva parou completamente Alice e Jasper foram comigo até a casa dela levá-la. Bella ainda tinha a expressão triste de quem ia desabar no choro a qualquer momento.

Assim que viu a sobrinha Claire entrou em desespero. Por um momento achei que ela fosse me culpar pelo estado de Bella, mas isso não aconteceu. Expliquei a ela o que havia acontecido. Ela me contou que Bella já havia ficado assim antes, e até tinha entrado num estado de quase depressão. Claire me contou tudo o que aconteceu enquanto estiveram na Califórnia. Isso explicava muita coisa, até a raiva de Britanny.

Lembrei-me de algum tempo atrás, quando eu ligava anonimamente para Bella, para refugiar-me de minha infelicidade. Quando ouvi os gritos de Britanny e das outras garotas porque Bella estava passando mal. Fiquei desesperado naquela época.

Ficamos mais um tempo conversando com Claire, e até que ela não era má pessoa, mesmo com todos os seus erros do passado e depois de tudo que ela fez para beneficiar sua filha. Antes de irmos embora, pedimos para que ela nos ligasse caso houvesse qualquer problema com o estado de Bella. Ela assentiu e fomos para casa. Quer dizer, Alice e Jasper foram. Eu fui para o quarto dela. Não poderia deixá-la sozinha. Não em um momento como esse. Tinha que fazer de tudo para tirar o peso do coração de minha bonequinha, para deixá-la feliz.

quinta-feira, outubro 09, 2014

Fanfic A Fera Vermelha – Capítulo XIII

Autora: AnnaThrzCullen

Gênero: Romance, drama

Classificação: +16 anos

Categoria: Beward

Avisos: Adaptação, Linguagem Imprópria, Nudez e Sexo

 

Capítulo XIII

― Vai partir. Não tente negar novamente.

Isabella olhou para o marido enquanto amamentava o bebê. Notara os preparativos, apesar da tentativa óbvia de ocultá-los e mantê-la confinada em seus aposentos. Edward suspirou e sentou-se na beirada da cama. Era covardia, sabia, mas havia mesmo tentado esconder dela seus planos até o momento de partir. Odiava mentir, mas algo lhe dizia para não revelar exatamente o motivo de sua jornada. Quando retornasse vitorioso com sua recompensa, então poderia ser totalmente honesto e franco.

Fanfic: Dois Mundos, Duas Vidas - Capítulo 28


Autora: Giis Vieira

 Género: Aventura, Drama, Lemon, Romance

Classificação: +16

Categoria: Saga Crepúsculo

 Avisos: Linguagem Imprópria, Sexo, Violência





Capítulo 28

Edward


O sol estava quase nascendo, minha menininha se mexeu em meus braços. Logo, logo ela estaria acordada. Fiquei olhando seu pequeno e delicado rosto pálido, com pequenos pontos febris nas bochechas e os lábios cheios e rosados. Parecia uma bonequinha de porcelana. E de certa forma ela era uma bonequinha de porcelana. Olhei para seu pequeno e magro braço engessado, e depois para uma de suas bochechas, onde havia um hematoma, quase que totalmente curado. Imperceptível aos olhos humanos, mas não para os meus. Eu quase pirei quando soube como ela conseguiu esse machucado. Era sério, ou eu tirava Bella dessa família, ou eles iam acabar matando-a.

Eu não podia ficar algumas horas longe dela, quem dirá um dia inteiro.

Fiquei 24 horas longas e tortuosas longe da minha amada. E quando volto me deparo com um monte de surpresas, que fez os últimos dias serem tumultuados e cheios de altos de baixos.


Flash Back



Depois de uma caçada com minha família, fomos direto para casa. Já havia amanhecido. Quando chegamos à sala de estar Alice soltou um suspiro pesado, que mais pareia uma bufada. Todos nós olhamos para ela. Minha pequena irmã estava extremamente decepcionada. Vasculhei sua mente para saber o motivo de tanta infelicidade e frustração. Ao ver o que a aborrecia fechei a cara também. Eu entendia perfeitamente seu desapontamento: o dia ( por algum milagre )estava ensolarado. E isso significava que não poderíamos sair de casa até o anoitecer, e é claro que significava que eu não poderia ver Bella até a hora de ela ir dormir. Que ótimo.

Então minha tarde se resumiu a ajudar Esme a fazer uma grande faxina na casa, enquanto meus irmãos lavavam seus carros. Após terminar de esvaziar algumas caixas que ainda tinha da mudança ( era incrível como alguns hábitos humanos pegam). Depois me tranquei no quarto emburrado - acho que estava pegando algumas manias de Bella - mas era injusto ser o único da família a não possuir um carro. Para piorar tentei ligar várias vezes para Bella, só que não havia ninguém em casa. Provavelmente ela estaria na casa do tio, e eu não tinha o telefone de lá.

Por que Bella não poderia ser como qualquer outra adolescente e ser fanática por celular?

Me ajudaria muito se ela fosse.

Sentei em frente ao computador e comecei a pesquisar alguns modelos de celulares. Queria encontrar um que combinasse com ela. Fiquei um bom tempo sentado procurando algo interessante, mas no fim decidi que iria a uma loja comprar pessoalmente. É claro que antes de pensar em levantar, Alice já estava no meu quarto dizendo que teria que ir comigo. Porque ela teria que dirigir. E não há como discutir com Alice.

Fomos até uma loja de departamentos em Seattle. Para minha felicidade Alice me deixou ir até a parte de aparelhos celulares, sozinho e sumiu dizendo que precisava comprar tecido. Estranho.

Quando me aproximei do local onde ficavam os aparelhos, a vendedora arregalou os olhos e abriu um sorriso exagerado, que ela pensava ser sexy.

‘ Oh meu Deus. Que Gato! Estou gostosa? Claro que sim’– Tive que rir com essa, mas obvio, ela pensou que eu tinha sorrido para ela, e se sentiu mais encorajada.

–- Olá. Deseja comprar algum celular?

“Não queria comprar panela”. Tive que morder minha língua para não responder isso, ou algo pior. Mas ao invés disso dei meu melhor sorriso e simplesmente disse.

–- Eu preciso de um celular novo para mim. - ela abriu um sorriso enorme - e um para minha namorada. - Seu sorriso murchou na hora, ela fez uma careta tão estranha - para não dizer mais feia ainda do que já era - que parecia que alguém tinha colocado algo muito fedido embaixo de seu nariz.

“ Droga! Vamos ver se ele resiste ao meu charme.”– Ela era tão confiante de sua ‘beleza’ e ‘sensualidade’, que eu quase gargalhei. Não que eu ligasse para beleza, nada disso. Mas essa garota era completamente sem noção e não se dava valor.

–- Então que modelo seria? - Ela foi se aproximando e abrindo alguns botões de sua camisa, que era extremamente justa e decotada, para mostrar mais ainda seus seios ridiculamente e exageradamente grandes. Detalhe ela estava sem sutiã.

–- Uhm, não sei bem. - Disse dando alguns passos para trás. - Tem que ser algo que combine com ela. - Fingir pensar um pouco enquanto a mulher quase babava em mim. E como eu não estava gostando nenhum pouco de suas fantasias sexuais comigo - ela era nojenta. Decidi sacanear um pouco.

–- Ela é linda, meiga, carinhosa, delicada, sexy... - Continuei falando todas as qualidades de Bella enquanto a vendedora sem noção olhava-me irritada, depois ela começou a me mostrar alguns modelos não muito legais.

Fiquei um bom tempo lá, porque eu não queria sair sem o celular para Bella, mas também não queria levar qualquer modelo. Eu já estava quase para explodir com aquela cara de Carranca, que estava fazendo de propósito. Ela tinha esperança de que se eu levasse algum modelo que minha namorada não gostasse, ela brigaria comigo, nós terminaríamos. E eu voltaria todo triste para me consolar nos braços de uma vendedora legal. Tive que me segurar muito para não dizer o quanto ela era ridícula e sem noção. Ainda bem que outro vendedor chegou. Eu expliquei a ele o que queria. E o cara entendeu na hora e mostrou dois IPhones, um era azul e o outro era lilás com desenhos de borboletas e strass, era lindo.

Paguei pelos dois e depois fui me encontrar com Alice. Ela é claro já sabia dos meus planos e comprou uma caixa para presentes muito bonita. Tinha que admitir que o dom da baixinha era bem conveniente, as vezes.

Nem fui para casa fui direto para a casa de Bella. Antes de subir para o quarto dela, tratei de gravar o meu numero no aparelho dela, e vice-versa. Enquanto fazia isso ouvi os pensamentos de Black se aproximando. Ele estava como lobo. O que me surpreendeu, foi sua atitude. Jacob apenas queria pedir desculpas pelo seu comportamento no aniversário de Britanny. Fiquei desconfiado, mas tantos seus pensamentos quanto seus olhos transbordavam sinceridade e arrependimento. Aceitei suas desculpas e ele sumiu entre as árvores.

Cheguei ao quarto de Bella, que estava de costas para a janela. Ela estava digitando alguma coisa em seu notebook. Bem devagar, fui me aproximando, quando estava bem perto prendi a respiração e afastei seus cabelos para o lado e dei-lhe um beijo no pescoço. Bella pulou assustada e depois olhou para mim com a cara mais zangada que eu já vi. Para piorar eu ainda estava rindo dela por causa do susto, então ouvi uma tremenda bronca da baixinha. Pedi desculpas umas mil vezes, até me ajoelhei, para que ela aceitasse minhas desculpas. Ela aceitou, mas quando fui beijá-la ela me deu um singelo selinho, e ainda por cima se afastou quando quis aprofundar mais o beijo. Eu quis saber o porquê do comportamento tão frio, e ela me respondeu quase aos berros. É claro que eu não consegui segurar minha boca grande e a chamei de estressada de novo, me arrependi na hora. Mas antes sequer de eu tentar pedir desculpas ou entregar meu presente ela me expulsou de seu quarto. E o pior é que dessa vez ela não me chamou de volta.

Cheguei em casa transtornado, despedaçado e estressado - acho que é contagioso. Seria capaz de espancar qualquer um que dissesse uma gracinha, ou fizesse piadinha com a minha cara. Jasper fez uma cara de espanto quando me viu, mas ficou quieto. Alice e Rosalie tentaram quase sem sucesso reprimir uma gargalhada. Mas Emmett é claro não ia deixar passar. Só porque ele era o mais forte.

–- Que estresse é esse Eddye? - Ele fez isso para irritar, sabia muito bem que eu odiava que me chamassem de “Eddye” - Não pode ser sede. Então eu acho que é falta de sexo. Eu disse para você, que quando começamos não conseguimos parar mais e nem podemos. - Ele começou a gargalhar e eu tive vontade de desmembrá-lo, mas é claro que o outro irmão trapaceiro não deixou controlando minha raiva.

–- Pare de atormentá-lo Emm! - Repreendeu- o Jasper, mas ele também mal disfarçava a vontade de gargalhar. - Conto-nos Ed o que lhe atormenta?

Pensei muito bem antes de falar alguma coisa a eles. Mas achei que seria pior ficar segurando tanta frustração.

–- É Bella - Emmett ia levantar e gritar “ Eu sábia” e mais algumas coisas que o colocariam em perigo, mas Jasper tapou-lhe a boca bem na hora. - ela está me deixando louco. - Pude ouvir as risadinhas de minhas irmãs, mas não dei bola. - Desde ontem qualquer coisa que eu fale ela fica brava, briga comigo, e hoje ela até me expulsou do quarto dela. Juro que eu não estou entendendo nada. - Nessa hora todos explodiram em gargalhadas estrondosas, e eu sentei de braços cruzados.

–- Essa é uma parte da vida humana, que eu não sinto falta. - Disse Rosálie ainda rindo.

–- Nem eu. - Concordou Alice.

–- Que parte? Do que vocês estão falando? O que tem haver com Bella? - Perguntei confuso.

–- Nossa! Edward, você tem que conhecer melhor sua namorada. - Disse Rose impaciente. - Ainda mais ela sendo humana. Bella está de TPM. - Arregalei os olhos. Não tinha pensado nessa possibilidade, aliás, eu nem tinha reconhecido os sintomas.

–- É isso ai. Tensão Pré Menstrual. Aposto que ela deve estar sentindo cólicas daquelas, e ainda chega alguém e a assusta. - Alice disse olhando para as unhas.

–- Ah legal e você não poderia ter me contado antes? - Perguntei ríspido à ela.

–- Eu tentei, mas você não quis me ouvir. Fora que é bem mais rápido que eu.

–- Quanto tempo dura isso?

–- Só hoje. Amanhã provavelmente, ela estará melhor do mal humor. Mas ela vai estar muito sentimental, então tenha muito cuidado com o que fala para ela.

Alice e Rosálie continuaram me dar dicas de como me portar, quando minha namorada está de TPM. Elas deveriam escrever um livro sobre esse tema. Não ajudaria só a mim, mas a muitos namorados confusos e desenformados que não sabem o que fazer, quando suas namoradas estão naqueles dias.

Então amanhã, eu teria que ter muito cuidado com o que eu falaria para Bella. Teria que ter mais cuidado com ela do que o normal. Eu só esperava que ela não me expulsasse de novo.

No outro dia fui para a escola disposto a não deixar Bella passar por nenhum aborrecimento. Mas para minha infelicidade ela não foi à escola. Vi quando sua prima estacionou o carro, só que estava sozinha quando desceu. Respirei fundo e fui até ela perguntar onde estava Bella.

–- Oi Britanny.

‘ Oh meu Deus. Ele está falando comigo? É sério que ele está falando comigo sem a Bella está presente?’ - Porque elas tinham que ter sempre a mesma reação?

–- O..o oi Edward.

‘ Tinha que gaguejar sua doente. Ai minha nossa, que Gato. Controle-se, lembra o que prometeu a si mesma? Não quero um futuro como o da minha mãe, mas se ele der bola é outros 500’.

–- Cadê a Bella? - Ela estava sorrindo bobamente quando perguntei, mas assim que perguntei pela prima seu sorriso murchou um pouco.

–- Ah. Minha tia Sue achou melhor ela ficar em casa de novo. - De novo? Então ela não veio ontem. - Ela não estava muito bem. Ainda está se recuperando.

–- Do que? - Perguntei preocupado. Ela me contou tudo o que havia acontecido na noite do jantar de noivado de Leah e Sam. Vi em sua mente todos os acontecimentos. O passa fora que Sue e Leah deram em Harry Clearwater, a raiva dele. A tentativa de matar Claire e claro o que eu mais temi, ele acertando Bella no rosto. Eu sei que foi sem querer, mas mesmo assim eu fiquei com muita vontade de acabar com ele.

Murmurei um agradecimento a Britanny e sai desabalado para a casa de Bella, mandei uma mensagem para Alice avisando onde estaria. E corri o mais rápido que pude. Como eu não notei isso antes. Provavelmente seu rosto ainda estaria doendo e com algum hematoma.

Cheguei á casa dela. E toquei a campainha. Steve atendeu a porta e fez uma careta quando viu quem era. Pedir para falar com minha namorada e ele me deixou entrar, depois pegou sua maleta e foi para o hospital.

Bella estava deitada no sofá, enrolada em uma manta e assistindo desenho animado. Era uma cena tão linda. Ela ainda não tinha visto que era eu. E quando me viu arregalou os olhos.

–- Oi. - Cheguei perto dela tocando seu rosto. Pude sentir que sua bochecha estava inchada, e havia um roxo ali, era quase imperceptível, mas ele estava ali.

–- Oi. O que faz aqui, não tinha que estar na escola?

–- Sim, mas sua prima disse que você não estava bem e vim cuidar de você. Onde está sua tia.

–- Está na casa de Sue. O rosto dela está bem inchado. Provavelmente você já deve saber o que houve aqui na segunda, não é?

–- Sim, sua prima me contou tudo nos mínimos detalhes. - Suspirei. - Eu não posso deixar você sozinha por algumas horas que lhe acontece isso. Bella que diabos você estava fazendo perto da confusão toda?

Nesse momento achei que ela iria gritar, e dizer que ela podia cuidar de si mesma, mas para minha completa perplexidade ela fez cara de choro, e logo desabou em lagrimas. Explicando entre soluços, ela disse que não ficou lá porque quis, mas ela não conseguia se mexer. Que ficou tão horrorizada vendo sua tia ser espancada e quase morta que nem sentiu quando lhe deram a pancada. E chorou mais e mais. Fiquei desarmado. Não era uma acusação que eu fiz quando lhe perguntei o que ela estava fazendo perto da briga. Então lembrei o que Alice me disse sobre o estado de Bella. A peguei no colo e fiquei tentando acalmá-la enquanto ela soluçava.

Resultado: passei a manhã inteira tentando, fazê-la comer algo sem sucesso. Ela já era magra, se ficasse sem comer, só Deus sabe o que seria da minha namorada. Logo depois ela adormeceu e eu a levei para o seu quarto. Bella quando estava quase anoitecendo, ela bebeu somente um pouco de chá para parar as cólicas e depois dormiu novamente. E eu ainda não tive a oportunidade de entregar meu presente à ela.



Fim do Flash Back



Olhei para o céu e suspirei. Ele já estava quase que totalmente claro. Quer dizer, cinza claro porque hoje o dia seria inteiramente nublado.

Bella se mexeu mais uma vez. Dei um beijo em seus lábios para acordá-la. Ela abriu os olhos e sorriu. Depois seus olhos se arregalaram parecendo que ela havia se lembrado de algo muito importante, e de repente ela se afastou de mim indo para o outro lado do quarto.

–- Bella o que foi? - Perguntei confuso.

–- Edward, o que faz aqui? Ah, minha nossa...

–- O que há Bella?

–- Você, não pode ficar perto de mim. Não enquanto ainda estiver nesse estado. Deve estar sendo uma tortura para você não é? Desculpe-me, Edward.

–- Bella do que está falando?

Ela olhou para o chão e suas bochechas ficaram muito vermelhas. Então sussurrou “ Eu estou menstruada” tão baixo que se eu não tivesse super audição nunca teria conseguido ouvir.

–- Oh, Bella vem cá. - Ela arregalou os olhos e não se mexeu. Então fui até ela e a peguei no colo, levando-a de novo para cama. - Não deveria se preocupar com isso. E não, não é uma tortura.

–- Mas, o cheiro de sangue deve estar muito forte. - Ela murmurou escondendo o rosto em meu ombro.

–- Sim, seu cheiro estar mais forte. Mas não é tão atraente, quanto seria se você tivesse se cortado. Na verdade, esse sangue é como se fosse morto. Seu corpo o está expelindo porque ele não serve. Mas confesso que não seria nada mal degustá-lo, ainda mais vindo de onde vem...

Ela arregalou os olhos e fez cara de nojo. Então percebi a merda que eu falei. Eu sempre me controlando tanto, para o meu lado pervertido não aparecer quando estou com ela, e agora solto uma desses foi um milagre ela não ter se levantado e saído correndo.

–- Ah minha nossa. Falei merda agora. Tudo bem, não ligue para o que eu falei. Eu nunca disse aquilo.

Ela assentiu e depois saiu do quarto dizendo que precisava fazer sua higiene pessoal. Esperei até ela voltar. Ela entrou no quarto com os cabelos molhados e de roupão.

–- Vou ter que sair para você se trocar? - Perguntei fingindo magoa.

–- Não, não precisa eu me troco no banheiro. - Ela pegou algumas roupas e saiu quase correndo. Ela voltou um tempo depois usando uma calça jeans e uma camiseta.

A ajudei, a calçar os sapatos e fiquei observando enquanto ela penteava o cabelo e fazia uma trança frouxa. Faltava mais ou menos uma hora e meia, para irmos à escola. Eu teria que ser mais rápido do que o normal para chegar em casa e trocar de roupa, mas não me importava. Teria pelo menos mais alguns 15 minutos com ela. Fui beijá-la novamente e para minha frustração, de novo fui repelido. Achei que já tínhamos passado essa fase.

–- Por que, não quer me beijar direito. Achei que já tivesse explicado, que seu estado. Uhm, não me afeta. - Ela corou de novo e baixou a cabeça.

–- Bem, como todas as vezes que ficamos muito... próximo. Sempre excedemos, e você sempre fica bravo porque ultrapassamos alguns limites. Achei que fosse melhor, não forçar muito a barra. - Ah então era isso. Quase me chutei mentalmente.

–- Bella. - Peguei seu rosto entre minhas mãos. - Amor, a culpa não é só sua, é minha também. Muitas vezes eu é que começo com tudo. Sabe podemos continuar com nossos, como é que sua prima diz?

–- Amassos?

–- Sim, podemos continuar, com nossos “ “amassos”. Mas temos que saber quando parar, é que...

–- Se disser que eu sou muito nova eu te bato. - Eu ri. - Edward. Eu sei que é difícil para você, e eu sei também que você tem medo de me machucar, mas isso não vai acontecer.

–- Você tem tanta fé em mim, assim? - Ela balançou a cabeça confirmando. Beijei-lhe os lábios de leve. Então me lembrei do presente. - Eu preciso ir, mas antes quero te entregar uma coisa.

Fui até a mochila e peguei a caixa onde o IPhone dela estava, e a entreguei. Ela sentou na cama e abriu. Vi seus olhos se arregalarem e se iluminarem. Bella abriu a boca para falar alguma coisa, mas não saiu nada.

–- Por que todo mundo me da coisas com borboletas? - Ela perguntou suspirando.

–- Não gostou? Eu posso pedir para trocar se quiser. Posso comprar um com flores, ou corações. É que eu achei que borboleta é a sua cara.

–- Não precisa trocar é lindo. É sério. Mas tudo o que minha tia compra para mim tem fadas ou borboletas. - Ela sorriu e me abraçou. - Eu adorei Edward, obrigada mesmo. Depois da critica da minha prima eu estava mesmo pensando em comprar um celular.

–- Já tem meu numero gravado, para poupar tempo. Podemos trocar mensagens quando não estivermos na mesma aula. - Ela sorriu e me beijou de novo. Fui para casa, pois ainda teria que trocar de roupa. Assim que entrei no carro de Alice recebi a primeira mensagem no meu Iphone. E era a primeira mensagem que recebia dela.


De: Minha Bella

Oi, só queria ser a primeira pessoa a te mandar mensagem em seu novo aparelho. Olha que legal é a minha primeira mensagem para você também. Já estou com saudades te amo muito.

P.S.: Você poderia começar a levar roupas para se trocar em casa. Assim não precisaria sair correndo.


Só ela mesma para me fazer essa proposta respondi a mensagem rápido.

Ficamos assim o dia inteiro, enquanto estivemos na escola trocando mensagens.

sábado, outubro 04, 2014

Fanfic: Dois Mundos, Duas Vidas - Capítulo 27


Autora: Giis Vieira

 Género: Aventura, Drama, Lemon, Romance

Classificação: +16

Categoria: Saga Crepúsculo

 Avisos: Linguagem Imprópria, Sexo, Violência




Capítulo 27

POV HARRY CLEARWATER

Ouvir aquelas palavras, vindas da boca de minha própria filha, foi como se meu coração tivesse sido partido ao meio. Como se ele tivesse sido perfurado com um ferro em brasas.

Doía-me vê-la ser abraçada e amparada por outro homem. Tratar, amor e respeitá-lo como pai, enquanto eu só recebia seu ódio e desprezo.

Tive uma imensa vontade de ir até aquela garota mimada e dar-lhe uma boa surra para aprender a me respeitar. Mas eu não poderia fazer isso, não tinha o direito de fazê-lo. Não poderia culpá-la por não gostar de mim, final de contas até há algumas semanas eu nem sabia como ela era, nem ao menos sabia que nome Sue havia lhe dado. Porem alguém tinha culpa.

Quem eu deveria culpar?

Culparia Sue sempre tão doce e dedicada enquanto fora casada comigo? Que segundo Billy ela sofreu durante três meses, esperando minha volta com alguma explicação que ela perdoaria, e ao invés disso recebeu os documentos do pedido de divorcio. A mulher que eu havia deixado sem nada, cuja única coisa que sobrou de mim foi a filha. Não. Nunca poderia culpá-la. Ela era uma vitima também.

Culparia Arthur que sempre fora meu amigo? Deveria culpá-lo, por ter casado com Sue, criado minha filha como se fosse dele? Não. Eu também não poderia culpá-lo. Ele quem estendeu a mão à Sue, que a apoiou. Sempre esteve ao lado de Leah em todos os momentos da vida dela. Pelo que eu pude perceber, tanto ela quanto Sue eram tratadas como rainhas. Por isso eu não poderia culpá-lo nunca, eu tinha que ser eternamente grato a ele.

Tinha que reconhecer que o grande culpado era eu, mas eu não tinha que carregar toda essa culpa sozinho. Então eu a vi. A mulher que me fez cometer todos os erros que cometi, me seduziu, me chantageou e ameaçou, fazendo com que eu abandonasse minha esposa em trabalho de parto. A mulher que disse que esperava um filho meu, para fazer-me fugir com ela, e depois fugiu com outro roubando todo o meu dinheiro, que eu havia tirado da minha filha e da minha esposa. Eu a reconheci imediatamente. Mesmo ela tendo envelhecido um pouco. Mas sei que a teria reconhecido, mesmo que tivesse se passado 50 anos. Ela continuava com o mesmo jeito de vadia apesar de tentar se passar por uma dama. Agora tinha outro idiota para ela explorar. Faria ele lhe dar jóias, carros, roupas caras e em troca receberia chifres, e depois o roubaria e fugiria com um outro qualquer.

Ela era a verdadeira culpada. E ela teria que pagar. Agora era a hora da vingança. Depois de 17 anos procurando-a sem descanso, não poderia desperdiçar minha chance.

Nem tinha percebido que eu já estava indo em direção a vagabunda. Ela olhava-me assustada, e eu estava ver o pavor em seus olhos. Parei ao lado de sua cadeira, que estava entre duas garotas - uma loira e uma morena -, não as reconheci.

Sem nenhum aviso dei-lhe um soco na boca, fazendo-a sangrar. Ela gritou. Ouvi mais dois gritos, mas não me dei ao trabalho de ver de quem eram, porque me concentrava em acertar outro soco na boca dela. Tive o prazer de vê-la sangrar, mas ainda era pouco. A peguei pelo cabelo com uma mão e com a outra comecei a esbofeteá-la na face. Nem percebi a confusão ao nosso redor. Eu só queria provocar à ela muita dor. Por mais que tentassem não conseguiam desgrudar-me da vadia. Mas era pouco, eu ainda não estava satisfeito. Comecei a apertar o pescoço com as duas mãos.

Ela me arranhava e me batia. Inútil. Nada me faria parar. Eu só pararia quando o coração pútrido dela parasse de bater.

Havia muita gritaria, porem eu não pararia agora, ela já estava ficando sem ar. Ótimo. Em poucos minutos estaria tudo acabado. O mundo não precisava de um lixo toxico como ela.

Eu sentia as pessoas tentando afastar-me dela, só que não tinham sucesso. Até que senti mãos abrasadoras e fortes segurar-me com tamanha força que eu não conseguia resistir, fui afrouxando aos poucos as mãos do pescoço da vagabunda. Mas eu não queria soltar. Eu tinha que eliminá-la.

Usei toda a minha força para me soltar, de quem estava me segurando, mas a pessoa voltou a apertar meu braço com mais força, e novamente tentei me livrar. Na ultima tentativa, meu braço se soltou dos da pessoa e acabou acertando com força o rosto da menina de cabelos escuros. A pancada foi tão forte que a garota caiu no chão.

Ouve outra gritaria para socorrer a garota.

–- Já chega Harry! - Ouvi a voz do velho Quil. - Paul, ajude Jacob a levá-lo para o carro.

Deixei que me levassem enquanto saiamos pude ver o babaca que vive com ela, correr para socorrê-la. Jake e Paul me guiaram até o carro e ficaram esperando do lado de fora enquanto Quil não vinha. Enquanto esperávamos, pude ver uma figura baixa e esguia se aproximar. Levei um susto ao constatar que a mulher elegante era Sue.

Ela estava tão diferente da Sue com quem me casei. Agora ela vestia vestidos de seda, saltos, jóias caras e se maquiava. Estava mais bonita do que quando era mais nova.

Sue aproximou-se dos garotos e falou algo, eles assentiram e se retiraram. Ela entrou no carro sentando-se ao meu lado.

–- O que foi aquilo Harry? - Sua voz não tinha censura, nem raiva, só uma profunda tristeza.

–- Ela tinha que pagar por tudo o que fez a você e a Leah.

–- Ela fez? - Perguntou cética. - Você tem tanta culpa quanto ela Harry. Os dois erraram.

–- Eu só fui embora, porque ela me obrigou, chantageou, disse que faria um escândalo. Que estava esperando um filho meu...

Nessa hora Sue gargalhou, mas não foi de humor. Foi de ironia.

–- Eu não sei se sinto pena ou raiva de você, Harry. - Disse seca. - Ninguém faz nada obrigado, muito menos em caso como esse. Eu também estava grávida, na verdade eu já estava em trabalho de parto e nem por isso você preferiu a mim e sua filha. Se realmente se importasse com a gente não teria cedido à chantagem alguma. Ela fez a mesma coisa com David Simpson e olha que ela estava grávida de verdade, mas ele não cedeu às chantagens dela, só assumiu a criança.

Ela olhou para baixa seus olhos enchendo de lagrimas, tive vontade de consolá-la. Mas achei que seria pior se o fizesse.

–- Por que voltou Harry? - Ela perguntou depois de alguns minutos de silencio.

–- Eu só queria reparar meu erro, achei que...

–- Que você voltaria e eu estaria te esperando de braços abertos, como se nada tivesse acontecido? - Ela me interrompeu. - Eu fiz isso por três meses Harry. Mas eu tinha uma filha pequena, tinha que pensar nela.

–- Então seu casamento com Arthur...

–- Não me casei por interesse, se é o que iria dizer.

–- Ah, não?

–- Não. - Falou com firmeza. Não tinha como duvidar dela. - Logo quando comecei a sentir a dores do parto e fui levada ao hospital, tentaram entrar em contato com você de todas as maneiras. Eu nem fazia idéia que você já tinha ido embora. - Ela suspirou. - Bem. Como não te acharam nem em casa, nem na empresa. Pedi para ligarem para o Billy, tinha esperança que você estivesse com ele. Billy foi imediatamente para o hospital, junto com o Arty, Charlie e Renée que estavam na casa dele na hora.

“ Billy e Charlie foram atrás de você, mas Arty ficou enquanto eu dava à luz. Foi ele quem a segurou, e se apaixonou por ela, assim que a pegou nos braços. Depois que voltei para casa fiquei sabendo que você tinha ido embora com Claire. Não me contaram toda a verdade, nem os detalhes, na época eu estava muito frágil. Ainda não acreditava que você realmente havia me deixado. Quer dizer, eu desconfiava que vocês dois tivessem algo, mas nunca achei que fossem capazes de fugirem para ficarem juntos. Não imaginava que você me deixaria.”

Fechei os olhos me odiando, por ter ido embora. Por tê-la deixa em um momento tão importante, para ter fugido com a vagabunda.

–- E depois?

–- Depois eu te esperei por três meses e meio. Eu não comia, não dormia só esperando você entrar pela porta de casa dizendo que estava arrependido. Arty, Charlie, Renée e o Sr. e Sra. Swan sempre iam nos visitar, ver como estávamos e mimar um pouco a Leah, eles eram loucos por ela, principalmente Arty. Mas eu ainda tinha esperança que você voltasse. Então recebi os documentos de pedido de divórcio, foi quando eu despertei e percebi que você não voltaria.

“ Voltar a realidade foi a parte mais difícil. Eu não tinha parentes por perto, nunca havia trabalhado, estava sem dinheiro e ainda tinha uma filha pequena, que nem ao menos havia registrado. Então Arty se propôs a dar o nome dele à ela e uma pensão. Mas foi só depois de alguns meses que nos casamos. Nesse época Claire já havia voltado e tinha engravidado de David Simpson, a mulher dele soube e fez um escândalo, ela teve que sair da cidade, foi morar com Charlie e Renée no Arizona.”

Ficamos em silencio por um tempo.

–- Vocês vão sempre me odiar não é mesmo?

–- Eu não te odeio Harry, não mesmo. Nem mesmo odeio Claire, apesar de tudo. Eu já perdoei vocês de coração. Apesar de tudo o que sofri, se isso não tivesse acontecido, jamais teria descoberto o homem maravilhoso que Arty é, nem teria tido meu Seth. Mas com Leah vai ser meio complicado. Ela tem um gênio muito forte, e não é bom ela estar passando nervoso no estado dela.

Que absurdo, a menina ainda nem tinha completado 17 anos e já estava grávida e noiva. E todos achavam isso tudo lindo.

–- Você é feliz?

–- Sim, muito. - Ela olhou para mim, e recomeçou a falar. - Harry eu quero te pedir um favor. - Assenti. - Por favor, não force a barra com Leah, nem sua presença. Não tente se intrometer na vida dela, nem bancar o pai super protetor, que você sabe que não é. - Isso doeu no fundo da minha alma. - Deixa as coisas fluir. Tudo tem seu tempo.

–- Tudo bem. Mais alguma coisa? - Perguntei carrancudo. Que idéia é essa? Querer-me longe da minha filha. Absurdo.

Sue olhou para fora, onde estava parada uma figura alta, que logo reconheci. Era Arthur meu ex melhor amigo, e agora marido da minha ex- esposa. E o pior pai da minha filha.

–- Não é só. Eu vou indo. Cuide-se Harry. - Disse e saiu do carro.

A segui com o olhar. Sue foi ao encontro de Arthur, os dois se abraçaram e foram rumo a casa de mãos dadas. Felizes. Parecia um casal de namorados.

Eu não sabia o porquê, mas senti muita raiva naquele momento. Era como se eu quisesse estar no lugar dele. Ser amado e respeitado por Sue e Leah. Reconheci imediatamente o significado. Eu estava com ciúmes, e muita inveja da felicidade deles. Repreendi-me imediatamente. Afinal de contas eu era o responsável pelo o que estava passando.

Bella

Não estava com um pingo de vontade de acordar, mas eu sentia incomodo demais para continuar dormindo. Meu rosto ardia e latejava - resultado da pancada de ontem. Porem não era só essa dor que me incomodava. Eu reconhecia essa dorzinha chata em meu ventre. Uma dorzinha chara que aprendi a conviver desde quando tive minha primeira menstruação há quase dois anos atrás. Eu estava com cólicas - que aumentava a cada segundo - isso significava uma coisa, e eu não queria nem pensar, já que namorava um vampiro.

Abri os olhos e olhei ao meu redor. Tomei um susto ao constatar que não estava no meu quarto. Provavelmente eu estava na casa de tio Arty.

Ao me mover na cama percebi que havia mais alguém comigo ali. Olhei para a figura adormecida de Britanny. Levantei-me rapidamente. Um erro. Minha cólica aumentou mais ainda, minha cabeça doeu, senti vertigem e cai no chão com um baque, graças ao meu equilíbrio maravilhoso - do que adianta anos de balé? O barulho acabou despertou Britanny que levantou assustada.

Descemos para sala, algum depois - quer dizer depois dela se acabar de rir da minha cara. Como havia suspeitado estava na casa de tio Arty. Ouvimos vozes vindas da cozinha e fomos para lá, onde Sue e nosso tio tomavam café.

Sue foi pegar algo em cima da bancada e acenou para eu ir até ela. Enquanto Britanny era abraçado por tio Arty. Fui até Sue e ela colocou uma compressa de ervas em meu rosto, me prevenindo que a dor desapareceria em poucos minutos e preveniria hematomas. O que era ótimo já que eu era extremamente branca.

–- Sabe eu tenho vontade de socar Harry. - Disse meu tio olhando para Sue que me ajudava a me sentar com a compressa no rosto. - Não que Claire não seja culpada de alguma coisa, mas ele poderia ter resolvido tudo conversando não acha? Eu fiquei horrorizado com a atitude dele, ainda mais na frente das crianças. - Ele deu um suspiro. - Ele quase matou minha irmã, acabou com a festa da nossa filha e acertou o rosto de Bella que não tinha nada a ver com a historia.

Ele sorveu alguns goles de café e depois olhou para mim, como se também estivesse sentindo a mesma dor que eu.

–- Bella, meu bem. Que diabos você estava fazendo tão perto da confusão? - Perguntou ele ainda com aquela cara de dor.

–- Uhm... Eu não sei bem. Não consegui me mover. Fiquei em choque eu acho. Na verdade eu nem senti a pancada. - E era a mais pura verdade, eu não senti quando fui nocauteada, nem sei quem me levou para o quarto. Quando voltei a minha consciência já era hora de acordar.

–- Eu sei como é - disse Britanny fungando. Seus olhos verdes ficaram marejados - eu também não consegui me mexer. É horrível presenciar alguém, que você nunca viu na vida, espancando e depois tentando matar sua mãe. Eu sei que ela nunca foi santa, e o que ela fez a Sue foi horrível, mas ela já pagou por tudo, e ainda está pagando pelos erros que cometeu. Já basta o que Renée falou naquele dia. Não há castigo pior que o remorso. Do que sua consciência martelando todos os dias, lembrando tudo o que você fez de errado.

Dei graças por meu rosto estar tampado com a compressa, porque eu estava boquiaberta. Desde quando Britanny era coerente? Talvez fosse por isso, que ela desistiu de tentar me ferrar e me afastar de Edward. Ela percebeu que estava ficando igual a mãe. E não queria ter o mesmo sofrimento de minha tia.

–- Oh, minha querida - disse tio Arty abraçando-a, enquanto ela soluçava - não fique assim. Já passou. Vai ficar tudo bem.

Ela soluçou por mais alguns minutos. Depois que Britanny tomou café, foi para casa se arrumar e pegar o carro para ir à escola. Eu por outro lado não estava tão bem assim. Mas Britanny prometeu me passar todas as matérias que eu perderia. Sempre odiei perder aula, seja qual fosse o motivo, mas nas minhas condições era melhor ficar em casa.

–- Bella tem certeza que está bem? - Perguntou meu tio mais uma vez.

–- Sim, minha cólica ta doendo mais que meu rosto. - Respondi sem jeito.

–- Tudo bem Arty pode ir, eu cuido dela. - Eles se despediram na porta. E depois Sue ainda o acompanhou até o carro. Era tão romântico.

–- Bem, Bella. - Disse Sue assim que voltou. - Vou te dar um chá e você pode voltar a dormir no quarto de Leah, quando acordar vai estar nova em folha. Enquanto isso, irei cuidar de Claire.

Fiquei-me perguntando se a bondade de Sue não tinha tamanho. Ela perdoou e recebeu a mulher que roubou-lhe o marido enquanto dava à luz a filha, assim como o havia perdoado também. E agora estava indo cuidar da mesma mulher.

Sue me acompanhou até o quarto de Leah, ela me deu o chá que bebi em um gole só, porque era mais que amargo. Sue riu da minha careta e depois se retirou levando a xícara. Levei apenas alguns instantes para apagar, só o tempo de me deitar e me cobrir.

POV Sue Swan

Já fazia algum tempo que tinha deixado no quarto. Provavelmente ela estaria dormindo, por causa do efeito do chá que lhe dei, mas pelo menos ela não sentiria mais dor quando acordasse.

Fui para a cozinha começar os preparativos para o almoço, como havia dado folga à empregada tive que iniciar tudo mais cedo. Subi mais uma vez até o quarto de Leah e coloquei outra compressa de ervas no rosto de Bella. Olhei mais uma vez para seu rosto adormecido e sorri, ela parecia um bebe enquanto dormia. Tão parecida com Charlie e Arty. Lembro-me de quando ela era novinha, costumávamos levar as três garotas para passear. E Arty dizia que eram todas dele - de certa forma eram.

Enquanto a observava dormir, fiquei imaginando por todo o sofrimento que essa criança deve ter passado. Perdeu o pai cedo, teve que conviver com uma mãe negligente e um padrasto pedófilo e aproveitador. E como se isso não fosse o bastante foi expulsa de casa pela mãe maluca depois de ser quase violentada pelo crápula do marido da própria. E agora tem que lidar com uma capaz de fazer qualquer coisa para prejudicá-la e ficar com o namorado dela, que é um vampiro, mas acho que esse fato é o menos preocupante.

Era engraçado como minha historia era parecida com a dela e a de Leah pelo menos em uma parte. Enquanto Bella e Leah têm que conviver com primas invejosas, que a todo custo tentam puxar o tapete delas. Pelo menos os namorados delas as amam o suficiente para não se deixarem levar, apesar de Sam ser extremamente ingênuo e não ver as reais intenções de Emily. Edward é um leitor de mentes pelo menos, e mesmo que não fosse os vampiros tem um detector natural de mentiras.

Era estranho ouvir todas as historias sobre vampiros quando criança, e agora uma de minhas sobrinhas namora um e eu nem me abalo.

Suspiro.

Voltando as historias de minha filha e minhas sobrinhas, quase parecida com a minha. A diferença é que Emily e Britanny, não agiam com cautela, na verdade elas fazem as coisas nas vistas então fica fácil para as vitimas ficarem com o pé atrás. Claire não, ela planejava tudo, se fazia de amiga próxima, enquanto dava o bote. Como desconfiar de alguém que você praticamente cresceu junto, cujos irmãos eram seus melhores amigos?

Apesar de prometer a mim mesma esquecer tudo e perdoar, eu tinha todos os detalhes em minha mente.

Flash Back

“ Fazia mais de quatro anos, que eu saíra de La Push com meus pais e irmãos, para morar na reserva Makah, onde viviam meus avôs. Lá reencontrei com um amigo de infância: Harry Clearwater. Ele era primo em terceiro grau de um dos meus melhores amigos Billy Black, e apesar de não tê-lo reconhecido de imediato, ele me reconheceu.

Conversávamos muito sobre nossa infância em La Push, sobre Billy que eu considerava com irmão e os gêmeos Swan, duas pestes em forma de garotos que eu odiava, mas com o tempo aprendi a gostar.

Harry foi embora alguns meses depois de nos conhecer. Mas logo depois Claire a Irma caçula dos gêmeos diabólicos se juntou ao grupo. E apesar de sempre fazermos coisas de garotos não reclamávamos, na verdade até gostava e na maioria das vezes nos saiamos bem melhor que os garotos.

Infelizmente antes de chegar ao colegial tive que abandonar meus amigos indo morar na reserva Makah. Quando estava no penúltimo ano do colegial, Harry e eu nos reencontramos em uma das férias de verão que ele foi passar com a família. Começamos a namorar poucas semanas depois. Ele fazia faculdade de Administração de Empresas na Universidade de Yale. Harry ia me visitar quase todos os finais de semana, todos os feriados e férias.

Quando faltavam só dois anos para ele se formar e poucos meses para eu terminar o colegial ele me pediu em casamento, nos casaríamos assim que ele se formasse, por isso quando terminei o colegial optei para fazer apenas um curso técnico.

Uma semana após a formatura de Harry, foi o nosso casamento. Quase um ano depois voltamos para La Push. Harry havia assumido a administração de uma empresa em Port Angeles, ele tinha um bom salário então pudemos viver com conforto.

Quando chegamos reencontramos nossos velhos amigos, Billy havia se casado e já tinha duas filhas - as gêmeas Rachel e Rebecca. Os gêmeos estavam cursando direito na UCLA, lá Charlie conheceu Renée, estudante de literatura e eles haviam se casado em Las Vegas. Charlie continuava a mesma peste, brincalhão, tirava sarro de todos e um excelente piadista, por outro lado Arty estava mudado, adquirira uma postura mais seria. Não havia se casado, dizia que queria terminar primeiro os estudos, fazer suas especializações, se firmar na carreira de promotor, que era seu sonho. Quem me surpreendeu foi Claire, ela estava completamente diferente, seus cabelos castanhos agora estavam loiros, usava muita maquiagem e batom bem vermelho, saltos e vestidos curtíssimos. Ela havia me abraçado forte e olhado de um jeito estranho para Harry, mas não me importei, talvez ela só estivesse tentando se lembrar dele. Harry também a olhou, como quem examinava. Mas eu não o culpava, todos os homens olhavam para ela daquele jeito, pelas roupas e a maneira que ela andava, quando soube o que havia acontecido a poucos anos depois que fui embora entendi.

Eu não era muito vaidosa, fui criada para seguir a tradição do meu povo. Fui criada para dar valor aos princípios, meus pais eram assim. Por isso, não me importava quando Harry sempre falava que Claire era diferente das mulheres que ele já viu. Claro ele estava acostumado com as mulheres da reserva que foram criadas da mesma maneira do que eu.

Harry mandou fazer uma casa grande e luxuosa para os padrões de casas em La Push, mesmo eu sempre insistindo para ele, que uma casa simples era o suficiente. Claire freqüentava bastante minha casa dizendo que estava com saudades e sempre me perguntava como era minha vida de casada e como conheci Harry. Estava tudo indo tudo muito bem.

Alguns meses depois de estarmos bem estabelecidos em La Push, Harry comentou que precisava de uma secretaria para ajudá-lo, ele não podia ficar abusando muito das outras que já tinham muito trabalho acumulado. Havia comentado o fato com Claire e ela logo se ofereceu para o cargo alegando, que não agüentava mais os pais jogando na cara dela, que ela não fazia nada. Foi quando tudo começou a mudar. Harry agia de maneira estranha comigo, chegava tarde, ou como muitas vezes não chegava. Claire também estava estranha, as vezes quando eu ligava para saber de meu marido ela sempre dizia que ele não poderia atender, porque estava em alguma reunião. Foram pouquíssimas vezes que ele tinha tempo para ficar comigo, e em uma dessas pouquíssimas vezes concebemos Leah. “



Fechei e abri os olhos duas vezes voltando à realidade. Sai do quarto para deixar Bella dormir mais a vontade. Voltei para a cozinha a fim de preparar um chá e compressas de ervas para por nas feridas de Claire. A pesar de hoje ser completamente diferente da menina que era naquela época, ainda levava muito a serio os costumes de meu povo e guardava todos os ensinamentos, principalmente os de cura. Quando passei pela sala vi uma foto minha e de Leah em cima da lareira. A foto havia sido tirada logo após eu dar à luz a ela. Eu nem fazia idéia que meu marido tinha sumido com a pessoa que considerava minha melhor amiga. Na verdade ele nunca ligou para ela, nem quando estava na barriga.

Lembrei-me de quando contei a ele sobre a gravidez.

Flash Back

“ Já fazia algum tempo que eu estava me sentindo mal. Para piorar tudo meu marido quase não vinha para casa. Eu não queria pensar no que ele estava fazendo de errado, por mais que as pessoas me alertassem sobre a fama de Claire, que não estava muito boa, eu preferia me fazer de surda. Então passava a maior parte do tempo naquela casa enorme.

Num dia raro de sol em Forks, acordei muito mal. Eu já estava enjoando à dias e minhas regras não desceram, eu não queria ter esperanças, mas os sintomas já estavam mais que confirmatórios. Para conforto de consciência fui ao medico e fiz o exame, que deu positivo. Fiquei exuberante. Comprei flores e enfeitei toda a casa fiz um jantar maravilhoso, aproveitando que Harry voltaria para casa. Estaria tudo pronto para dar a ele a melhor noticia de nossas vidas.

Estávamos comendo a sobremesa que eu fiz. Harry havia elogiado muito o jantar, dizendo que não tinha muitas mulheres como eu no mundo. Agora era a hora da verdade. Olhei para ele sorrindo e ele retribuiu.

–- Harry adivinha só? - Comecei contente.

–- O que há? Por que está tão radiante assim? - Perguntou ele meio indiferente, mas não deixei que seu estresse abalasse minha felicidade.

–- Hoje fui ao médico - ele me olhava com cautela - fiz alguns exames. E descobri que estou grávida não é ótimo. - Achei que iria sair pulando, mas sua cara de indiferença foi a pior coisa.

–- Grávida? Grávida Sue? - Ele parecia transtornado, e incrédulo. - Sabe que não é uma hora boa para ter filhos.

–- Como assim não é uma hora boa Harry? - Perguntei chocada. - Você está mais do que firme na empresa ela é praticamente sua, temos uma renda boa, uma casa enorme. É claro que é uma hora boa. Achei que queria ter filhos.

–- Sue, não vou discutir com você. - Foi só o que ele me disse.

Depois desse dia as coisas esfriaram totalmente. Billy e os outros ficaram super feliz, mas achei ter visto uma pouco de aversão da parte de Claire. Passei praticamente minha gestação sozinha. Harry sempre chegava tarde de mais ou como agora na maioria das vezes fazia sumia. O engraçado que Claire também sumia. Quem sempre me acompanhava era Janet a esposa de Billy ou a Sra. Swan, às vezes eu notava nela um olhar de pena e compaixão. E assim foi até à hora do parto. Nesse dia Harry tinha ido para casa ele estava estranho, foi a primeira vez que ele perguntou sobre o bebê. Achei estranho porque ele nem ligou quando falei que seria uma menina.

Ele saiu para a empresa dizendo que voltaria para conversarmos. Algumas horas depois comecei a sentir dor. Fui levada ao hospital pela esposa do Sr. Ateara. E quando cheguei ao hospital pedi que ligassem para meu marido na empresa, mas não o acharam lá, nem em casa, nem no banco onde ele costumava fazer transações para a empresa. Enquanto isso as dores aumentavam e não dava mais para esperar. Pedi para que ligassem para o Billy na esperança dele estar lá. Alguns minutos depois Billy apareceu com Arty, Charlie e a esposa.

Billy e Charlie foram procurar Harry, Arty ficou comigo na sala de parto enquanto Renée tentava desesperadamente entrar em contato com alguém da minha família.

Algum tempo depois estava tudo acabado. Leah havia nascido. Vi quando Arty a pegou no colo para entregá-la a mim. Ela era tão lindo cabelos negros e lisos, pele castanhos avermelhada como a minha. Quando voltei para casa dois dias depois, percebi que estavam todos estranhos, me entregaram uma carta de Harry dizendo que tinha ido embora, porque ele não era feliz comigo. Havia mais alguma coisa, mas ninguém ousou me contar. Eu não queria acreditar, gritei com todos e disse que aquilo era pura mentira. Então comecei a vigília durante três meses esperando Harry voltar.

Eu não queria dormir, não queria comer. Às vezes comia algo, só para ter algum nutriente na hora de alimentar minha filha. Nem percebia as pessoas a minha volta. Foi em um desses dias, que eu estava na varanda esperando Ele voltar, quando recebi o documento de pedido de divorcio, fiquei desesperada quando li. Então me contaram o que havia acontecido de verdade e o porquê ele havia me deixado. Alguns dias mais tarde chegaram um oficial de justiça junto com o dono da empresa onde Harry trabalhava, dizendo que ele havia dado um desfalque enorme na empresa. Liguei para o banco onde nós tínhamos uma conta conjunta e lá o gerente me disse que Harry havia pegado todo o dinheiro e fechado a conta. Fui ao chão. Nesse dia percebi que eu tinha uma filha pequena, meu marido havia me deixado sem nada, e para completar veio outro funcionário de um banco dizendo que tomaria minha casa porque havia dividas não paga.

Foi nesse momento que Arty se ofereceu para registrar minha filha com o nome dele, assim ela teria direito de receber uma pensão. Quando a hipoteca da casa foi executada o Sr. e Sra. Swan me levaram para morar com eles, enquanto Arty estudava em Los Angeles. Pensei que eles estavam com remorso pelo que a filha havia feito, mas depois descobri, eles realmente gostavam de mim e de Leah - o nome que Arty havia escolhido para ela.

Mais três meses se passaram. Arty havia vindo passar um feriado na casa dos pais, foi quando ele se declarou para mim e pediu minha mão em casamento. Os pais deles ficaram frenéticos de alegria, assim como o irmão. Só meus pais não gostaram muito. Mas depois que expliquei a historia de Harry, eles aceitaram. Nós casaríamos dentro de algumas semanas. Faltando uma semana para o casamento e dois meses para Leah completar um aninho de vida. Claire voltou para a casa dos pais, se dizendo arrependida. Na época eu mal olhava na cara dela, a Sra. Swan não me recriminava por isso, ela sabia a filha que tinha. Depois do casamento eu disse a todos o meu desejo de voltar a estudar. Ela me aconselhou a estudar na UCLA junto com os filhos, mas como não queria me afastar de Leah e nem afastá-la dos avôs. Decidir cursar Relações Publicas e organização de Eventos na Seattle University, Arty pediu transferência para lá também. Dois anos e meio depois que nos casamos e já tínhamos nossa própria casa perto da dos pais deles, tivemos nosso Seth.”

Fiquei olhando para uma foto que tinha Arty, Leah e eu com um barrigão brincando na neve. Eu era feliz agora, apesar de todo o sofrimento que passei, tive meu final feliz com meu príncipe encantado. E até uma fada madrinha sim porque Helena Swan, não foi uma sogra e sim uma fada. Ela me ensinou muitas coisas e me deu muitas dicas. Principalmente de moda e beleza. Muita gente da reserva me criticou pela mudança, mas o importante é o que eu levo comigo em meu coração.

Parei de pensar na vida e subi para o quarto, quanto mais cedo eu colocasse as compressas em Claire mais fácil seria de curar os hematomas.

POV Claire Swan

Eu devia estar pagando por todos os meus pecados. Por tudo que fiz aos meus pais, o que á Sue e Leah, à minha filha e aos meus outros filhos que não deixei nascer. Por todos os erros que cometi e acho que pelos que ainda cometerei.

Meu corpo doía cada centímetro. Aquele filho da mãe desgraçado havia conseguido acabar comigo. Ele era muito petulante de vir aqui e querer reivindicar direito a paternidade que ele sempre renegou. Eu sei que errei, mas pelo menos me redimi, pedi perdão a Sue e a Leah. Paguei por todos os meus erros e provavelmente ainda vou pagar.

Minha cabeça doía tanto que não sabia mais o que era sonho ou realidade. Então as lembranças que sempre tentava manter guardadas vieram a tona.

Flash Back

“ Fazia algum tempo que Billy havia nos dado a noticia que Sue voltaria para La Push e casada. Eu não acreditava que ela havia se casado. Meus irmãos e a mulher insuportável de Charlie - oh mulher intrometida, falsa e metida a querer agradar a todos, aposto que ela prestava tanto quanto eu - resolveram preparar uma festa de boas vindas. Decidi me arrumar para ir até a reserva.

Quando estávamos a caminho vi muitos olhares cobiçosos, invejosos e reprovadores. As mulheres dessa cidade nojenta me chamavam de devassa. Só por causa das minhas roupas mega curtas e maquiagem forte. Mas eu nem ligava sabia que era tudo ciúmes. No fundo elas queriam ser iguais a mim.

Quando chegamos à casa que Sue moraria com o marido fiquei deslumbrada. Era uma casa linda, luxuosa demais para os padrões de La Push. Fui apresentada ao marido. Claro como todo homem ele me deu uma secada daquelas. Ele também não era mal. Muito bonito por sinal. Sue me contou sobre o trabalho dele. Ao que parecia seria responsável por administrar uma empresa em Port Angeles, com certeza o salário dele devia ser muito alto. Julgando pela casa que ele mandou construir. Entretanto Sue não combinava com aquele lugar. Ela era linda não podia negar. Cabelos lisos, longos e pretos, pele morena. Uma coisa que chamava bastante atenção era seu corpo. Sua cintura era super fina, a barriga lisa chapada, quadris lardos, coxas grossas, bumbum redondinho e o que toda mulher deseja seios fartos, mas minha querida amiga não sabia valorizar seus atributos. Vestida em um simples vestido azul claro e uma sapatilha baixa.

Passei a observar o casal, ele parecia super apaixonado por ela. E a olhava diferente de todos os caras me olhavam. Eu queria aquilo, não só um homem apaixonado por mim, mas eu queria a casa, o dinheiro e a vida que Sue parecia não ligar. Por isso fiquei bem próxima do casal, como uma verdadeira amiga. Depois de um tempo percebi o interesse de Harry por mim, era hora de colocar meu plano em pratica. Tinha uma amiga minha que havia começado a trabalhar lá como recepcionista e me passou todos os horários dele. Sempre dava um jeito de me encontrar com ele. E em poucas semanas começamos ter um caso. Harry ficava mais tempo comigo do que com Sue. E como pretexto dizendo que queria ficar mais perto, mas na verdade era para controlar mais ele. Havia muitas biscates de olho também. Decidi que iria trabalhar como secretaria dele. Ele deu uma desculpa qualquer a Sue para eu entrar na empresa.

Estávamos cada vez mais envolvidos. E como sempre ele ficava mais comigo do que com a própria esposa. Mas eu não gostava quando ele ia ficar com ela, sem como os homens são ainda mais com Sue sendo tão bonita. Agia como se fosse a esposa e não amante. E sempre que Sue ligava nunca passava as ligações, dizendo que ele estava ocupado e não podia atender. Ela era tão ingênua que acreditava.

Um dia quando tínhamos acabado de fazer sexo na mesa de seu escritório, ele disse uma coisa que me deixou sem chão.

–- Sue está grávida. - Ele disse, e apesar de tentar parecer indiferente. Ele não conseguia esconder a felicidade. Idiota.

–- Como assim grávida? - Explodi saindo de seu colo. - Você me disse que já não a tocava fazia algumas semanas e agora, me diz que ela está grávida. Como pode fazer isso comigo.

–- Fazer isso o que Claire? - Ele disse segurando meus pulsos com força. - Sue e minha esposa, se não fizesse meu papel de marido ela já ia começar a desconfiar. Já basta ela engolir as minhas desculpas quando não volto para casa.

–- Trate de dar um jeito nisso agora.

–- Que jeito? Quer que eu peça para ela abortar? - Eu o olhei nos olhos. E pela minha expressão e viu que era exatamente o que eu queria que ele fizesse. - Ela nunca vai aceitar.

–- Peça o divorcio então. Você está me enrolando, já faz um bom tempo.

–- Não é tão simples quanto parece.

E assim continuou nossa situação. Para minha infelicidade Sue contou para todos que estava grávida, que ficaram super feliz. Tentei engravidar também, se ela teria um filho dele eu também, teria. Mas minhas tentativas foram infrutíferas. E por mais que ele dissesse que não estava nem ai para Sue e o bebê, eu podia ver que a qualquer momento sua mascara cairia e ele babaria pela criança. Ele quase chorou quando ela entrou no escritório o abraçando dizendo que esperava uma menina. E quando o bebê nascesse já era minhas chances.

Então como meu ultimo trunfo, usei uma tática mais antiga, e mais usada por todas as mulheres sem escrúpulos que querem agarrar seu amante. Sue já estava com a gravidez vem adiantada e a qualquer momento eu sabia que seria tarde de mais. Armei tudo para o meu plano Harry chegou mais uma vez na empresa com aquela cara. Ele não me falou, mas eu sabia que ele havia comprado presente para o bebê de Sue. Isso me deixou com muita raiva. Antes de entrar na sala me recompus e fiz uma cara bem fingida de tristeza.

–- O que há meu bem? - Ele perguntou quando viu minha expressão ao deixar os documentos em sua mesa.

–- Eu... Eu não queria Harry. Você já está com tantos problemas. - Disse começando a chorar.

–- O que houve Claire? - Agora ele estava muito preocupado.

–- Eu estou grávida. E não sei o que fazer Harry. Meus pais provavelmente vão me expulsar de casa. E eu não queria tirar de novo. É horrível acabar com a vida de uma criança inocente, e ainda mais esse que é do homem que eu amo.

Seu rosto pareceu iluminar quando eu disse essa frase. Ele me abraçou acariciando meus cabelos.

–- Calma vamos dar um jeito.

–- O único jeito, Harry é se a gente fugir. - Ele arregalou os olhos como se não pudesse acreditar.

–- Não posso fugir agora. Ainda mais com Sue nesse estado. Ela dará a luz a qualquer momento.

–- Eu sabia. Sabia que você a escolheria. Tudo bem, eu vou me sacrificar mais uma vez.

–- Do que está falando.

–- Eu vou abortar novamente. Vai me doer mais que tudo, talvez depois eu me mate. Mas não posso viver sem você.

–- Você está louca mulher.

–- Você escolhe Harry. Se não me quiser vou agora mesmo marcar o aborto, ou melhor, me jogo do primeiro penhasco que encontrar.

Ele pareceu pensar por um instante e depois falou.

–- Tudo bem. Vamos fugir, mas tem que ser logo.

–- Sim, quanto mais cedo melhor. Não se preocupe com Sue, ela ficará bem amparada. - Disse beijando seus lábios logo em seguida.

Já estava tudo preparado. Era o grande dia. Nós fugiríamos claro que depois teria que inventar alguma coisa sobre o bebê, ou teria que tentar engravidar. Ele escreveu uma carta para Sue e deixou um pouco de dinheiro suficiente para ela se manter por uns dois anos sem precisar trabalhar. É claro que eu não concordei com isso e o fiz desistir.

–- VOCÊ NÃO PENSA NO NOSSO FILHO, E NO NOSSO FUTURO? - Gritei para ele - ESSE DINHEIRO PODE FAZER FALTA DEPOIS. - Eu sabia que não faria ele também. Mas eu não daria o braço a torcer e ele não me contrariava.

Ele pegou todo o dinheiro das contas e depois fechou, fora os milhões que ele desviou da empresa, estávamos munidos por alguns anos. Então podíamos ir embora.

Depois de três meses convivendo com ele percebi que não agüentava mais. Eu não era o tipo de mulher que vivia de acordo com os costumes ou certinha. Por isso depois que ele conseguiu os papeis assinado por Sue para o divorcio eu me mandei com outro cara e levei todo o dinheiro comigo. Nunca mais me encontraria com ele. Seis meses depois quando eu já tinha voltado para a casa dos meus pais vi numa revista que ele tinha sido preso, por desvio de dinheiro. Agora começava outra empreitada, tentava a todo custo ter o perdão de Sue, que agora era minha cunhada e estava mais linda do que antes. Agora ela sabia dar valor as suas curvas que não mudou nada com a gravidez. Mas ela sempre fingia que eu não existia me queixei uma vez com minha mãe.

–- Não a culpe Claire, você sabe que errou feio com ela. - Ela sempre dizia.

Apesar de tudo o que eu fiz minha mãe me perdoou e pude voltar para casa, contrariando a vontade do meu pai que queria ver o capeta, mas não queria me ver na frente dele. Ele dizia que eu era suja. Indigna de viver sob o mesmo teto dos Swan.

Fim Flash Back

Acordei de repente com todas as imagens de tudo o que eu fiz vindo na minha cabeça. Dizem que quando a gente morre toda a nossa vida passa pela mente. Eu não quero que a minha passe, isso já foi o suficiente. Senti uma pressão delicada em meu rosto e nos pontos que doíam. Abri os olhos assustada e encarei os olhos escuros de Sue. Ela colocava compressa nos meus machucados. Se tem uma coisa que eu me arrependo é de ter feito mal a essa mulher maravilhosa que cuidava de mim. Mesmo ela falando que me perdoava de coração eu me sentia mal. Mesmo ela falando que apesar de ter sofrido muito, o que eu fiz gerou frutos bons à ela. Como um marido maravilhoso - que eu não poderia tomar, já que era meu irmão. Sogros maravilhosos. E um filho lindo.

Apaguei em meio a dor. Enquanto ela curava as minhas feridas causadas pelo que eu fiz a ela há 17 anos.