quinta-feira, agosto 24, 2017

FANFIC O RECOMEÇO – CAPÍTULO 20


Capítulo 20 – Banho Frio

Os raios de sol brilhavam sobre Harthaven quando berros furiosos despertaram Edward, imediatamente compreendeu que seu filho estava fazendo suas próprias reclamações; levantou–se e foi lavar–se para apagar o horrível sabor do álcool da noite, depois abriu a porta do quarto das crianças e encontrou Hatti inclinada sobre o pequeno. Estalava a língua, emitia barulhos e falava em um tom tranquilizador, mas ele continuava reclamando.
– Vamos lhe dar de comer em um minuto, pequeno Cullen – assegurou a criada. – Não é o fim do mundo.

Com um sentimento de orgulho paternal, Edward se aproximou do berço com as mãos nas costas, para ver como Hatti trocava a roupa molhada. O bebê, com as pernas para cima, continuava chorando, com a cara avermelhada.
– Vá, está realmente furioso – comentou Hatti. – Quer algo para comer e pretende que todo mundo se inteire disso
Uma vez seco, o pequeno Cullen se acalmou um pouco, cada vez que roçava a bochecha com o punho, abria a boca como um passarinho balbuciando contrariado.

Hatti riu dele.
– Veja Senhorzinho, está tentando pedir algo para comer.
Edward olhou o bebê que balbuciava contrariado e sorriu
– Certamente é um pequenino muito impaciente – disse Hatti, agarrando–o e encostando–o em seu amplo peito. – Mas sua mamãe está acordada e vamos levar você para ela agora mesmo.
Edward seguiu à criada até o dormitório, passando os dedos por sua cabeça despenteada, viu Bella recostada na cama, penteada e asseada, com um vestido limpo com babados, irresistivelmente formosa. Quando ela o viu aparecer, indicou a Mary para que se afastasse, devolvendo–lhe o espelho, e o olhou com um sorriso radiante e os braços abertos, desejosa de abraçar seu filho, Edward observou que ao desabotoar a camisola e afastá–la corava nervosa diante da nova tarefa materna, entretanto, a jovem ajudou a seu pequeno com ternura dirigindo–o em sua ansiosa busca, o mamilo roçou a bochecha do recém–nascido, que se aferrou a ele com a ferocidade de um animal faminto, sobressaltando à dolorida mãe. Edward esboçou um sorriso e Hatti se pôs a rir ao ver o modo que o bebê sugava.
– Deus santo! – exclamou a criada. – O pequeno amo está morto de fome.
A diminuta boca produziu no corpo de Bella uma estranha sensação de prazer enquanto o contemplava com amor, a pequena cabeça estava coberta por um cabelo suave e negro e as magníficas sobrancelhas tinham a mesma forma que as de seu progenitor. Bella pensou com orgulho maternal que era o bebê mais bonito do mundo.
– É lindo, não é verdade Edward? – murmurou olhando a seu marido com ternura. Hatti empurrou Mary para que saísse da habitação, e os deixaram a sós.
– Sim, ele é – admitiu Edward. Aproximou–se e colocou um dos dedos no pequeno punho do filho, que se apertava com força contra o peito de sua mãe. O bebê o pegou imediatamente, agarrando–o com força, Edward sorriu, deleitado.
Devolveu o olhar a esposa, perdendo–se, não estava consciente de seus atos ao inclinar–se sobre ela fascinado por seus olhos, deslizando a outra mão pela nuca, beijando–a apaixonadamente. Sentiu como Bella afrouxava os lábios e os separava começando a tremer, pôde saborear a resposta cálida e doce da jovem e notar seu coração palpitar fortemente.
Bella tentou respirar sob o beijo do marido, sentindo suas carícias. Quase a ponto de desmaiar, soltou–se com uma gargalhada.
– Faz com que me esqueça do bebê – sussurrou enquanto lhe beijava o pescoço e tentava segurar seu rosto. – Como vamos chamá–lo?
Edward se afastou e a olhou durante alguns segundos.
– Se não tiver nenhuma objeção, eu gostaria de chamá–lo como um velho amigo meu, Jasper, que trouxe você de volta pra mim.
– Se esquece, milorde – respondeu com um sorriso –, de que na realidade o Lorde Hale era mais meu amigo que seu.
Bella pronunciou o nome e assentiu.
– É bonito, eu gosto. Jasper Anthony Cullen será seu nome.
Edward soltou a mãozinha de seu filho e abriu a gaveta da cômoda para tirar uma caixa alongada, ofereceu–a a Bella levantando a tampa.
– Como agradecimento por me haver dado um filho, por me fazer um homem muito feliz.
Ela ficou maravilhada ao ver o colar de pérolas com broche de rubis e ouro.
– Oh, Edward, é lindo – murmurou.
Edward contemplou seu pescoço e busto.
– Pensei que as pérolas realçariam a beleza da sua pele melhor que os diamantes – comentou com voz rouca.
Bella podia sentir como o olhar do marido a acariciava, uma sensação de prazer percorreu seu corpo acelerando de novo os batimentos cardíacos.
De repente Edward desviou o olhar.
– Vou me vestir – disse com voz rouca levantando–se da cama. – Imagino que Abegail estará ansiosa por ver o bebê.
Escolheu a roupa do armário e antes de vestir–se, voltou–se para contemplar sua mulher.
Pouco depois, Abegail e Emm entraram no dormitório para ver o bebê, que nesse momento dormia em um berço junto a mãe, a anciã colocou os óculos e estudou o recém–nascido, depois olhou para Edward e disse com um sorriso:
– Bom, já vejo que haverá outra geração de mocinhas assediadas por um Cullen, mas espero que tenham suficientes para contentar a todas essas saias com babados, não vão gostar nada que haja só um.
Emm sorriu tranqüilamente.
– Terão pelo menos uma dúzia, mas duvido que todos sejam varões – afirmou.
Abegail observou Edward com alegria.
– Bom, agora se fará justiça quando um de vocês dois tenha que defender a honra de uma dama. – Riu com a brincadeira. – Seu sangue subiria à cabeça se tivesse que forçar um jovem solteiro a desposar sua filha.
Bella lançou uma rápida olhada ao marido e se surpreendeu ao ver pela primeira vez um rubor em seu semblante, Emm sorriu ante o desassossego do irmão, mas a senhora Clark, encantada com o bebê, não percebeu a troca de olhares e de como tinha estado perto de descobrir tudo.
– Você trouxe para o mundo um menino magnífico, querida – comentou a senhora ao Bella. – Deve estar muito orgulhosa.
Bella esboçou um sorriso para a mulher e olhou com ternura a seu marido.
– Obrigada, senhora Clark. Estou sim.
Uma vez tendo nascido o menino, Edward dedicou toda sua energia a pôr em funcionamento a madeireira, Bella permaneceu no dormitório com a idéia de que ficaria nele, Edward percebeu que seu pente e escova estavam sobre a penteadeira, e mais tarde seus pós e perfumes, cada vez havia mais roupa pendurada junto à sua no armário e na cômoda a lingerie se mesclava com seus lenços de pescoço e meias. Muitas vezes tinha tirado um lenço delicado pensando que era seu.
Por deferência à delicada saúde da esposa, Edward ocupou o que ele confiasse que fosse uma residência temporária, na sala de estar, não sem lançar ocasionais olhares de nostalgia a enorme cama, pois a sala não era feita para uma pessoa tão corpulenta como ele. Cada vez que batia a cabeça ou ficavam fora os pés amaldiçoava energicamente, mas não encontrava o momento de reclamar cortesmente seus direitos e ocupar seu lugar no leito junto a ela. Ao ver que ainda se movia com dificuldade pela casa, compreendeu que ainda passaria certo tempo antes de poder aliviar suas necessidades mais básicas, mas como tampouco o convidava a compartilhá–la com ele, resignado, tratou de desfrutar da escassa comodidade de que dispunha.
Embora passasse a maior parte do tempo na madeireira, seus momentos livres compartilhava com sua mulher e filho. Levantava–se muito cedo e se reunia com Bella enquanto esta atendia ao bebê, banhando–o ou alimentando–o. Desfrutava disso antes de iniciar a jornada, como parte da rotina diária e durante esses momentos de tranquilidade ao lado do filho, ambos começaram a desenvolver um laço novo.
Chegou o verão, e depois das chuvas os dias se tornaram cada vez mais quentes. O algodão já tinha sido plantado e o trabalho da primavera tinha sido concluído, agora o moinho funcionava quase no máximo rendimento e o armazém de madeira estava começando a encher–se.
Os dias eram longos e quentes, os fazendeiros iniciaram a agitação da vida social do verão, a primeira festa iam celebrar em Harthaven no fim de semana seguinte, pelo que a atenção de Bella se concentrou nos preparativos do feliz acontecimento, enviaram convites, compraram champanhe e planejaram o menu. Falou com o Hatti sobre os novos uniformes do pessoal e sobre a aparência geral da mansão, ao mesmo tempo que os jardineiros se esforçavam em arrumar os pátios segundo suas indicações.
Enquanto Bella estava atarefada planejando a festa e atendendo ao Jass, Edward era cada vez mais desnecessário na madeireira, agora poderia passar mais tempo com sua esposa e filho, pôs em marcha uma estratégia para conseguir ocupar um lugar junto a ela na grande cama. Escolheu o dia com premeditação para suborná–la, naquela semana tinha comprado uma magnífica égua alazã com manchas brancas nas patas dianteiras e na testa, era uma égua enérgica, mas doce, que achou que sua mulher poderia montar com facilidade. Colocou a cela de amazona escarranchada sobre o animal com um sorriso travesso no semblante, e acariciou a pele em que sua esposa se sentaria pensando no que este presente poderia lhe trazer. Seria muito amável com ela enquanto a ensinava a guiar a égua, e possivelmente poderia ganhar um beijo ou dois.
Levou Leopold e à égua até a frente da casa sorrindo ante tais pensamentos, amarrou–os a um poste e subiu as escadas do alpendre. Bella estava no salão costurando com supremo cuidado uma de suas camisas, Edward se apoiou contra o marco da porta contemplando–a durante um longo momento enquanto ela continuava com seu trabalho sem perceber a presença do marido, seu filho dormia placidamente em um berço de vime junto a ela depois de ter sido alimentado, de maneira que estavam sozinhos. Sorriu ao ver que sua esposa enrugava a testa diante de um ponto difícil.
– Não enrugue a testa, meu amor – brincou Edward – Ou vai parecer com a uva passa da senhora Scott.
Bella pulou ao ouvir a primeira palavra.
– Edward, deu–me um susto de morte! – exclamou a jovem.
O homem sorriu maliciosamente.
– E agora? – perguntou docemente. – Sinto muito, querida. Não era minha intenção.
Bella se pôs a rir afastando a costura enquanto ele se aproximava mais atraente que nunca, o sol tinha escurecido sua pele e seus olhos verdes brilhavam intensamente, seu aspecto era muito másculo, embelezado com a roupa de montar, e o coração da moça se acelerou.
Edward parou diante dela e tomando–a pela mão levantou–a sentindo a fragrância suave e doce de seu perfume, conduziu–a até o vestíbulo onde ordenou a George que fosse procurar Mary para que cuidasse do bebê. Depois se voltou para a esposa que o contemplava perplexa.
– Aonde vai me levar? – quis saber Bella.
Edward, sorridente, pôs a mão nas costas da jovem animando–a a segui–lo.
– Lá fora – respondeu evasivo.
Bella saiu ao alpendre e deu uma olhada a seu redor descobrindo os dois cavalos presos ao poste esperando seus cavaleiros, o menor com uma cadeira de amazona. Levantou a cabeça lançando um olhar inquisitivo a seu marido.
–Você não gostou? – perguntou Edward sorrindo. – Nunca perguntei se você gostava de cavalos ou se sabia montar, mas será um prazer te ensinar se... sua saúde permitir isso.
Bella se pôs a rir alegremente descendo as escadas depressa em direção à égua.
– Encontro–me estupendamente bem – afirmou a jovem por cima do ombro.
O sorriso de Edward aumentou e correu atrás dela, entusiasmada com a linda égua, Bella acariciou o focinho sedoso e penteou a crina sem poder conter a excitação.
– Oh, Edward, é linda – afirmou. – Como se chama?
– Bela Dama – respondeu.
– Oh, é perfeito. Com efeito, é uma bela dama. – voltou–se e sorriu. – Ajuda–me a montar?
Edward ficou olhando o vestido de verão curto e fino que usava sua esposa.
– Não acha que seria melhor se você se trocasse, querida? – inquiriu. – Esse vestido não é o mais...
– Não – interrompeu–o fazendo beicinho. – Quero montá–la agora e se vou me trocar demorarei muito. – Sorriu adulando–o enquanto percorria com o dedo os botões do colete de Edward. – Por favor, Edward. Por favor.
O homem pôs–se a rir ante sua coqueteria sem poder negar–lhe, inclinou–se e apertou as mãos em espera de seu pé delicado, depois a elevou. Após ter se ajeitado na cela de montar, a jovem se agachou para certificar–se de que tinha colocado firmemente os pés nos estribos. O decote pronunciado que usava afrouxou revelando cada detalhe dos seios bem arredondados, Edward ficou gelado com as rédeas na mão e os olhos cravados em sua anatomia. Engoliu em seco e escapou dele uma espécie de grunhido, Bella o olhou sorridente e o coração de seu marido começou a pulsar descompassadamente. Quando ela finalmente se endireitou, Edward ficou desconcertado com a mão no ar segurando as rédeas.
Bella pegou–as habilmente, diante da surpresa do marido, girou à égua e se afastou dele galopando, em direção aos prados, Edward montou Leopold de um salto e saiu à carreira atrás dela com grande estrondo. A perseguição fez com que Bella tirasse a égua do caminho com grande despreocupação e entrassem no bosque esquivando–se das árvores. Os enormes cascos de Leopold levantavam nuvens de pó tentando seguir o caminho sinuoso, mas teve que ficar a passo, para grande consternação de Edward de modo que a égua manteve a liderança até que chegaram a campo aberto. Ali o corcel negro pôde estirar seus potentes músculos e alcançá–la, rapidamente ultrapassou a Bela Dama e Isabella e segurou seus arreios. Esperou que Edward se colocasse junto a ela, e ao ver sua cara de preocupação pôs–se a rir.
– Enganou–me – comentou Edward, e soltou uma gargalhada ao compreender o jogo. – Mas sua destreza é só superada por sua falta de bom senso.
– Já! – exclamou ela. – Se estivesse caçando com matilha e eu tivesse entrado mais no arvoredo, ainda seguiria ofegando atrás de mim.
Pôs–se a rir e animou à égua a correr ao meio galope pelo prado. Leopold, açulado pelo aroma da fêmea, levantou as patas dianteiras e ficou ao seu lado, o passeio continuou até que chegaram a uma colina açoitada pelo vento coberta de grama, onde Bella se deteve para deixar que Bela Dama descansasse e desfrutasse da brisa.
Edward acabou de amarrar as rédeas do Leopold a um arbusto e, antes de ajudar Bella descer, lançou ao animal um olhar cheio de fúria, depois agarrou a jovem com suavidade por debaixo do busto, enquanto ela ria feliz encantada com o presente e o passeio. Na descida, Bella roçou sua coxa com a de Edward pegando ambos despreparados, a moça se afastou imediatamente sufocada pelo contato e Edward, atrás dela, apoiou a mão sobre a égua com os olhos fechados, tentando controlar o desejo ardente que sentia por sua esposa e que o fazia estremecer.
O inesperado roçar fê–lo perfeitamente consciente da abstinência que tinha mantido desde a primeira vez que tinha acariciado seu corpo sedoso e doce meses atrás, a necessidade o traía e aumentava contra sua vontade. Estava faminto dela, de tomá–la entre seus braços e deitá–la sobre a grama suave. Imaginou–se despindo–a, arrancando a roupa, mas de repente pensou no impacto que causaria a jovem, amaldiçoou a falta de intimidade que padeciam, ao lembrar das interrupções que tinham sofrido cada vez que ele tinha estado a ponto de ganhar terreno, mas não planejava unicamente desfrutar de uma queda na grama, mas sim de uma vida cheia de momentos prazenteiros. Devia pensar primeiro em seu objetivo, em cortejá–la com galanteria, e não em satisfazer seus desejos momentâneos.
Lutou para manter o controle, conseguindo–o com grande esforço, e contemplou atrás dela as colinas frondosas cobertas de bruma, rodeou–a com os braços, estreitando–os ao redor da cintura, e lhe roçou o cabelo com os lábios gozando de sua fragrância deliciosa. Enquanto desfrutavam desta nova união tão próxima, Bella voltou a cabeça olhando–o com seus intensos olhos chocolate e os lábios úmidos e abertos, Edward não necessitou de mais nada para entender que podia saborear sua suavidade e doçura, inclinou a cabeça para beijá–la apaixonadamente, e como por arte de magia ela se voltou apertando–se contra ele e deslizando as mãos ao redor de sua cintura.
Edward a estreitou mais forte até e ambos desejaram que o momento durasse eternamente, os beijos de Edward acenderam o desejo de Bella e a deixaram frágil e maleável. Sentiu as coxas do marido apertadas contra as suas e entendeu que sua paixão igualava a dela, a jovem abriu a boca para corresponder ao ardor crescente do homem e se acomodou contra seu corpo.
O vento mudou de repente, agitando a grama sob seus pés, e as primeiras gotas de uma tormenta de verão caíram sobre suas cabeças. Separaram–se para olhar o céu; Edward sentiu tal frustração que desejou levantar o punho ao céu, agora negro, para amaldiçoá–lo, mas Bella já estava correndo para os cavalos. Seguiu–a e a ajudou a montar sobre Bela Dama, depois subiu em seu garanhão, o temporal desatou violentamente e quando conseguiram chegar ao abrigo de Harthaven estavam molhados até os ossos, com as roupas grudadas no corpo.
Atravessaram a grama do bosque de pinheiros até o alpendre, Leopold muito antes que Bela Dama, sob o aguaceiro Edward tirou Bella da cadeira de montar e a conduziu até o alpendre, depois retornou para prender os cavalos. Enquanto o fazia, a jovem viu que seu vestido era tão somente uma capa transparente que deixava entrever as curvas de seu corpo. Com o frio e a chuva, seus mamilos rosados se arrepiaram e o sutiã apenas os ocultava. Tratou de separar a malha de sua pele, pois não desejava encontrar–se com Emm ou George nessas condições. Edward subiu as escadas correndo, resguardando–se do temporal e, ao vê–la, compreendeu seu apuro. Tirou seu casaco e a envolveu com ele, depois abraçou–a e sussurrou–lhe no ouvido:
– Hoje eu não gostaria de ter que brigar por você.
Bella riu e entraram juntos na casa, seu alvoroço se interrompeu ao encontrar–se frente a uma Hatti contrariada. Com as mãos na cintura, sacudiu a cabeça e apertou a boca olhando seu amo.
– Senhorzinho Ed, às vezes juraria que perdeu o juízo – grunhiu. – Por que levou a senhorita para montar a cavalo com esta chuva se acabou de dar à luz? Deus santo vai morrer de uma pneumonia. Agora senhorita Bella, suba e tire essa roupa encharcada.
A criada pegou sua jovem ama pelo cotovelo e a arrastou escada acima sem que Edward pudesse impedi–la, ele se pôs a rir diante da cena e Hatti se voltou no patamar para ameaçá–lo com o dedo.
– Continue rindo e um dia destes o Senhorzinho Jass ficará sem mamãe – espetou. Voltou–se e se dirigiu ao dormitório a grandes passadas, arrastando uma perplexa Bella, que olhou seu marido por cima do ombro e lhe enviou um beijo antes de desaparecer.
Edward permaneceu olhando para cima meditando sobre o último gesto da esposa, sorriu para si bastante satisfeito com a forma como tinha transcorrido o dia. Tirou as botas e subiu as escadas correndo em meias três – quartos até a sala de estar, onde encontrou roupa seca e toalhas sobre a cama. Despiu–se e quando estava se secando, ouviu um chapinhar no quarto contíguo, uma porta que se fechava e Hatti descendo pelas escadas.
Aproximou–se silenciosamente da porta que separava os aposentos e a abriu, Bella estava na banheira de costas para ele, apertando a esponja com a mão, deixando cair a água por seus braços e seios túrgidos enquanto cantarolava uma canção familiar.
Negro é o cabelo de minha amada,
De uma beleza que fascina.
De suaves mãos e tenro olhar,
Amo o chão sobre o que caminha.
Edward contemplou como ensaboava a pele sedosa, como levantava uma perna esbelta, depois a outra enquanto escutava sua voz alegre e melodiosa, depois de alguns minutos começou a notar a tensão em seu corpo, e fechou a porta com cuidado. Apoiou–se nela e esfregou as mãos mentalmente, imensamente feliz pelo êxito inesperado de seus planos.
Recordava com clareza os sorrisos sensuais, a exibição atrevida de seus seios, os beijos fogosos e, pouco antes da chuva, o modo provocador como se abraçaram.
Tem que ser amor e desejo o que vi em seus olhos e notei em seu corpo esta tarde, pensou. Só é preciso animá–la um pouco, estou quase certo, para que esta noite caia em meus braços, riu para si. Faremos tremer a velha cama com nossos jogos como nunca o fizemos antes. Oh, esta noite... esta noite a possuirei de novo e voltarei a renascer entre suas coxas luxuriosas.
Com renovadas energias se vestiu cantarolando fragmentos da canção que a tinha escutado cantar, saiu do quarto com passo leve e se ocupou de tarefas simples até a hora do jantar.
Bella despertou ao entardecer, recomposta após a sesta e por um instante permaneceu em silêncio escutando os sons da casa, ao pensar na tarde, pôde sentir os braços de Edward rodeando–a, seus quentes lábios beijando–a e seus corpos unidos, o pulso se acelerou e soube que faltava muito pouco para que compartilhassem o enorme leito.
Ao deitar–se, quase gritou de dor, pois todos seus músculos estavam duros e terrivelmente doloridos, não pensara que a cavalgada a afetaria tanto e agora mal podia mover–se. Aproximou–se da beira da cama com cuidado, levantou–se e esfregou os glúteos, ao ver que tinha acordado, Mary trouxe Jass. Uma vez, adormecido o bebê de novo no berço, a garota aplicou um bálsamo sobre os músculos castigados e o traseiro maltratado de sua ama. Depois a ajudou a arrumar–se para o jantar, selecionando um vestido branco, Bella colocou o colar de pérolas que tinha recebido do marido, que agora usava freqüentemente, e arrumou o cabelo com fitas vermelhas que caíam sobre os encantadores cachos. Apesar do estado físico, estava radiante e tentadora com o colar deslizando entre os seios, que sobressaíam generosos por cima do decote.
A jovem conseguiu descer as escadas, devagar e com cuidado, e chegar até o salão, Emm se deteve na metade da frase ao vê–la entrar com passo vacilante, e Edward se voltou rapidamente para saudá–la com um sorriso, mas seu alegre semblante se escureceu ao ver que a esposa permanecia indecisa ante ele e murmurava uma desculpa.
– Receio que esta tarde me excedi, Edward – comentou Bella.
Ele se pôs a rir expressando suas sinceras condolências sem perceber da importância da afirmação, a medida que transcorria a noite, sua decepção foi aumentando ao ver os movimentos lentos e as caretas de dor da esposa. Esta se sentou em uma cadeira e se mexeu incomodada até que Hatti trouxe um almofadão, depois de ter permanecido sentada durante todo o jantar, seus músculos se tencionaram impedindo–a de levantar–se sozinha. Edward a pegou pelo braço para ajudá–la a ficar de pé, e ao fazê–lo, a visão das pérolas entre os peitos sinuosos agravou seu estado de abatimento.
Ainda era cedo quando Edward e Emmett desviaram a atenção para Bella, que com evidente esforço tentava se levantar do sofá. Voltou–se para seu cunhado e se desculpou:
– Emm, peço desculpas, pois receio que não fui uma companhia muito agradável esta noite e suplico que permita que me retire.
Emm fez uma reverência acompanhada de um bater de calcanhares.
– Sua beleza é sempre uma companhia refrescante, senhora – adulou–a –, e lamento que deva partir agora, mas aceito isso. Até manhã então, doce irmã.
Bella assentiu e ergueu a mão para Edward, rogando em silêncio que a ajudasse, ele segurou seu braço firmemente para ajudá–la a levantar–se, depois a acompanhou até o pé da escada. Subiram alguns degraus, mas diante do sofrimento de sua esposa, pegou–a nos braços e a levou até o dormitório, ela colocou os braços ao redor de seu pescoço, apoiando a cabeça em seu peito com um suspiro.
Embaixo, Mary se dispôs a segui–los para ajudar a sua senhora, mas sua avó lhe agarrou o braço.
– Deixa–os sozinhos, menina – ordenou Hatti sabiamente. – A senhorita não necessita de sua ajuda esta noite.
Edward empurrou a porta do dormitório com a mulher nos braços, deixou–a suavemente na beira da cama e se ajoelhou para retirar as meias e os sapatos. Suas mãos hesitaram antes de continuar com as ligas nas coxas. Engoliu em seco e, tremendo, tocou suas quentes coxas para tirar a liga pela perna, Bella se levantou e se voltou de costas para ele, deixando–o indeciso com a liga na mão.
– Pode desabotoar o vestido? – rogou–lhe. – Ao que parece, Mary não virá.
Edward obedeceu, ao cair o vestido ao chão, agachou–se para recolhê–lo enquanto ela esfregava as nádegas doloridas.
– Receio que maltratei minhas partes mais delicadas – se lamentou. – Deveria ter sido mais precavida, lamento de verdade.
Edward também o lamentou, mas em silêncio. Foi em busca de uma camisola onde as tinha encontrado na vez anterior e escolheu uma, voltou–se para levá–la, mas se deteve no meio do caminho ao ver o corpo jovem e gracioso de sua esposa nua, iluminado pelo resplendor dourado das velas. Contemplou–a lenta e silenciosamente, o parto não tinha alterado sua figura nem deixado opaca sua pele sedosa, de fato, encontrava–se agora na maturidade plena.
Edward sentiu secar a boca, as mãos começaram a tremer, e seus sentidos se embriagaram de prazer, voltou a engolir em seco e se aproximou com a camisola sem poder evitar regalar os olhos com ela. Quando Bella se agachou para pôr a camisola, Edward descobriu os sinais e os vergões vermelhos que marcavam suas nádegas. Edward exalou um suspiro e se condenou mentalmente a manter a castidade várias noites mais.
Ao ouvir o suspiro, Bella acabou de amarrar o cinto da camisola e se voltou para ele rodeando–lhe o pescoço com os braços.
– Rogo que me perdoe, querido – murmurou Bella. – Parece que o bom senso não é uma de minhas virtudes. – Atraiu sua cabeça para si e depositou um fugaz beijo em seus lábios, logo se voltou e se dirigiu até a grande cama.
Edward fez chiar os dentes repetindo uma e outra vez que não era próprio de um cavalheiro possuir uma mulher nesse estado, especialmente se se tratava de sua própria esposa. Seus melhores instintos ganharam a discussão em detrimento de seu outro eu, soprou as velas, depois partiu para a sala de estar, onde se desprendeu do casaco e o colete. Ficou olhando fixamente a pequena cama com muito maus pensamentos, odiava ter que passar outra noite nela e a amaldiçoou em voz baixa.
Exasperado, agarrou uma toalha, saiu do aposento e correu escada abaixo, ao passar diante do escritório, Emm saiu e o deteve apontando a toalha.
– Aonde demônios vai com isso? – perguntou com curiosidade.
– Vou tomar um banho no riacho – respondeu Edward sucintamente.
– Mas se está gelado! – acautelou o irmão.
– Eu sei! – grunhiu Edward seguindo seu caminho e ouvindo Emm cair na risada a suas costas.

6 comentários:

  1. ahhhh que pena eu pensei que eles iriam se acertar!!1

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  2. Cada x mas ansiosa para que eles se acertem logos
    Por favor não deixar de postar mas
    Não desistir da fic bjs

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  3. Não demora a postar,a fic esta tão gostosa de ler, amei esse capítulo e todos os outros ❤

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  4. Você sumiu,2017 postou só dois capítulos:(

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  5. Volta logo, nós, suas leitoras, estamos com saudadeeee

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