domingo, dezembro 13, 2015

FANFIC O RECOMEÇO - CAPÍTULO 10

Capítulo 10 – Ciúmes

Após se levantar, Bella percebeu que estava sozinha no aposento. Penteou–se e pôs o vestido vermelho, deixando–o aberto, por não consegui alcançar os colchetes, esperaria Edward retornar. Ao dar os últimos retoques, seu marido chegou.

Esta tarde vou leva–la a uma costureira – comentou Edward categoricamente, voltando–se para a janela. – Precisa de trajes um pouco mais recatados que o que está usando.

A moça se dispôs a arrumar a cama tentando fazer o menor ruído possível. Depois se sentou na borda e esperou que seu marido se movesse ou lhe desse alguma indicação. Esperou uma eternidade. Começou a doer–lhe as costas e apoiou a cabeça contra um dos pilares da cama. Fechou os olhos mas, muito nervosa, voltou a abri–los. Finalmente Edward se moveu e ela se endireitou, voltando–se para colocar o vestido sobre os ombros. O homem a olhou com indiferença.

– Tem a intenção de ir por aí dessa maneira ou vai vir aqui e deixar que abotoe o vestido? – perguntou com sarcasmo. – Se quer comer, será melhor que se apresse.
Bella obedeceu pálida e desconcertada.

 Ao descerem para comer, encontraram George, que fez uma reverência e saudou a jovem:

– Olá, senhora. – Puxou uma cadeira para que se sentasse, depois se dirigiu brevemente a seu capitão e se afastou a toda pressa. Bella o seguiu com o olhar até a porta. Com uma ruga na testa, perguntou–se a quantos homens de seu marido o criado teria contado algo sobre sua presença anterior no Fleetwood. Parecia saber muito a respeito dos assuntos de seu capitão.

Apesar de ter sido fugaz, Edward percebeu a expressão no rosto da jovem.

– Não deve preocupar–se com George, meu amor – assegurou repentinamente. – É muito discreto. É suficiente dizer que sabe que você não é uma mulher da rua e que está muito arrependido por todos os problemas que lhe ocasionou. E, embora certamente não esteja de acordo, não é nenhum estúpido. Viu as manchas de sua virgindade ao recolher os lençóis do meu camarote naquele dia. Compreendeu que tinha sido deflorada.

– Por favor, não se angustie, querida – suplicou com carinho. – Não há do que se envergonhar. Há muitas mulheres que desejam oferecer a seus maridos uma prova de sua pureza na primeira noite. A um homem agrada saber que não houve outros antes dele.

– E você se sentiu alegre? – inquiriu bruscamente, cravando–lhe os olhos no rosto.

O homem esboçou um sorriso amplo com os olhos entreabertos.

– Sou como os outros, meu bem – assegurou. – Me senti afortunado. Teria me afastado de você e suplicado seu perdão se tivesse sabido que sua intenção não era a de se iniciar nesse negócio. – E acrescentou com uma suave risada, como desculpando–se: – Mas temo que seja impossível.

– Não o entendo – replicou a moça com amargura. – O dano já está feito.
Edward riu entre dentes e a devorou com o olhar como tinha feito no dia anterior.

– Não totalmente, meu amor – esclareceu. – Não teria lhe dado a parte de mim que agora leva dentro de você. Se então, tivesse me afastado de você, não estaria grávida. Mas como aconteceu, agora há uma vida crescendo em seu interior e eu sou o culpado. Seus tios deixaram muito claro que o menino era meu.

– Mas poderia estar mentindo a respeito de meu estado – replicou Bella com fanfarronice, como se quisesse tentar por um momento contra a confiança do homem. Levantou seu pequeno e encantador nariz, olhando–o desafiante.

– Esquece, ma belle – apontou brandamente –, que pude te observar em seu estado natural e, embora não seja evidente a um simples olhar, sua encantadora barriguinha está crescendo. Em um mês será bastante óbvio.

Bella permaneceu em silencio ao aproximar–se a criada da mesa. De qualquer modo, já não havia mais nada para dizer. Como podia negar o evidente?

Depois da comida, George voltou de novo.

– Deseja que chame uma carruagem agora, capitão? – perguntou.

Edward olhou para Bella.

– Está preparada, minha querida?

– Peço que me desculpe um momento – respondeu Bella. As necessidades da jovem eram agora maiores que as dele e Edward se deu conta.

O capitão se virou para George e disse em voz baixa:

– Vamos nos reunir com você em um instante.

Uma vez partido o criado, Edward se endireitou e ajudou Bella a levantar–se.

– Sinto muito, meu amor – murmurou sorrindo. – Estive pensando em outras coisas e me esqueci por completo de seu estado. Por favor, me perdoe.
Assim, apesar de tudo, deu–se conta de que a frequência de suas saídas se deviam ao fato de estar grávida. Havia algo que lhe escapasse? Havia algo que não soubesse a respeito das mulheres?

Bella ergueu os olhos. Durante um instante, seus olhos se encontraram.

O olhar de Edward era tão cálido que as faces da jovem coraram. O homem riu brandamente ao ver como os olhos da jovem fugiam dele e deslizou o braço por detrás de suas costas. Apertou–lhe a cintura com cuidado antes de solta–la.

Caminhava para a porta, onde Edward estava esperando, quando ouviu uma voz familiar que a chamava. Voltou–se sobressaltada e viu Jacob Black precipitando–se para ela com uma jarra cheia de cerveja na mão e enfeitado como um marinheiro mercante. Devia ter entrado na estalagem com um grupo de marinheiros enquanto ela não estava lá. Ficou sem fala durante uns minutos, muito surpreendida de vê–lo ali. Jacob deixou rapidamente a jarra sobre uma mesa e a agarrou suas mãos.

– Bella, meu amor – gritou feliz. – Pensei que não voltaria a verte antes de minha partida. O que faz aqui? E onde está sua tia? Veio se despedir de mim?

– Despedir–me de você? – replicou Bella estupidamente, sem saber o que queria dizer com isso. Franziu o sobrecenho. – Jacob o que faz aqui? E Jéssica? Por que usa essas roupas?

– Não sabe, Bella? Engajei–me no Merriweather da Companhia Britânica de Chá – respondeu o jovem. – Zarpamos dentro de quinze dias para o Oriente. Estarei fora dois anos.

– Mas por que, Jacob? – perguntou perplexa. – O que aconteceu com a Jéssica?

– Não podia me casar com ela, Bella – explicou Jacob. – Quero a você e não me casarei com ninguém a não ser contigo. Assim vim a Londres a para enriquecer, tal como me disse. Agora tenho uma oportunidade de faze–lo. Quando voltar do Oriente serei um homem endinheirado, terei mais de quinhentas libras no bolso.

– Oh, Jacob – suspirou com tristeza afastando suas mãos das dele.
Jacob a olhou com devoção uma vez mais. Sorria–lhe abertamente e seus olhos resplandeciam de puro contentamento. Não percebeu a angústia que tinha a jovem.

– Está esplêndida, Bella – comentou. – Nunca a tinha visto tão bela –aproximou–se e lhe acariciou a face com ternura com mãos trêmulas. – Vai me esperar, Bella? Aceitará ser minha? Seria capaz de casar comigo agora e deixar que parta como um homem imensamente feliz? – Seu olhar ficou parado nos seios de Bella, sua voz se fez instável e pareceu engasgar–se com as palavras. – Quero–a, Bella. Amo–a e desejo–a mais que a qualquer coisa no mundo.

– Por favor... – começou a dizer com dificuldade. Atrás de Jacob, Edward se aproximava com uma profunda ruga na fronte. A jovem voltou a olhar Jacob muito nervosa. Edward chegou até eles.

– Se estiver preparada, meu amor, devemos ir – comentou Edward, colocando–lhe sua capa sobre os ombros para ocultar os seios aos olhos de Jacob. – A carruagem nos está esperando.

Jacob olhou para Edward sem acreditar. Observou como rodeava Bella com o braço. Sentiu que lhe fervia o sangue ao ver que outro homem tocava a sua amada.

– Bella quem é este homem, este... este ianque? – perguntou. – O que está fazendo aqui com ele? E por que deixa que ele ponha as mãos em cima de você, desse modo?

– Jacob, deve me escutar – rogou. Não desejava lhe dar a notícia dessa forma, não em um lugar público como esse, não nesse preciso momento, não tão cruelmente. – Não queria que isto acontecesse, Jacob. Por favor, me acredite. Devia ter me acreditado quando disse que não podia me casar com você. Era de todo impossível. – Olhou a seu marido suplicando–lhe compreensão. Este jovem não estava preparado para a afiada língua de Edward. – Jacob, este é meu marido, o capitão Cullen, do navio americano Fleetwood.

– Seu marido!  – gritou Jacob. Cravou seus olhos em Edward, horrorizado. – Oh, Meu deus, não diz isso a sério, Bella! Diga que está brincando! Não pode ter se casado com um ianque! – Observou, desesperado, as roupas suntuosas do homem. Só suas meias valiam mais que seu traje desgastado. – Um ianque não, Bella!

– Nunca ousaria brincar tão cruelmente com isso, Jacob – respondeu a moça com doçura. – É meu marido.

– Quando... se casaram? – conseguiu perguntar Jacob com lágrimas nos olhos.

– Faz dois dias – suspirou Bella abaixando o olhar. Não podia suportar as lágrimas do jovem. Se permanecesse ali muito mais tempo falando com ele, perderia o controle e fugiria dele soluçando. Todo seu corpo estava rígido como resposta a seus esforços por reprimir–se e, o braço de Edward estreitando–a, não a ajudava absolutamente. Não fazia mais que lhe recordar que ele era o culpado de tudo o que tinha acontecido. Entretanto, seu silêncio foi uma bênção.

– Pode me dizer por que se casou com ele... com um ianque e não comigo, Bella? – perguntou abatido.

– Que necessidade há agora disso, Jacob? – perguntou. – Estou casada e não se pode fazer nada. Vamos nos despedir agora e partamos. Logo me terá esquecido.

– Não me vai dizer por quê? – insistiu. Bella sacudiu a cabeça, sua visão estava imprecisa pelas lágrimas.

– Não, não posso. Devo ir agora – respondeu.

– Não a esquecerei, Bella, sabe. Amo–a e nenhuma outra mulher poderá substituí–la – declarou.

Na presença de Edward, Bella ficou nas pontas dos pés e beijou Jacob no rosto.

– Adeus – sussurrou. Deu meia volta e deixou que Edward a acompanhasse até a porta.

Uma vez no interior da carruagem, Bella permaneceu olhando desolada pela janela, sem se importar que Edward a estivesse observando.

– Quando esse jovem a pediu que se casasse com ele? – inquiriu bruscamente quando a carruagem se pôs em marcha.

– Depois de ter conhecido você – respondeu. A expressão de Edward se endureceu, mal se falaram e logo chegaram a loja da modista

Madame Fontaineau recebeu–os na porta de sua loja com um encantador sorriso. O capitão Cullen era um cliente habitual quando estava em terra. Edward afastou sua capa dos ombros de Bella e os olhos de madame Fontaineau deslizaram sobre o vestido vermelho. Sorriu complacente e decidiu que a nenhuma outra mademoiselle poderia assentar tão bem. A curiosidade da costureira despertou quando o capitão tinha comprado aquele vestido e outras roupas destinadas a uma jovem miúda e delicada. Deu por certo que o capitão tinha encontrado outra amante, pois os trajes que tinha adquirido nos dois últimos anos eram para uma mulher mais alta e voluptuosa.

– Madame Fontaineau, permita–me apresentar minha esposa – anunciou Edward.

– Encantada de conhece–la, senhora Cullen. Seu marido é meu cliente favorito há muito tempo. É um perito em mulheres – comentou a costureira. – Você é muito bonita.

Edward enrugou ligeiramente a testa.

– Madame Fontaineau, se tiver a bondade, minha mulher precisa adquirir um guarda–roupa completo – explicou.

– Oui, monsieur, farei o melhor que puder – apressou–se a responder, percebendo a gafe. Os homens não gostavam que suas atividades amorosas fossem de domínio público e muito menos que suas esposas soubessem delas. Mas o impacto causado pela notícia de seu enlace tinha sido muito forte para ela. Ficou aniquilada contemplando o anel.

Madame Fontaineau observou a jovem e logo examinou os tecidos que tinha amontoados sobre as mesas. Com uma expressão de resignação, olhou para o ianque.

– Elle est perfection, né, monsieur? – apontou em francês.

Edward levantou a vista para observar as costas de sua mulher.

– Oui, madame. Magnifique – respondeu.

Bella não entendeu nenhuma palavra da conversação; tampouco o tentou. Entretanto, deu–se conta de que Edward tinha respondido a madame Fontaineau em francês, sem problemas. Era um homem cheio de surpresas.
Bella vagou pela loja, observando alguns esboços e ao afastar–se viu que um jovem, estava observando–a. O moço devorou com avidez o decote de Bella, imaginando o que havia por debaixo. Sorriu–lhe abertamente, mas, justo nesse momento e para sua desgraça, Edward desviou a atenção da conversa e viu como o moço se aproximava de sua mulher com uma atitude muito amorosa.

Não era mais que um garoto, mas para Edward foi a gota d'água. Primeiros ladrões, depois um antigo amor e, agora, este rapaz. A moça era dele e não uma peça pública a quem todo mundo podia beijar ou que podiam desfrutar. Sua paciência tinha chegado ao limite. Não ia consentir que nenhum outro homem se deleitasse com ela. Cruzou a loja na à velocidade de um raio com uma raiva incontrolada. Bella o viu vir e, aterrorizada, afastou–se de um salto para deixa–lo passar. Agarrou o jovem pelo casaco e, levantando–o do chão, sacudiu–o como se fosse um tapete.
        
– Escória desprezível – insultou–o. – Vai aprender logo a tirar a vista de cima da minha mulher. Vou sacudir você por toda a loja.

– Monsieur! Monsieur! – suplicou–lhe. – Monsieur Birmingham. Por favor. Não é mais que um menino! Não queria lhe insultar, monsieur. Por favor, deixe–o! Peço–lhe!

– Sinto muito, monsieur Birmingham – se desculpou madame Fontaineau humildemente. Dirigiu–se para Bella, roçando Edward em seu caminho, e agarrou as mãos trêmulas da jovem.

– Madame Cullen, é meu sobrinho e às vezes se comporta como uma criatura estúpida. Mas, ai, madame – acrescentou encolhendo os ombros –, obviamente é francês.

A mulher pôs–se a rir e Bella olhou seu marido com os olhos ainda abertos e inseguros. Este se encontrou com seu olhar e arqueou uma sobrancelha divertido, sem sorrir, o que a fez supor que ainda continuava zangado.

– Por favor, por aqui, madame Cullen. – A costureira sorriu agarrando–a pelo braço. – Começaremos pela seleção de tecidos para as combinações – anunciou– Posso sugerir a musselina para uso diário e as cambraias delicadas para ocasiões especiais? São muito suaves para uma pele tão encantadora como a sua.

– Não importa – murmurou a jovem docemente –, faça o que achar melhor.

Madame Fontaineau olhou para o capitão para receber sua aprovação e sorriu ao recordar com o que cuidado o homem tinha selecionado a roupa interior para a moça. Para obter sua aprovação as combinações deviam ser da melhor qualidade, suaves e transparentes. Não podia esquecê–lo ao fazer estas novas.

– Capitão Cullen, se acompanhar a madame ao provador poderemos começar a selecionar os vestidos – observou a francesa. – Tenho alguns bonitos esboços de última moda.

Voltou–se resolutamente e guiou–os para a parte traseira da loja, através das cortinas pelo corredor e até um pequeno aposento abarrotado de tecidos e de costura. Trouxe uma cadeira e indicou a Edward que se sentasse.

Depois se voltou para Bella.

– Madame, se me permitir, desabotoarei o vestido e, tão logo o tenhamos tirado, começaremos a tomar medidas, certo? – comentou a senhora.

A jovem lhe deu as costas e esperou em silêncio que madame Fontaineau desabotoasse o traje. O aposento, apenas maior que uma cama, estava tão abarrotado de tecidos que quase não havia lugar para os três. Cada vez que Bella se movia no diminuto cubículo, roçava as pernas de Edward com suas saias.

– Agora, madame encolherá o estômago – continuou a costureira, colocando a cinta ao redor de seus quadris.

Bella levantou os olhos acima da cabeça da senhora e viu Edward segurar uma risada. Já não lhe importava se continuava zangado com ela.

Contrariada, respondeu à mulher:

– É impossível.

Madame Fontaineau se deixou cair para trás, sentando–se sobre seus pés. Durante uns instantes se perguntou como era possível que a petite tivesse esse pequeno problema. Finalmente um sorriso de confiança torceu seus lábios.

– Madame está grávida, não é? – perguntou.

–Sim – admitiu Bella a contra gosto, ruborizando–se.

– Mas isto é maravilhoso – murmurou madame Fontaineau. Olhou Edward de soslaio. – Monsieur é um papai orgulhoso não é?

– Posso assegurar–lhe, madame Fontaineau – respondeu Edward.

Sem o ianque lhe indicando que continuasse a tirar medidas, madame Fontaineau se incorporou, uma vez mais em seu papel de mulher de negócios.

– Vou procurar os esboços. Se madame deseja voltar a por o vestido, o abotoarei quando retornar – comentou e saiu da habitação.

Bella afastou o olhar do espelho e agarrou o vestido. Completamente aturdida, o vestiu, colocou os braços nas mangas e os cruzou para evitar que caísse, esperando a volta de madame Fontaineau. De repente viu, aterrorizada, como Edward se aproximava dela, afastava suas saias e as apanhava entre as pernas. Bella o olhou perplexa. Seu coração começou a pulsar aceleradamente e Edward, ao dar–se conta, pôs–se a rir contemplando o busto que tremia sob o vestido.

– Por que esse medo, gatinha? – inquiriu. – A única coisa que desejo é abotoar–lhe o vestido.

Numa reação nervosa, a moça levou as mãos ao decote tentando ocultar seus seios de seu marido, que as afastou ainda rindo.

– Não há nenhuma necessidade de que se cubra, meu amor – comentou. – Só meus olhos estão aqui para te olhar.

– Por favor – suspirou Bella quase sem fôlego. – Madame Fontaineau está a ponto de retornar.

Edward soltou uma gargalhada.

– Tudo o que madame Fontaineau verá é a um homem abotoando o vestido a sua esposa – observou Edward.

– Trouxe todos os esboços que tenho – comentou a senhora. – Como verão, há muito para escolher.

Madame Fontaineau desdobrou uma mesa e pôs a pilha de desenhos sobre ela, deixando Bella aprisionada entre está e as pernas de seu marido.

Uma vez Edward tendo terminado de abotoar, a jovem se sentou no chão e começou a estudar os desenhos. Havia muitos que gostou, mas duvidava de que seu marido quisesse gastar uma soma de dinheiro tão grande nela. Olhou–os com desejo e suspirou.

– Não tem algum vestido mais simples que estes? – perguntou à mulher.

A costureira ficou sem fala, muito assombrada. Edward se inclinou para frente, colocando uma mão sobre o ombro nu de Bella.

– Meu amor, posso compra–los tranquilamente – afirmou dando uma olhada nos esboços.

Madame Fontaineau suspirou aliviada. O capitão tinha um gosto excelente e caro em questão de roupa. Não ia permitir que sua mulher pensasse no dinheiro num momento como este. O capitão podia se permitir comprar um guarda–roupa luxuoso, então, qual tinha sido a intenção da jovem? Se ela fosse Bella, teria escolhido os vestidos mais bonitos sem pensar duas vezes.

– Como parece muito tímida na hora de gastar meu dinheiro – afirmou Edward docemente –, ajudarei–a a selecionar seu vestuário... se não for inconveniente.

Bella se apressou a sacudir a cabeça, nervosa por sentir a mão sobre o ombro. Os longos dedos eram como línguas de fogo sobre sua pele nua. Edward os apoiava sobre sua clavícula e seus seios sem dar importância e sem perceber a reação que estavam provocando nela. A jovem estava começando a ter dificuldade para respirar.

Edward apontou um dos esboços. – Este ficará bem em seda azul. Tem o tom? – inquiriu.

– Oui, monsieur. Será como deseja – replicou.

– Excelente – respondeu Edward. Depois assinalou outro esboço. – Este não, se perderia entre tantos outros.

Afastou outro desenho, alegando que o vestido era muito berrante. Outros cinco foram escolhidos. Outros dois recusados.

Bella observava, fascinada, incapaz de pronunciar uma só palavra.

Não podia estar mais que de acordo com tudo o que Edward tinha escolhido. E todos os que tinham sido desprezados, ela mesma tinha rezado para que o fossem. Seu sentido da cor a deixou pasmada. Devia admitir que escolhia melhor que ela.

Muitos outros vestidos foram rapidamente escolhidos e amostras de diferentes materiais anexados a eles. Não ficou nenhum detalhe por determinar. Escolheram sedas, malhas de lã, veludos, brocados, musselinas, gazes de algodão. Bella perdeu a conta. Escolheram fitas, azeviches, contas e peles como cós e adornos. Bella estava assombrada diante da grande quantidade de roupa que Edward tinha comprado, é claro muita mais do que ela mesma tinha esperado.

– Está de acordo com tudo, querida? – perguntou Edward docemente.

– Você foi mais que generoso – murmurou. Edward a olhou.

– Minha esposa necessita de um vestido para usar agora – observou afastando os olhos dela. – Tem algum um pouco mais adequado para ela que seja mais conservador que o que está usando agora?

Madame Fontaineau assentiu.

– Oui, monsieur – respondeu. – Tenho um vestido que terminei justamente ontem. Vou pega–lo agora mesmo. Pode ser o que está procurando.

Saiu rapidamente da habitação e voltou ao cabo de pouco tempo com um traje de veludo azul. Tinha mangas longas e ajustadas e uma gola de cetim branco, muito recatada. Os punhos eram debruados também em cetim branco.

– É em algo assim que tinha pensado? – inquiriu a costureira sustentando–o no alto.

– Sim – respondeu Edward. – Embrulhe–o, vamos leva–lo. Agora devemos nos ocupar dos prazos. Deverá ter tudo preparado para dentro de dez dias.

A senhora ficou boquiaberta.

– Mas, monsieur, isso é impossível! – protestou. – Pelo menos um mês, por favor.

– Sinto muito, madame. Zarpamos dentro de quinze dias – argumentou Edward. – Dentro de cinco dias voltarei com minha esposa para que os prove e, dentro de dez, quero que tudo esteja preparado e a bordo. Terá um benefício extra se estiver tudo terminado e bem costurado. Se não, você o perde. Pode fazê-lo?

Madame Fontaineau não podia deixar escapar um pedido como esse.

Até mesmo tendo que compartilhar alguns dos benefícios com outras costureiras, continuaria ganhando uma importante soma de dinheiro. Colocaria todas suas amigas e familiares costurando a partir de agora, mas o teria pronto a tempo. O homem fez um bom trato, pois estava acostumado a dar ordens que fossem acatadas. Era realmente digno de admiração; não aceitava nada que não fosse o melhor.

– Será como deseja, monsieur – afirmou finalmente a mulher.

– Então, está decidido – concluiu Edward. Agora devemos acabar de confeccionar seu vestuário, meu amor.

Damas vestidas estranhamente e finos cavalheiros abarrotavam as lojas de Londres, empurrando uns aos outros como única forma de avançar entre a multidão. Bella se animou ao lembrar–se da infância e dos passeios com o pai por essas mesmas lojas, agora conversava alegremente com os lojistas, provava estúpidos chapéus, olhava–se nos espelhos rindo bobamente, saltava de um lado a outro enfeitiçando a todo aquele que tinha a sorte de poder contempla–la. Edward permanecia em silencio atrás dela, observando–a. Unicamente concordava com os lojistas quando Bella provava algo que contava com sua aprovação, a seguir, pagava; mesmo quando a jovem o segurava inconscientemente pela mão e puxava–o para o interior de uma loja, permitia–o sem repreende–la.

Mas Bella nunca pedia nada, tampouco esperava que ele comprasse.

Divertia–se tão somente olhando. Não tinha podido desfrutar deste prazer a muitíssimo tempo. Observou às imponentes damas que desfilavam ante ela. Ria ao ver seus pequenos e obesos maridos correrem atrás delas, tentando alcança–las. Seus olhos brilhavam e sorria constantemente.

Deixava–se levar pela multidão, feliz, e girava a cabeça despreocupadamente de um lado a outro, agitando as tranças e fazendo com que todos os homens pousassem os olhos nela.
Estava entardecendo, quando Bella ficou olhando muito silenciosa e pensativa para um berço de madeira que havia em uma loja. Tocou–o com mãos trêmulas e acariciou a madeira suave. Mordeu o lábio inferior e olhou para Edward. Uma vez mais, sentia–se insegura.

Edward se aproximou dela e observou o objeto, sopesando a possibilidade de compra–lo. Comprovou sua resistência.

– Há um melhor na minha casa – disse por fim, ainda inspecionando–o. – Era meu, mas continua resistente e capaz de suportar um bebê. Faz muito tempo que Haiti deseja utiliza–lo.

– Haiti? – inquiriu a jovem.

– É minha governanta, uma enorme mulher de cor – respondeu. – Está na casa desde que nasci.

Edward se virou e saiu lentamente da loja, Bella seguiu–o e se colocou junto a ele, enquanto chamava uma carruagem. Quando voltou a falar, sua voz era áspera.

– Haiti esteve esperando com impaciência, ao menos durante quinze anos, que me casasse e tivesse filhos – comentou olhando–a as escondidas.

– Estou convencido de que não caberá em si de alegria quando vir você, tendo em conta que já terá bastante barriga quando chegarmos em casa.

Muito inibida, Bella tampou a barriga com a capa.

– Você ia se casar quando retornasse. O que vai acontecer? – perguntou a jovem. – Certamente Haiti ficará zangada comigo por ter usurpado o lugar de sua prometida.

– Não, absolutamente – respondeu bruscamente e deu uma olhada à carruagem que se estava aproximando.

Seus gestos indicaram a Bella que o turno de perguntas tinha terminado e se perguntou qual seria a razão pela qual seu marido estava tão seguro de que a mulher de cor não se zangaria com ela. Parecia–lhe que não era isso o que iria ocorrer.

A carruagem parou defronte eles e Edward deu ao condutor o nome da estalagem. Depois, colocou os pacotes e estendeu a mão a Bella para ajudá-la a subir. A jovem se deixou cair no assento, exausta. As compras tinham minado suas forças e agora desejava meter–se na cama e deixar–se levar pelo quase sempre agradável mundo dos sonhos...

3 comentários:

  1. achei tão bonito este capitulo, no aguardo de ler mais

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  2. Que bom q esta postando os capitulos amando ler esta linda historia bjs aguardando os proximos capitulos bjs

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  3. Comecei a ler a fic ontem e já estou louca de amores por ela :) é incrível e não Me aguento mais de ansiedade pra ler o próximo capítulo :)
    Amo e odeio esse Edward kkk ele age como se não tivesse feito nada de errado .. E a Bella me da muita do com esse eterno jeito assustado tadinha :) Doida pra ver a cara da Tânia também quando ver ele casado kkk . beeijos e parabéns pela fic incrível, aliás fic's incríveis :)

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