quinta-feira, março 03, 2016

FANFIC O RECOMEÇO – CAPÍTULO 14


 
Capítulo 14 – Apresentações

Edward colocou os livros sob o braço, deixou a garrafa no seu lugar e, com a mão atrás das costas de Bella, conduziu–a através da porta até o convés onde os esperava uma passarela, estendeu–lhe a mão para ajudá-la a subir o degrau até a ponte e se colocou a seu lado, seus olhos se encontraram brevemente.

Bella aceitou o braço de seu marido e, respirando com profundidade, deixou que a conduzisse rampa abaixo, enquanto desciam, um casal se separou da multidão e se precipitou para eles. O homem era tão alto como Edward, mas de compleição mais avantajada, não havia nenhuma dúvida, guardava uma grande semelhança com seu irmão. E a mulher, alta, robusta, belamente loira, era, sem dúvida, sua noiva. Seus olhos castanhos estavam cheios de felicidade e, ao aproximar–se, equilibrou–se sobre Edward e lhe beijou com uma paixão excessiva inclusive para um casal de noivos, Edward suportou suas amostras de afeto e olhou Bella de soslaio, que observava crispada a cena. Quando finalmente Tânia se acalmou, olhou para Edward bastante assombrada ante sua frieza e o agarrou pelo braço, apertando–o contra o peito, depois, voltou–se para Bella e a examinou com indiferença.

As duas mulheres se olharam brevemente com mútua e imediata hostilidade. Bella viu diante dela uma bem contornada e experimentada mulher, sutil conhecedora dos homens e decidida a conseguir seus objetivos, Tânia descobriu a uma jovem inocente e bela, em um estado de florescimento que contrastava com seu próprio início de gravidez. Cada uma delas percebeu na outra o que mais temia e desde este primeiro encontro se converteram em inimigas. Tânia terminou seu minucioso exame e se voltou para Edward.

– E o que é isto que trouxe consigo, querido? – inquiriu. – Algo que encontrou pelas ruas de Londres? – Seu tom de voz insinuava as implicações de seu retorno a casa.

Com seu característico olho atento, Emmett já tinha tirado uma certeira conclusão e conteve um sorriso quando Edward respondeu.

– Não, Tânia – respondeu muito tenso. – Esta é minha mulher, Isabella.

Tânia ficou boquiaberta, cairia se não estivesse ainda segurando o braço de Edward, este se apressou a falar com a esperança de evitar o temporal.

– Bella, este é meu irmão, Emmett. Emm, esta é minha esposa.

– Sua esposa! – gritou Tânia, recuperando a fala alimentada pela ira. – Quer dizer que se casou com esta pequena prostituta?

Ignorando o arrebatamento, Emm sorriu abertamente a Bella e tomou a sua mão. Inclinou–se ligeiramente sobre ela e, endireitando–se, disse–lhe:

– Estou encantado de conhece–la, senhora Cullen.

Isabella lhe devolveu o sorriso, aceitando–o como futuro aliado.

– Estava ansiosa para conhecer você, Emmett – murmurou com recato. – Edward me falou muito de você.

Emm lançou um olhar dúbio para seu irmão.

– Bom, conhecendo–o, acredito...

– Bastardo! – gritou Tânia com voz estrangulada, olhando fixamente Edward – Permitiste que ficasse aqui, esperando suas promessas vazias enquanto você perambulava pelas ruas de Londres! Me fez esperar e acreditar que esta seria sua última viagem e volta com uma esposa de presente! Certamente agradou bem a seu irmão. Olha–o, aí de pé, sorrindo presunçosamente e dizendo bobagens, como se tivesse sido ele quem planejou este ato em segredo! – Deu um passo para Bella e a olhou friamente. Sua voz se converteu em um felino guincho. – E você, maldita cúmplice, em que bordel a encontrou? De que beco a tirou? Roubaste o compromisso de outra! – Avançou outro passo, enquanto Bella a olhava. – Se olhe, tão jovem, tão delicada, e tão hábil! Deve ter se escancarado em sua cama alegremente, não é, puta pretensiosa!

Tânia tomou impulso para esbofetear Bella, mas Edward a deteve antes que pudesse fazê-lo. Agarrou–a pelos ombros, quase levantando–a do chão.

– Advirto–a, Tânia – avisou falando muito devagar. – Ela é minha esposa e está grávida. Fui injusto contigo, é verdade, de maneira que descarregue sua vingança sobre minha pessoa, mas nunca, jamais ponha uma mão em cima dela!

Tânia empalideceu e seus olhos refletiram o medo que sofria nesse momento, Edward a soltou e se interpôs entre as mulheres, embora na verdade já não fosse preciso, pois Tânia estava verdadeiramente intimidada.

– Grávida? – perguntou quase sem fôlego. Seus olhos foram de Edward ao arredondado ventre de Bella, dando–se conta de seu estado pela primeira vez. Deu meia volta, prometendo em silêncio que se vingaria de sua rival.

– Agora que nos convertemos no centro de atenção do cais – começou a dizer Emm com um sorriso sarcástico –, podemos ir para a carruagem? Olhou para a mulher loira. – Tânia, mulher amadurecida, virá conosco até Harthaven ou quer que diga a Willy que a deixe no Oakley?

Tânia se voltou lhe olhando sem expectativa, depois se virou para Edward e, sorrindo, disse–lhe docemente:

– Devemos parar em Oakley, querido. Preparei um delicioso chá. – Olhou–o sensualmente. – É obvio que não vai me decepcionar. Insisto nisso.

Emmett observou a ambos e viu que Edward arqueava uma sobrancelha, com um sorriso malicioso, o irmão caçula se aproximou deles, pegou Bella pelo braço e, piscando–lhe um olho, dirigiu–se a Tânia.

– Me diga, Tânia, este convite inclui o resto dos Cullens ou é um assunto particular? Estou certo de que minha cunhada não deseja estar separada de seu marido durante muito tempo – atiçou–a.

          Tânia o fulminou com o olhar.

– Mas, é obvio, querido – respondeu com sarcasmo –, estão todos convidados. Estou convencida de que a jovem desfrutará de um pouco de leite quente em seu estado.

Emm aumentou o sorriso enquanto brincava com o chapéu de Bella.

– Gosta de leite quente, senhora Cullen? – perguntou a jovem.

         – Sim – respondeu com ternura, sorrindo. Emm já a tinha ganho com seu encanto. – Mas prefiro chá.

Emmett se voltou para Tânia com olhos resplandecentes.

– Acredito que o chá será mais adequado depois de tão longa viajem, não acha, querida?

Tânia cravou seus venenosos olhos nele.

– Claro, querido. Devemos fazer o quanto possamos para agradar a nossa nova convidada – devolveu, enfatizando o que ela considerava uma situação temporária. – A menina deve dispor de tudo o que desejar.

Emmett se pôs a rir brandamente.

– Por que, querida Tânia, dá–me a impressão de que ela já tem tudo o que deseja? – brincou.

Tânia lhe deu as costas mal–humorada e Edward lançou um olhar de advertência a seu irmão caçula, mas este, sorrindo alegremente, voltou–se e, galante, estendeu seu braço a Bella.

– Vamos, senhora Cullen – comentou. – Devemos cuidar de você em seu estado e acredito que estará muito mais confortável na carruagem.

Enquanto abria espaço entre a multidão, encheu–a de perguntas, dirigindo–se a ela constantemente com o tratamento que tanto irritava a Tânia:

– Senhora Cullen teve uma boa viagem? O mar do Norte deve estar bastante agitado nesta época do ano, não está de acordo, senhora Cullen?

Tânia os seguiu atrás agarrada ao braço de Edward. Com os olhos entreabertos, sentiu como a raiva lhe fazia ferver o sangue, pois sabia que, quando tivessem saído da multidão, a notícia do matrimônio de Edward teria se espalhado como um rastilho de pólvora.

Edward, que em ocasiões anteriores tinha passeado com a Tânia pelas ruas da cidade orgulhoso de tê–la a seu lado, percebia agora sua pegajosa presença como um verdadeiro martírio. Sentia–se furioso pelo descarado cortejo do Emm para sua esposa, mas sabia que seu irmão desaprovava totalmente Tânia como futura cunhada e que seguiria com essa farsa até suas últimas consequências. Concentrou–se na delicada figura de sua mulher, observando como suas saias balançavam em frente dele, e seus olhos brilharam.

Com grande aprumo, Emmett estendeu a mão a Bella para ajudá–la a subir na carruagem, ao sentar–se descaradamente junto a ela, encontrou–se com o irritado rosto de seu irmão lançando um olhar de advertência, Edward ajudou Tânia a acomodar–se e ocupou o único lugar que ficava livre. Imediatamente a mulher se apoiou contra ele, descansando seu antebraço sobre sua coxa de maneira informal, declarando a existência de uma intimidade com o homem; com um gesto de desgosto na boca, Edward cruzou os braços e se sentou muito rígido, olhou o casal que tinha em frente, desejando que seu irmão sentisse um pouco de compaixão.

Bella observou com receio o colo de seu marido e a mão possessiva e reivindicativa que jazia sobre ele, até que finalmente ergueu a cabeça para observar a expressão em seu rosto. A ação foi interceptada por Tânia, que esboçou um sorriso afetado.

– Me diga, querida – disse – Edward contou a você algo a respeito de nós?

– Sim, ele o fez – murmurou Bella, antes que pudesse ampliar sua declaração, Tânia a interrompeu com uma sobrancelha arqueada burlescamente.

– Mas, é obvio, não lhe terá contado tudo – apontou. Logo se voltou para Edward, sorrindo coquetemente e piscando. – Claro que não contaste tudo, querido. Espero que não tenha chegado tão longe.

Uma bofetada na cara teria doído menos, a crua revelação fez com que Bella sentisse de repente uma forte pressão no coração. Abaixou o olhar desconcertada e milhares de pensamentos confusos percorreram sua mente, não tinha pensado nisso... que Edward e aquela mulher fossem amantes. Por isso estava tão ressentido com seu matrimônio, e, apesar de levar seu sobrenome e seu filho, ela era a estranha, não Tânia. Acaso não a tinha prevenido que, para ele, ela não era mais que uma simples criada?

Isabella mordeu os lábios e alisou a pele do regalo com mãos trêmulas. Seu abatimento foi captado pelos homens, o tique nervoso voltou a aparecer nas faces de Edward, enquanto apertava as mandíbulas. Emm se inclinou para frente com um sorriso forçado e olhos cheios de raiva.

– Apesar do que diga, minha querida, nossa Bella leva a prova da devoção que sente Edward por ela – observou o jovem.

Emmett lançou um implacável olhar a Tânia fazendo com que esta se afastasse ligeiramente de Edward, muito ofendida perante semelhante menosprezo. Edward permaneceu em silêncio, feliz de que seu irmão soubesse como manter a Tânia no lugar.

Emm apertou com ternura a mão da cunhada. Esta afastou seu olhar cheia de perplexidade e se concentrou no que havia do outro lado da janela, tentando conter as lágrimas que ameaçavam brotar, viu George aproximar–se da carruagem e conseguiu esboçar um sorriso trêmulo quando chegou até a porta. O criado tirou o gorro de lã da cabeça e lhe devolveu o sorriso.

– Senhor, senhora, estão imponentes em seus ornamentos. Fazem com que o sol brilhe ainda mais –comentou.

Bella assentiu agradecendo–lhe e abençoou–o com um doce olhar. Tânia se recostou no assento e observou–os com uma expressão de desprezo, podia perceber claramente o respeito que o criado sentia pela fulana e sentiu a amarga pontada de ciúme ao ver que este homem, em quem Edward tanto confiava e ao qual tanto valorizava, tratava com atenção Bella como nunca o tinha feito com ela. Agora inclusive a ignorava ao voltar–se para o Emm.

– Senhor, parece que acaba de brigar com um par de gatos monteses – brincou.

Emmett sorriu e respondeu de igual forma.

– Vá, pegajoso lobo do mar, realmente me cegas com seu resplandecente cocuruto.

Apertou a mão do ancião de bom humor e, com os cumprimentos trocados, o criado se dirigiu a Edward.

– Temos os baús carregados nos carros, capitão, e Luke e Ethan querem mover as mulas antes que adormeçam. Com sua permissão, capitão, nós gostaríamos de nos pôr em marcha.

Edward assentiu.

– Diga a Willy que venha e partiremos. Primeiro iremos levar a senhorita Denali ao Oakley e, possivelmente, ficaremos lá uns minutos. Continuem até a casa.

– Sim, meu capitão – respondeu George. Olhou a Tânia passivamente e partiu.

Pouco depois, um ancião de cor se aproximou, agarrou as correias, montou na carruagem e, estalando a língua, despertou aos cavalos que dormitavam sob o sol quente. Fustigou–os conduzindo–os em um animado trote longe dos moles.

No interior do carro reinava o silêncio. Este não foi quebrado mais que por esporádicos comentários sobre pontuais temas de interesse conforme avançavam pelo caminho, Bella, tentando não pensar em nada, manteve sua mente ocupada em estudar a cidade que se estendia diante de seus olhos e se assombrou diante da elegância das fachadas e da alvenaria e diante das propriedades que pareciam expandir–se depois dos altos muros.

A viagem continuou até o Oakley sem mais discussões entre os passageiros. Quando a carruagem se deteve frente à mansão, Emmett tentou levantar–se, continuando com sua atitude solícita para Bella, mas se encontrou com o robusto cotovelo de Edward que o devolveu a seu assento, este se levantou e, tomando a mão a sua esposa, desceu da carruagem.

Seus olhos se encontraram durante escassos segundos antes que Bella desviasse a atenção, ainda sustentando sua mão, Edward a colocou firmemente sobre seu braço e a conduziu até a casa deixando que Emmett ajudasse a contra gosto Tânia descer e lhe estendesse o braço resistente. Quando Emm e Tânia entraram, viram que o mordomo segurava o casaco e o regalo de Bella, e que esta tinha sido conduzida até o salão por seu marido, que tinha colocado uma possessiva mão atrás da cintura. Emmett se uniu a eles com um sorriso, deixando que o criado atendesse a Tânia. Fulminando–o com o olhar, a mulher pediu que servissem o chá e salgadinhos. Logo se uniu a eles. Edward tinha acomodado Bella no canto de um sofá, e se sentou junto a ela com uma mão apoiada na poltrona, atrás de suas costas, não tinha deixado um lugar a seu irmão para que não pudesse intrometer–se. Longe de sentir–se ofendido, Emmett se alegrou de ter conseguido que Edward finalmente protegesse sua esposa. Ficou de pé conversando com eles sobre a viagem.

Enquanto se dirigia para o bar, Tânia perguntou a Edward:

– O de sempre, querido? Sei perfeitamente como você gosta – afirmou com ar de superioridade.

Bella cruzou as mãos sobre seu colo e abaixou o olhar, não se sentindo especialmente confortável nesse momento.

Tânia a perseguia cruelmente enquanto preparava a bebida.

– Tem muito que aprender a respeito de seu marido, querida. Tem gostos muito refinados. – Olhou com mordacidade para Bella – Gosta que suas bebidas se misturem com suavidade e isso leva um tempo, poderia ensinar você muito a respeito de suas aversões – comentou sorrindo intencionalmente. – E a respeito de seus gostos.

Sem que ninguém o convidasse, Emmett se uniu à conversação.

– Realmente tem muito que ensinar, Tânia querida, mas nada que seja apropriado para uma jovem esposa.

Tânia o olhou colérica e se dirigiu a Edward para entregar a bebida, ficando atrás do casal para poder observá–los sem ser vista. Emmett a substituiu no bar e se serviu de uma generosa dose de uísque.

– Precisará de muita experiência para fazer de seu marido um homem feliz – ronronou Tânia – Sei muito bem. É uma lástima que seja tão jovem e inexperiente.

Edward apoiou uma mão sobre o ombro de Bella e, com o polegar, acariciou–lhe meigamente a orelha. Bella olhou o marido um tanto desconcertada diante de tantos cuidados na frente da ex–noiva, com seu ombro roçou a mão de Edward ligeiramente, do ponto de vista de Tânia, aquilo pareceu um intercâmbio amoroso. Corroída pelo ciúme, ansiou fervorosamente separa–los. Levantou a vista e se encontrou com o olhar de Emmett cravado nela. Este elevou a taça para brindar e bebeu com lentidão.

Uma jovem de cor, a quem Edward chamou Lulu, entrou no salão e serviu o refresco. Tânia se sentou em frente do casal e continuou sua perseguição, arqueou uma sobrancelha olhando Bella enquanto a jovem mexia o chá.

– Me diga, querida, desde quando conhece Edward? – interrogou–a.

A xícara vibrou sobre o prato de Bella revelando seu desassossego. Deixou–os sobre a mesa e dobrou suas inquietas mãos sobre as pernas. Edward deslizou as mãos sobre as dela e as apertou, tranquilizando–a.

– Conheci–o na primeira noite que chegou a Londres, senhorita Denali – murmurou.

Tânia estudou a moça deixando que suas pálpebras caíssem preguiçosas sobre os olhos castanhos. Seus lábios se torceram em um sorriso superficial.

– Tão cedo? Mas claro, deve ter sido assim. Se não, de que outro modo estaria agora em um estado tão avançado de gravidez? Quanto tempo estão casados? – continuou perguntando.

Edward esboçou um leve sorriso olhando sua ex–noiva enquanto colocava sua mão sobre o ombro de Bella, atraindo–a para ele.

– O suficiente, Tânia – respondeu. A mulher olhou a um e outro e decidiu que a jovem estava muito pálida, continuou com suas perguntas.

– E apesar de tudo o conheceu, querida? Tinha entendido que às senhoritas inglesas de boa família eram extremamente difíceis de conhecer capitães ianques. – Levantou uma sobrancelha, enfatizando as palavras de boa família, como se realmente o duvidasse.

Edward lançou um frio olhar a Tânia e esboçou um pequeno e desigual sorriso. Depois respondeu:

– Bella e eu nos conhecemos graças aos esforços de lorde Halle, Tânia, um bom amigo da minha esposa. Desejava que nos conhecêssemos e ameaçou tomar cruéis represálias se me opunha. É o que você denominaria um casamenteiro. Realmente obstinado, o ancião.

Bella se virou para ele. Edward não havia dito nenhuma mentira, mas tinha feito que tudo parecesse perfeitamente correto, economizando–lhe a dor que teria de suportar com o conhecimento dos fatos mais desagradáveis. Sorriu–lhe agradecida por sua resposta e, como se o bebê notasse seu contentamento, deu um forte e brusco pontapé, os olhos da jovem se abriram e ao ver que Edward aumentava o sorriso, soube que também ele o tinha notado. Inclinou–se para ela e seus lábios roçaram seu cabelo, desatando um formigamento que lhe percorreu o corpo.

– É um bebê muito enérgico, não é verdade, amor? – murmurou com carinho.

Tânia se sentiu mal diante das constantes mostras de afeto de Edward para com sua nova esposa.

– O que disse Edward? – inquiriu Tânia em um tom exigente.

– Parece– sorriu Emmett –, que não é de nossa conta. Mas acredito que o menino aprova a união.

Tânia não ouviu o comentário, olhou confusa os dois homens, que agora trocavam olhares divertidos em uma espécie de comunicação fraternal. Não era a primeira vez que isso acontecia, riam as suas costas e Tânia encolerizava–se que a deixassem de fora, especialmente agora que esta jovem magricela parecia ter entendido o que seu cunhado acabava de dizer. Mas sabia que podia atingi–la.

– Edward, querido, quer outra dose? – perguntou.

Ele declinou o oferecimento. A mulher olhou de novo a Bella.

– Espero que não se incomode que chame a seu marido por seu nome de infância, querida. Depois de tudo, conheço–o há tanto tempo que não me pareceria normal chamá–lo de outro modo. Além disso, estávamos a ponto de nos casar... recorda?

Bella devolveu o sorriso com um pouco mais de confiança em si mesma.

– Não vejo nenhuma razão pela que não possa manter uma relação de amizade com a família, senhorita Denali – respondeu com suavidade. – E por favor, nos visite sempre que o deseje.

Emmett se pôs a rir desfrutando do que acabava de ouvir.

–Bom, Tânia, francamente acredito que a jovem pode lhe dar algumas aulas de como se converter em uma anfitriã atenta e sincera. É uma pena que não esteja em condições de apreciar a lição.

Tânia se endireitou e lhe lançou um olhar cheio de fúria.

– Pode ter a bondade de manter sua suja boca fechada e deixar de mostrar quão bobo é! – cuspiu.

Edward soltou uma gargalhada enquanto acariciava o ombro da esposa.

– Meu querido irmão, vai ter que lutar por sua vida se prosseguir com esta loucura. Não se recorda do mau gênio que Tânia tem? – brincou.

– Não, Edward – Emm sorriu. – Parece que é você quem o esqueceu. Se continuar acariciando sua esposa diante de Tânia, verá o que acontecerá.

O irmão mais velho voltou a soltar uma gargalhada e retirou o braço de Bella quase com tristeza. Depois se levantou.

– Devemos ir, Tânia. A viagem foi exaustiva para Bella, que deseja descansar. Eu também estou ansioso por chegar a casa.

Agradeceu–lhe os refrescos e, dando a mão à Bella, ajudou–a a levantar–se enquanto Emmett acabava de beber o conteúdo de sua taça. No saguão, ajudou–a a vestir o casaco e segurou o regalo enquanto ela abotoava o traje. Tânia observou seus cuidados com um sentimento de angústia, sabendo que a jovem tinha se adiantado nas questões do coração, acompanhou–os até o exterior sem encontrar novas palavras com as quais pudesse continuar o ataque verbal a Isabella.

Edward lhe estendeu a mão em frente da carruagem que os esperava e se despediu educadamente. Emmett subiu também ao carro, sentando–se em frente da cunhada, deixando o espaço que ficava junto a ela para seu irmão. Tânia os viu partir na solidão do alpendre, imersa nas sombras do entardecer.

Uma vez em marcha, Emmett e Edward conversaram com uma tranquila camaradagem que denotava excelente entendimento, difícil de encontrar em uma relação normal de amizade. Enquanto os cavalos trotavam no tranquilo entardecer, eles recordaram a cumplicidade de toda uma vida. Assinalaram uma enorme pedra quadrada que marcava os limites de sua propriedade e Bella se esticou tentando vislumbrar a casa das janelas da carruagem. Ao ver unicamente bosques intermináveis, voltou–se, desconcertada, para encontrar–se com o sorriso divertido de Emmett.

– Passará um tempo até que cheguemos – informou–a. – Fica daqui quase três quilômetros.

Voltou–se para Edward com seus olhos totalmente abertos.

– Quer dizer que tudo isto lhes pertence? – perguntou, apontando pela janela.

Edward assentiu lentamente e Emmett riu, dirigindo–se para ela.

– Não sabia no que estava se pondo quando se casou com um Cullen, irmãzinha.
De repente, Edward apontou algo.

– Isso é Harthaven – anunciou.

Bella seguiu seu dedo com os olhos, apoiando o corpo contra o dele para olhar pela janela, mas a única coisa que viu foi uma coluna de fumaça que se elevava sobre as copas das árvores, a uma boa distância da estrada. Por cima do barulho contínuo das rodas e dos cascos dos cavalos, pôde ouvir o som de alegres vozes, estavam se aproximando de um caminho flanqueado de carvalhos cujos ramos apareciam cobertos de musgo negro.

A carruagem tomou um novo caminho, ante a visão da majestosa casa, Bella ficou sem fala. Enormes colunas seguravam o telhado, junto às copas dos carvalhos, e sustentavam um amplo alpendre no segundo andar. Ambos os irmãos sorriram diante da perplexidade da jovem, que nesse preciso instante compreendeu, que esse iria ser o lugar no qual cresceria o filho que levava em seu ventre, e com sorte... muitos mais.

Recostou–se no assento cheia de esperança no futuro e transbordante de felicidade...

3 comentários:

  1. Amei o Emmet, soube muito bem como colocar a megera no lugar dela. Espero q a Bella fique esperta, porque essa víbora pelo jeito vai aprontar muito ainda e o Edward carinhoso é muito fofo!! Bjs.

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  2. realmente o Emmett deu o tom do capitulo... a pilantra e vulgar Tania não é páreo a Bella, mas sinto que ela ainda infernizar muito.

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  3. Estou muito feliz por ter postado mais um capítulos emocionante continue

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