Capítulo 14 – Apresentações
Edward colocou os livros sob o braço,
deixou a garrafa no seu lugar e, com a mão atrás das costas de Bella, conduziu–a
através da porta até o convés onde os esperava uma passarela, estendeu–lhe a
mão para ajudá-la a subir o degrau até a ponte e se colocou a seu lado, seus
olhos se encontraram brevemente.
Bella aceitou o braço de seu marido e,
respirando com profundidade, deixou que a conduzisse rampa abaixo, enquanto
desciam, um casal se separou da multidão e se precipitou para eles. O homem era
tão alto como Edward, mas de compleição mais avantajada, não havia nenhuma
dúvida, guardava uma grande semelhança com seu irmão. E a mulher, alta,
robusta, belamente loira, era, sem dúvida, sua noiva. Seus olhos castanhos
estavam cheios de felicidade e, ao aproximar–se, equilibrou–se sobre Edward e
lhe beijou com uma paixão excessiva inclusive para um casal de noivos, Edward
suportou suas amostras de afeto e olhou Bella de soslaio, que observava
crispada a cena. Quando finalmente Tânia se acalmou, olhou para Edward bastante
assombrada ante sua frieza e o agarrou pelo braço, apertando–o contra o peito,
depois, voltou–se para Bella e a examinou com indiferença.
As duas mulheres se olharam brevemente com
mútua e imediata hostilidade. Bella viu diante dela uma bem contornada e
experimentada mulher, sutil conhecedora dos homens e decidida a conseguir seus
objetivos, Tânia descobriu a uma jovem inocente e bela, em um estado de
florescimento que contrastava com seu próprio início de gravidez. Cada uma
delas percebeu na outra o que mais temia e desde este primeiro encontro se
converteram em inimigas. Tânia terminou seu minucioso exame e se voltou para
Edward.
– E o que é isto que trouxe consigo,
querido? – inquiriu. – Algo que encontrou pelas ruas de Londres? – Seu tom de
voz insinuava as implicações de seu retorno a casa.
Com seu característico olho atento, Emmett
já tinha tirado uma certeira conclusão e conteve um sorriso quando Edward
respondeu.
– Não, Tânia – respondeu muito tenso. –
Esta é minha mulher, Isabella.
Tânia ficou boquiaberta, cairia se não
estivesse ainda segurando o braço de Edward, este se apressou a falar com a
esperança de evitar o temporal.
– Bella, este é meu irmão, Emmett. Emm,
esta é minha esposa.
– Sua esposa! – gritou Tânia, recuperando
a fala alimentada pela ira. – Quer dizer que se casou com esta pequena
prostituta?
Ignorando o arrebatamento, Emm sorriu
abertamente a Bella e tomou a sua mão. Inclinou–se ligeiramente sobre ela e,
endireitando–se, disse–lhe:
– Estou encantado de conhece–la, senhora
Cullen.
Isabella lhe devolveu o sorriso, aceitando–o
como futuro aliado.
– Estava ansiosa para conhecer você, Emmett
– murmurou com recato. – Edward me falou muito de você.
Emm lançou um olhar dúbio para seu irmão.
– Bom, conhecendo–o, acredito...
– Bastardo! – gritou Tânia com voz
estrangulada, olhando fixamente Edward – Permitiste que ficasse aqui, esperando
suas promessas vazias enquanto você perambulava pelas ruas de Londres! Me fez
esperar e acreditar que esta seria sua última viagem e volta com uma esposa de
presente! Certamente agradou bem a seu irmão. Olha–o, aí de pé, sorrindo
presunçosamente e dizendo bobagens, como se tivesse sido ele quem planejou este
ato em segredo! – Deu um passo para Bella e a olhou friamente. Sua voz se
converteu em um felino guincho. – E você, maldita cúmplice, em que bordel a
encontrou? De que beco a tirou? Roubaste o compromisso de outra! – Avançou
outro passo, enquanto Bella a olhava. – Se olhe, tão jovem, tão delicada, e tão
hábil! Deve ter se escancarado em sua cama alegremente, não é, puta
pretensiosa!
Tânia tomou impulso para esbofetear Bella,
mas Edward a deteve antes que pudesse fazê-lo. Agarrou–a pelos ombros, quase
levantando–a do chão.
– Advirto–a, Tânia – avisou falando muito
devagar. – Ela é minha esposa e está grávida. Fui injusto contigo, é verdade,
de maneira que descarregue sua vingança sobre minha pessoa, mas nunca, jamais
ponha uma mão em cima dela!
Tânia empalideceu e seus olhos refletiram
o medo que sofria nesse momento, Edward a soltou e se interpôs entre as
mulheres, embora na verdade já não fosse preciso, pois Tânia estava
verdadeiramente intimidada.
– Grávida? – perguntou quase sem fôlego.
Seus olhos foram de Edward ao arredondado ventre de Bella, dando–se conta de
seu estado pela primeira vez. Deu meia volta, prometendo em silêncio que se
vingaria de sua rival.
– Agora que nos convertemos no centro de
atenção do cais – começou a dizer Emm com um sorriso sarcástico –, podemos ir
para a carruagem? Olhou para a mulher loira. – Tânia, mulher amadurecida, virá
conosco até Harthaven ou quer que diga a Willy que a deixe no Oakley?
Tânia se voltou lhe olhando sem
expectativa, depois se virou para Edward e, sorrindo, disse–lhe docemente:
– Devemos parar em Oakley, querido.
Preparei um delicioso chá. – Olhou–o sensualmente. – É obvio que não vai me
decepcionar. Insisto nisso.
Emmett observou a ambos e viu que Edward
arqueava uma sobrancelha, com um sorriso malicioso, o irmão caçula se aproximou
deles, pegou Bella pelo braço e, piscando–lhe um olho, dirigiu–se a Tânia.
– Me diga, Tânia, este convite inclui o
resto dos Cullens ou é um assunto particular? Estou certo de que minha cunhada
não deseja estar separada de seu marido durante muito tempo – atiçou–a.
Tânia o fulminou com o olhar.
– Mas, é obvio, querido – respondeu com
sarcasmo –, estão todos convidados. Estou convencida de que a jovem desfrutará
de um pouco de leite quente em seu estado.
Emm aumentou o sorriso enquanto brincava
com o chapéu de Bella.
– Gosta de leite quente, senhora Cullen? –
perguntou a jovem.
– Sim – respondeu com ternura, sorrindo. Emm já a tinha ganho
com seu encanto. – Mas prefiro chá.
Emmett se voltou para Tânia com olhos
resplandecentes.
– Acredito que o chá será mais adequado
depois de tão longa viajem, não acha, querida?
Tânia cravou seus venenosos olhos nele.
– Claro, querido. Devemos fazer o quanto
possamos para agradar a nossa nova convidada – devolveu, enfatizando o que ela
considerava uma situação temporária. – A menina deve dispor de tudo o que
desejar.
Emmett se pôs a rir brandamente.
– Por que, querida Tânia, dá–me a
impressão de que ela já tem tudo o que deseja? – brincou.
Tânia lhe deu as costas mal–humorada e
Edward lançou um olhar de advertência a seu irmão caçula, mas este, sorrindo
alegremente, voltou–se e, galante, estendeu seu braço a Bella.
– Vamos, senhora Cullen – comentou. –
Devemos cuidar de você em seu estado e acredito que estará muito mais
confortável na carruagem.
Enquanto abria espaço entre a multidão,
encheu–a de perguntas, dirigindo–se a ela constantemente com o tratamento que
tanto irritava a Tânia:
– Senhora Cullen teve uma boa viagem? O
mar do Norte deve estar bastante agitado nesta época do ano, não está de
acordo, senhora Cullen?
Tânia os seguiu atrás agarrada ao braço de
Edward. Com os olhos entreabertos, sentiu como a raiva lhe fazia ferver o
sangue, pois sabia que, quando tivessem saído da multidão, a notícia do
matrimônio de Edward teria se espalhado como um rastilho de pólvora.
Edward, que em ocasiões anteriores tinha
passeado com a Tânia pelas ruas da cidade orgulhoso de tê–la a seu lado,
percebia agora sua pegajosa presença como um verdadeiro martírio. Sentia–se
furioso pelo descarado cortejo do Emm para sua esposa, mas sabia que seu irmão
desaprovava totalmente Tânia como futura cunhada e que seguiria com essa farsa
até suas últimas consequências. Concentrou–se na delicada figura de sua mulher,
observando como suas saias balançavam em frente dele, e seus olhos brilharam.
Com grande aprumo, Emmett estendeu a mão a
Bella para ajudá–la a subir na carruagem, ao sentar–se descaradamente junto a
ela, encontrou–se com o irritado rosto de seu irmão lançando um olhar de
advertência, Edward ajudou Tânia a acomodar–se e ocupou o único lugar que
ficava livre. Imediatamente a mulher se apoiou contra ele, descansando seu
antebraço sobre sua coxa de maneira informal, declarando a existência de uma
intimidade com o homem; com um gesto de desgosto na boca, Edward cruzou os
braços e se sentou muito rígido, olhou o casal que tinha em frente, desejando
que seu irmão sentisse um pouco de compaixão.
Bella observou com receio o colo de seu
marido e a mão possessiva e reivindicativa que jazia sobre ele, até que
finalmente ergueu a cabeça para observar a expressão em seu rosto. A ação foi
interceptada por Tânia, que esboçou um sorriso afetado.
– Me diga, querida – disse – Edward contou
a você algo a respeito de nós?
– Sim, ele o fez – murmurou Bella, antes
que pudesse ampliar sua declaração, Tânia a interrompeu com uma sobrancelha
arqueada burlescamente.
– Mas, é obvio, não lhe terá contado tudo –
apontou. Logo se voltou para Edward, sorrindo coquetemente e piscando. – Claro
que não contaste tudo, querido. Espero que não tenha chegado tão longe.
Uma bofetada na cara teria doído menos, a
crua revelação fez com que Bella sentisse de repente uma forte pressão no
coração. Abaixou o olhar desconcertada e milhares de pensamentos confusos
percorreram sua mente, não tinha pensado nisso... que Edward e aquela mulher
fossem amantes. Por isso estava tão ressentido com seu matrimônio, e, apesar de
levar seu sobrenome e seu filho, ela era a estranha, não Tânia. Acaso não a
tinha prevenido que, para ele, ela não era mais que uma simples criada?
Isabella mordeu os lábios e alisou a pele
do regalo com mãos trêmulas. Seu abatimento foi captado pelos homens, o tique
nervoso voltou a aparecer nas faces de Edward, enquanto apertava as mandíbulas.
Emm se inclinou para frente com um sorriso forçado e olhos cheios de raiva.
– Apesar do que diga, minha querida, nossa
Bella leva a prova da devoção que sente Edward por ela – observou o jovem.
Emmett lançou um implacável olhar a Tânia
fazendo com que esta se afastasse ligeiramente de Edward, muito ofendida
perante semelhante menosprezo. Edward permaneceu em silêncio, feliz de que seu
irmão soubesse como manter a Tânia no lugar.
Emm apertou com ternura a mão da cunhada.
Esta afastou seu olhar cheia de perplexidade e se concentrou no que havia do
outro lado da janela, tentando conter as lágrimas que ameaçavam brotar, viu
George aproximar–se da carruagem e conseguiu esboçar um sorriso trêmulo quando
chegou até a porta. O criado tirou o gorro de lã da cabeça e lhe devolveu o
sorriso.
– Senhor, senhora, estão imponentes em
seus ornamentos. Fazem com que o sol brilhe ainda mais –comentou.
Bella assentiu agradecendo–lhe e abençoou–o
com um doce olhar. Tânia se recostou no assento e observou–os com uma expressão
de desprezo, podia perceber claramente o respeito que o criado sentia pela
fulana e sentiu a amarga pontada de ciúme ao ver que este homem, em quem Edward
tanto confiava e ao qual tanto valorizava, tratava com atenção Bella como nunca
o tinha feito com ela. Agora inclusive a ignorava ao voltar–se para o Emm.
– Senhor, parece que acaba de brigar com
um par de gatos monteses – brincou.
Emmett sorriu e respondeu de igual forma.
– Vá, pegajoso lobo do mar, realmente me
cegas com seu resplandecente cocuruto.
Apertou a mão do ancião de bom humor e,
com os cumprimentos trocados, o criado se dirigiu a Edward.
– Temos os baús carregados nos carros,
capitão, e Luke e Ethan querem mover as mulas antes que adormeçam. Com sua
permissão, capitão, nós gostaríamos de nos pôr em marcha.
Edward assentiu.
– Diga a Willy que venha e partiremos.
Primeiro iremos levar a senhorita Denali ao Oakley e, possivelmente, ficaremos
lá uns minutos. Continuem até a casa.
– Sim, meu capitão – respondeu George.
Olhou a Tânia passivamente e partiu.
Pouco depois, um ancião de cor se
aproximou, agarrou as correias, montou na carruagem e, estalando a língua,
despertou aos cavalos que dormitavam sob o sol quente. Fustigou–os conduzindo–os
em um animado trote longe dos moles.
No interior do carro reinava o silêncio.
Este não foi quebrado mais que por esporádicos comentários sobre pontuais temas
de interesse conforme avançavam pelo caminho, Bella, tentando não pensar em
nada, manteve sua mente ocupada em estudar a cidade que se estendia diante de
seus olhos e se assombrou diante da elegância das fachadas e da alvenaria e diante
das propriedades que pareciam expandir–se depois dos altos muros.
A viagem continuou até o Oakley sem mais
discussões entre os passageiros. Quando a carruagem se deteve frente à mansão, Emmett
tentou levantar–se, continuando com sua atitude solícita para Bella, mas se
encontrou com o robusto cotovelo de Edward que o devolveu a seu assento, este
se levantou e, tomando a mão a sua esposa, desceu da carruagem.
Seus olhos se encontraram durante escassos
segundos antes que Bella desviasse a atenção, ainda sustentando sua mão, Edward
a colocou firmemente sobre seu braço e a conduziu até a casa deixando que Emmett
ajudasse a contra gosto Tânia descer e lhe estendesse o braço resistente. Quando
Emm e Tânia entraram, viram que o mordomo segurava o casaco e o regalo de
Bella, e que esta tinha sido conduzida até o salão por seu marido, que tinha
colocado uma possessiva mão atrás da cintura. Emmett se uniu a eles com um
sorriso, deixando que o criado atendesse a Tânia. Fulminando–o com o olhar, a
mulher pediu que servissem o chá e salgadinhos. Logo se uniu a eles. Edward
tinha acomodado Bella no canto de um sofá, e se sentou junto a ela com uma mão
apoiada na poltrona, atrás de suas costas, não tinha deixado um lugar a seu
irmão para que não pudesse intrometer–se. Longe de sentir–se ofendido, Emmett
se alegrou de ter conseguido que Edward finalmente protegesse sua esposa. Ficou
de pé conversando com eles sobre a viagem.
Enquanto se dirigia para o bar, Tânia
perguntou a Edward:
– O de sempre, querido? Sei perfeitamente
como você gosta – afirmou com ar de superioridade.
Bella cruzou as mãos sobre seu colo e
abaixou o olhar, não se sentindo especialmente confortável nesse momento.
Tânia a perseguia cruelmente enquanto
preparava a bebida.
– Tem muito que aprender a respeito de seu
marido, querida. Tem gostos muito refinados. – Olhou com mordacidade para Bella
– Gosta que suas bebidas se misturem com suavidade e isso leva um tempo,
poderia ensinar você muito a respeito de suas aversões – comentou sorrindo
intencionalmente. – E a respeito de seus gostos.
Sem que ninguém o convidasse, Emmett se
uniu à conversação.
– Realmente tem muito que ensinar, Tânia
querida, mas nada que seja apropriado para uma jovem esposa.
Tânia o olhou colérica e se dirigiu a
Edward para entregar a bebida, ficando atrás do casal para poder observá–los
sem ser vista. Emmett a substituiu no bar e se serviu de uma generosa dose de
uísque.
– Precisará de muita experiência para
fazer de seu marido um homem feliz – ronronou Tânia – Sei muito bem. É uma
lástima que seja tão jovem e inexperiente.
Edward apoiou uma mão sobre o ombro de
Bella e, com o polegar, acariciou–lhe meigamente a orelha. Bella olhou o marido
um tanto desconcertada diante de tantos cuidados na frente da ex–noiva, com seu
ombro roçou a mão de Edward ligeiramente, do ponto de vista de Tânia, aquilo
pareceu um intercâmbio amoroso. Corroída pelo ciúme, ansiou fervorosamente separa–los.
Levantou a vista e se encontrou com o olhar de Emmett cravado nela. Este elevou
a taça para brindar e bebeu com lentidão.
Uma jovem de cor, a quem Edward chamou
Lulu, entrou no salão e serviu o refresco. Tânia se sentou em frente do casal e
continuou sua perseguição, arqueou uma sobrancelha olhando Bella enquanto a
jovem mexia o chá.
– Me diga, querida, desde quando conhece
Edward? – interrogou–a.
A xícara vibrou sobre o prato de Bella
revelando seu desassossego. Deixou–os sobre a mesa e dobrou suas inquietas mãos
sobre as pernas. Edward deslizou as mãos sobre as dela e as apertou,
tranquilizando–a.
– Conheci–o na primeira noite que chegou a
Londres, senhorita Denali – murmurou.
Tânia estudou a moça deixando que suas
pálpebras caíssem preguiçosas sobre os olhos castanhos. Seus lábios se torceram
em um sorriso superficial.
– Tão cedo? Mas claro, deve ter sido
assim. Se não, de que outro modo estaria agora em um estado tão avançado de
gravidez? Quanto tempo estão casados? – continuou perguntando.
Edward esboçou um leve sorriso olhando sua
ex–noiva enquanto colocava sua mão sobre o ombro de Bella, atraindo–a para ele.
– O suficiente, Tânia – respondeu. A
mulher olhou a um e outro e decidiu que a jovem estava muito pálida, continuou
com suas perguntas.
– E apesar de tudo o conheceu, querida?
Tinha entendido que às senhoritas inglesas de boa família eram extremamente difíceis
de conhecer capitães ianques. – Levantou uma sobrancelha, enfatizando as
palavras de boa família, como se realmente o duvidasse.
Edward lançou um frio olhar a Tânia e
esboçou um pequeno e desigual sorriso. Depois respondeu:
– Bella e eu nos conhecemos graças aos
esforços de lorde Halle, Tânia, um bom amigo da minha esposa. Desejava que nos
conhecêssemos e ameaçou tomar cruéis represálias se me opunha. É o que você
denominaria um casamenteiro. Realmente obstinado, o ancião.
Bella se virou para ele. Edward não havia
dito nenhuma mentira, mas tinha feito que tudo parecesse perfeitamente correto,
economizando–lhe a dor que teria de suportar com o conhecimento dos fatos mais
desagradáveis. Sorriu–lhe agradecida por sua resposta e, como se o bebê notasse
seu contentamento, deu um forte e brusco pontapé, os olhos da jovem se abriram
e ao ver que Edward aumentava o sorriso, soube que também ele o tinha notado.
Inclinou–se para ela e seus lábios roçaram seu cabelo, desatando um
formigamento que lhe percorreu o corpo.
– É um bebê muito enérgico, não é verdade,
amor? – murmurou com carinho.
Tânia se sentiu mal diante das constantes
mostras de afeto de Edward para com sua nova esposa.
– O que disse Edward? – inquiriu Tânia em
um tom exigente.
– Parece– sorriu Emmett –, que não é de
nossa conta. Mas acredito que o menino aprova a união.
Tânia não ouviu o comentário, olhou
confusa os dois homens, que agora trocavam olhares divertidos em uma espécie de
comunicação fraternal. Não era a primeira vez que isso acontecia, riam as suas
costas e Tânia encolerizava–se que a deixassem de fora, especialmente agora que
esta jovem magricela parecia ter entendido o que seu cunhado acabava de dizer.
Mas sabia que podia atingi–la.
– Edward, querido, quer outra dose? –
perguntou.
Ele declinou o oferecimento. A mulher
olhou de novo a Bella.
– Espero que não se incomode que chame a
seu marido por seu nome de infância, querida. Depois de tudo, conheço–o há
tanto tempo que não me pareceria normal chamá–lo de outro modo. Além disso,
estávamos a ponto de nos casar... recorda?
Bella devolveu o sorriso com um pouco mais
de confiança em si mesma.
– Não vejo nenhuma razão pela que não
possa manter uma relação de amizade com a família, senhorita Denali – respondeu
com suavidade. – E por favor, nos visite sempre que o deseje.
Emmett se pôs a rir desfrutando do que
acabava de ouvir.
–Bom, Tânia, francamente acredito que a
jovem pode lhe dar algumas aulas de como se converter em uma anfitriã atenta e
sincera. É uma pena que não esteja em condições de apreciar a lição.
Tânia se endireitou e lhe lançou um olhar
cheio de fúria.
– Pode ter a bondade de manter sua suja
boca fechada e deixar de mostrar quão bobo é! – cuspiu.
Edward soltou uma gargalhada enquanto
acariciava o ombro da esposa.
– Meu querido irmão, vai ter que lutar por
sua vida se prosseguir com esta loucura. Não se recorda do mau gênio que Tânia
tem? – brincou.
– Não, Edward – Emm sorriu. – Parece que é
você quem o esqueceu. Se continuar acariciando sua esposa diante de Tânia, verá
o que acontecerá.
O irmão mais velho voltou a soltar uma
gargalhada e retirou o braço de Bella quase com tristeza. Depois se levantou.
– Devemos ir, Tânia. A viagem foi
exaustiva para Bella, que deseja descansar. Eu também estou ansioso por chegar
a casa.
Agradeceu–lhe os refrescos e, dando a mão
à Bella, ajudou–a a levantar–se enquanto Emmett acabava de beber o conteúdo de
sua taça. No saguão, ajudou–a a vestir o casaco e segurou o regalo enquanto ela
abotoava o traje. Tânia observou seus cuidados com um sentimento de angústia,
sabendo que a jovem tinha se adiantado nas questões do coração, acompanhou–os
até o exterior sem encontrar novas palavras com as quais pudesse continuar o
ataque verbal a Isabella.
Edward lhe estendeu a mão em frente da
carruagem que os esperava e se despediu educadamente. Emmett subiu também ao
carro, sentando–se em frente da cunhada, deixando o espaço que ficava junto a
ela para seu irmão. Tânia os viu partir na solidão do alpendre, imersa nas
sombras do entardecer.
Uma vez em marcha, Emmett e Edward
conversaram com uma tranquila camaradagem que denotava excelente entendimento,
difícil de encontrar em uma relação normal de amizade. Enquanto os cavalos
trotavam no tranquilo entardecer, eles recordaram a cumplicidade de toda uma
vida. Assinalaram uma enorme pedra quadrada que marcava os limites de sua
propriedade e Bella se esticou tentando vislumbrar a casa das janelas da
carruagem. Ao ver unicamente bosques intermináveis, voltou–se, desconcertada,
para encontrar–se com o sorriso divertido de Emmett.
– Passará um tempo até que cheguemos –
informou–a. – Fica daqui quase três quilômetros.
Voltou–se para Edward com seus olhos
totalmente abertos.
– Quer dizer que tudo isto lhes pertence? –
perguntou, apontando pela janela.
Edward assentiu lentamente e Emmett riu,
dirigindo–se para ela.
– Não sabia no que estava se pondo quando
se casou com um Cullen, irmãzinha.
De repente, Edward apontou algo.
– Isso é Harthaven – anunciou.
Bella seguiu seu dedo com os olhos,
apoiando o corpo contra o dele para olhar pela janela, mas a única coisa que
viu foi uma coluna de fumaça que se elevava sobre as copas das árvores, a uma
boa distância da estrada. Por cima do barulho contínuo das rodas e dos cascos
dos cavalos, pôde ouvir o som de alegres vozes, estavam se aproximando de um
caminho flanqueado de carvalhos cujos ramos apareciam cobertos de musgo negro.
A carruagem tomou um novo caminho, ante a
visão da majestosa casa, Bella ficou sem fala. Enormes colunas seguravam o
telhado, junto às copas dos carvalhos, e sustentavam um amplo alpendre no
segundo andar. Ambos os irmãos sorriram diante da perplexidade da jovem, que
nesse preciso instante compreendeu, que esse iria ser o lugar no qual cresceria
o filho que levava em seu ventre, e com sorte... muitos mais.
Recostou–se no assento cheia de esperança
no futuro e transbordante de felicidade...
Amei o Emmet, soube muito bem como colocar a megera no lugar dela. Espero q a Bella fique esperta, porque essa víbora pelo jeito vai aprontar muito ainda e o Edward carinhoso é muito fofo!! Bjs.
ResponderExcluirrealmente o Emmett deu o tom do capitulo... a pilantra e vulgar Tania não é páreo a Bella, mas sinto que ela ainda infernizar muito.
ResponderExcluirEstou muito feliz por ter postado mais um capítulos emocionante continue
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