Autora: AnnaThrzCullen
Gênero: Romance, drama
Classificação: +16 anos
Categoria: Beward
Avisos: Adaptação, Linguagem Imprópria, Nudez e Sexo
Prólogo
Glasgow, Escócia, 1171
O Leão Escocês cavalga com a tempestade, e seu exército o segue. Ele toma a iniciativa, temerário como é sabendo que o amo do mal o protegerá. Ele leva uma arma, mas, uma espada especialmente forjada para ele. Ninguém exceto o leão possui a força para esgrimi-la, a arma pesa com as almas e os gritos daquelas vidas que passaram por ela. Em seu caminho ele deixa destruição. Aldeias inteiras queimadas, homens sacrificados e mulheres arrasadas.
O Leão saboreia sua porção de mulheres levando uma dúzia ou mais...
- Basta de tolices Emily - Não ouvirei mais. - Lady Sue severamente a desafiou, entrando no pequeno quarto de costura para a surpresa das três mulheres jovens que estavam sentadas apinhadas ao redor da mesa.
As duas mulheres enfocaram seus olhos grandes e assustados em Emily, suas mãos tremendo e suas cabeças com toucas assentindo enquanto ela persistia em continuar com sua história.
- Mas é verdade, minha lady. O Leão Escocês é conhecido por ser cruel. Ele vai às aldeias e saqueia e massacra por prazer e por ganho. Não importam os seres humanos, só seus prazeres do mal.
- Cuida de sua língua ignorante, Emily. - Lady Sue explodiu. – O Leão Escocês é simplesmente um homem, extraordinário no que ele faz, mas continua sendo um homem, não um mito ou uma lenda.
Um homem, e não preciso te recordar, estará aqui dentro do prazo de um mês para escolher uma de minhas filhas como esposa. Não tolerarei tais mentiras e não terei a minhas filhas atemorizadas pelas intrigas de uma criada.
- Sim, minha lady - Emily obedientemente disse, sua cabeça se curvou respeitosamente e seus dedos retomaram sua costura.
As outras duas mulheres imediatamente baixaram suas cabeças e se enfocaram em seu trabalho.
- Se estiver algum ponto fora da linha, todas vocês ficarão sem o jantar - Lady Sue disse e lentamente circulou ao redor da mesa, seu corpo alto, esbelto e rígido, suas mãos magras, colocou seus braços cruzados sobre seu peito e seus olhos escuros observando atentamente seu trabalho.
Com as respirações suspensas e corpos tensos, as mulheres jovens esperavam. Mas Lady Sue não era conhecida por sua compreensão e encanto. Ela era conhecida por sua língua afiada e sua mão veloz. Nenhum dos criados do castelo escapava da sua raiva;
Alguns inclusive levavam em seus corpos uma marca permanente de sua crueldade.
Uma bofetada ressonou no quarto confinado, surpreendendo todas elas. As outras duas mulheres assombrar-se, suas agulhas acidentalmente cravaram seus dedos, entretanto elas permaneceram mudas, pois temiam que Lady Sue lhes fizesse o mesmo.
- Alice - Lady Sue gritou à moça cuja face imediatamente mostrava a impressão da mão - Essa linha está torcida. Desarmará toda a costura e começará novamente.
Ela completou outra ronda ao redor da mesa, seus olhos atentos ao trabalho, antes de caminhar para a porta. Ela parou e virou. Com um sorriso cruel que se desenhava em seu rosto magro, ressaltando as muitas linhas e rugas profundas que a marcavam, uma mulher muito mais velha que seus 47 anos. - Vocês duas podem agradecer a Alice pelo jantar que perderão esta noite. - Ela lançou um olhar de desgosto a Emily. - Quanto a você, Emily, poderia perder alguns quilos.
Sua cintura abundante certamente deve interferir com seus deveres. Informarei ao cozinheiro que você será racionada a uma refeição diária até que eu esteja satisfeita com sua perda de peso. E se assegure que esses vestidos estejam acabados a hora correta para que minhas filhas tenham seus novos vestidos para dar as boas-vindas aos escoceses... - Ela parou e enviou um severo olhar a Emily. - Para dar as boas-vindas ao Lorde Edward de Masen Cullen.
- O Lorde do inferno seria mais apropriado - Emily murmurou depois que Lady Sue desapareceu pela porta.
Lágrimas encheram os olhos verdes de Alice. - Sinto tanto.
Ângela ofereceu um conforto batendo levemente no ombro magro da moça. - Não se preocupe. É a melhor costureira de toda Glasgow. Não poderia fazer uma costura torcida embora o tentasse.
- O Leão Escocês colocará em seu lugar - Emily disse, sacudindo a cabeça em direção à porta.
Alice baixou sua voz a um mero sussurro. - As histórias são verdadeiras?
Emily olhou para porta aberta cautelosamente e se inclinou sobre a mesa, as mulheres se moveram mais perto para ouvir. - Ouvi os guardas da fortaleza conversando. Suas vozes tremiam quando eles falavam dele quase como se eles temessem que ele aparecesse no ar e os silenciasse com sua espada poderosa. Eles fazem o sinal da cruz quando mencionam que ele lutaria por qualquer rei que engordasse seus bolsos, cada rei tenta adiantar-se ao outro e ganhar o favor e os serviços do Leão.
Ouvi-os dizer que ele não guarda nenhuma fidelidade da Escócia, sendo que ele é um bárbaro.
- Um Bárbaro? - Alice repetiu.
Emily deu outro olhar apurado na porta do quarto antes de responder. - Seu sangue escocês está misturado com sangue dos vikings selvagens. Ele não pode evitar os saques e as matanças, faz parte dele.
Ele até considerou trair os reis da Escócia.
- Como? - Ângela perguntou apanhada pela história.
- Ele tinha intenção de abastecer, por um preço, informação ao rei Henry II em relação aos reis escoceses e seus planos. Os reis ofereceram engordar substancialmente seus cofres se ele mantivesse a boca fechada. Eles ofereceram um contrato matrimonial lucrativo e vastas terras, e concederam um título, o de Lorde, quando ele não era nada mais do que um bárbaro. Lorde Charlie de Swan foi ordenado pelo rei de Glasgow, Dermot MacCathy, oferecer uma de suas filhas ao Leão enquanto que o rei de Stirling, Donal Mor O'Brien, garantiu um castelo e terras em Stirling, não é nenhum tolo. Desse modo o Leão protegerá o que é seu junto com tudo isto.
Os dedos hábeis de Alice terminaram de desarmar o último dos pontos de costura do vestido de lã verde musgo em que ela trabalhava. - Espero que ele escolha a Lady Lauren para se casar, ela é cruel e ardilosa como sua mãe e ela se parece com ela também , alta e magra, sem curvas, só esse nariz bicudo e esses lábios finos sempre franzidos . O Leão e ela se merecem mutuamente.
Ângela sorriu, seus olhos marrons dançando com malícia - Penso que ele merece a Lady Jéssica.
Emily e Alice soltaram uma risada.
- Não acredito que o Leão vá escolher uma mulher que cheira a cavalo como esposa - Emily disse.
Alice defendeu à mulher, enquanto continuava rindo - Ela pode cheirar como os animais que tanto aprecia, mas pelo menos ela é agradável com os criados. E ela tem bons quadris largos para dar a luz.
As duas assentiram seu acordo.
- Que tal Lady Kate? - Alice perguntou.
- Talvez - Emily disse. - Não se importa com mais nada além de si mesma, sempre está preocupada com sua própria aparência, e ela é a irmã mais atraente embora só tenha 16 anos.
- Idade suficiente para tomar um marido - Ângela disse - Eu me casei com o Ben aos 15.
- E dará a luz seu primeiro bebê dentro de um mês - Alice disse encantada. - Tem medo do nascimento?
Ângela falou com confiança. - Não com Lady Isabella para me ajudar com o nascimento.
Um silêncio completo encheu o pequeno quarto e uma súbita corrente de ar entrou pela porta aberta, enviando calafrios pelas costas das três mulheres.
- Não pensa que Lorde Charlie oferecerá a lady Isabella ao Leão, não é? - Emily perguntou sua voz trêmula.
- O Leão não a desejaria - Ângela respondeu com condenação. - Ela é muito doce.
- O Leão gosta das presas inocentes - Alice recordou.
- Deus tenha piedade dela - Ângela sussurrou, contendo suas lágrimas. - Ela já não é inocente, e deixaram uma cicatriz para provar seus pecados.
Alice explodiu furiosamente. - Não há nenhuma moça melhor do que ela. São fofoqueiros maliciosos os que descreem de sua inocência. Ela lutou com seu atacante e ganhou, mas ninguém quer acreditar na verdade.
- Verdade ou não, prefiro morrer que viver com vergonha. - Emily sussurrou.
- Sim, eu também - Ângela concordou.
- A coragem e a força a ajudaram em sua peregrinação - Alice discutiu. - E você, Ângela, Não estaria aqui se Lady Isabella não tivesse lutado por sua vida essa noite.
Ângela secou as lágrimas de suas faces. - Muito certo Alice. Ela se transformou em uma grande curandeira e sua habilidade me salvou de morrer dessa febre. Mas quem a tomará agora? Nenhum homem de sua classe a aceitará em matrimônio e ela já tem vinte e cinco anos. Ela se mantém afastada e encerrada com seu livro, suas poções e receitas. Ela não quer que ninguém veja a cicatriz. Que vida é essa para ela?
- Ela passa o tempo no bosque reunindo em seu livro informações e cultivando seu jardim - Alice a defendeu.
Ângela franziu o cenho. - Só, sempre só.
- Rook vai com ela - Alice discutiu.
- Esse filhote de monstro não deixa que ninguém se aproxime dela - Emily disse.
Seu pai o deu depois do incidente. Ele a queria vigiada, mas não por um homem.
Ângela sacudiu a cabeça. - Diga a verdade, Emily, seu pai a culpa do ataque. Ele sentia vergonha dela na noite que isso aconteceu como ele tem vergonha dela agora.
- Bem, Emily disse desafiante. - Então ele não a oferecerá ao Leão já que ele pensa que ela é um bem deteriorado.
- E com essa cicatriz terrível sempre recordando o acontecido, Deus benza sua alma - Alice disse, fazendo o sinal da cruz e murmurando uma oração.
Ângela e Emily se uniram com orações próprias.
- Alguém sabe quem a atacou? - Ângela perguntou, pois ela não tinha estado ao serviço de Lorde Charlie quando o incidente tinha acontecido oito anos atrás.
- Sua madrasta ordenou seu silêncio - Alice disse, e estremeceu. - Eu a ajudei a atendê-la depois do ataque. Ela sangrava muito, os lençóis estavam empapados com seu sangue. A Lady Sue advertiu que se guardasse as mentiras para ela mesma e que não mencionasse o nome do homem que a tinha atacado ou ela arderia no inferno para sempre. Lady Sue ordenou que um sacerdote fosse ao lado da cama para sua confissão.
Emily interrompeu. - Fui eu quem ordenou chamar o sacerdote. - Ela estremeceu.
Alice sacudiu a cabeça. - A Lady Sue não importa nada a respeito de Lady Isabella. Ela não queria que a vergonha de um pecado mortal recaísse na alma de sua enteada agonizante. Ninguém sabe se ela confessou o nome, mas eu ouvi seu pedido quando eles me tiraram do quarto "Deus, me salve do diabo" Alguns acreditam que ela falava sobre o mal dentro dela mesma, mas eu penso que ela lutou contra o diabo em pessoa essa noite e que Deus lhe salvou a vida.
Um silêncio reinou por vários minutos.
O estrondo de um trovão soou fora ao longe e três pares de olhos aumentaram com medo.
- O Leão escocês cavalga com a tormenta - Ângela sussurrou e as três mulheres jovens fizeram o sinal da cruz.
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